sábado, 18 de junho de 2016
Os empreendedores não têm um gene especial para o risco: eles apenas vêm de famílias com dinheiro
Mas o que muitas vezes se perde nestas conversas é que a característica mais comum compartilhada entre esses empreendedores é o acesso fácil ao capital financeiro: dinheiro da família, uma herança, ou um "pedigree" com conexões que permitem o acesso à estabilidade financeira. Enquanto na maioria das vezes parece que os empreendedores tendem a ter um admirável propensão para risco, a verdade é que o acesso ao dinheiro que lhes permite tomar riscos mais altos (no caso de falência, bastaria recomeçar tudo novamente com capital de terceiros).
E essa é uma vantagem fundamental: quando as necessidades básicas são atendidas, é mais fácil ser criativo. Quando você sabe que você tem uma "rede de segurança" lhe protegendo em caso de fracasso você está mais disposto a correr riscos. "Muitos outros pesquisadores replicaram a constatação de que o empreendedorismo é mais sobre dinheiro do que características genéticas", diz o professor da Universidade de Warwick, Andrew Oswald. "Genes provavelmente importam, como na maioria das coisas na vida, mas não tanto assim."
Os economistas Ross Levine e Rona Rubenstein, da Universidade Berkeley, Califórnia, analisaram os traços compartilhados entre os empreendedores em um artigo publicado em 2013 e descobriram que a maioria era era composta por homens brancos altamente educados. "Se não tiver dinheiro na forma de uma família rica (ou com bons contatos), as chances de se tornar um empreendedor caem um pouco," diz Levine.
Uma nova pesquisa publicada nesta semana pela National Bureau of Economic Research analisou o grau de assunção de riscos no mercado acionário e descobriu que fatores ambientais (não genéticos) foram os principais responsáveis pelas tomadas de decisão. Ou seja, a tolerância ao risco aumenta ao longo do tempo, quando os operadores estão mais experientes e com maior patrimônio, dissipando o mito de um "gene de empreendedorismo" responsável por fazer com que as pessoas fizessem operações mais arriscadas.
Resiliência é, indubitavelmente, uma característica necessária para o sucesso; muitos empresários notáveis experimentaram sucesso somente após seus primeiros empreendimentos falharem. Mas a barreira de entrada é muito alta.
Para profissões criativas, começar um novo empreendimento é um privilégio. Muitos fundadores de startup não recebem salários por um bom tempo, até o negócio maturar. O custo médio de uma startup é de cerca de US$ 30.000,00 de acordo com a Fundação Kauffman. Dados da Global Entrepreneurship Monitor mostram que mais de 80% do financiamento para novos negócios vem de economias pessoais, amigos e família.
Uma mulher de 31 anos que dirige um negócio na área social na região de Nova York e pediu para não ser identificado, disse: "Seguir seus sonhos é perigoso. Toda essa gente está sendo seduzida a pensar que eles podem sair e perseguir o seu sonho a qualquer momento, mas não é verdade".
"Sim, certamente trabalho árduo resultará em algo, mas as pessoas subestimam o quanto uma rede de contatos e um colchão financeiro te dando suporte influenciam no sucesso do teu empreendimento".
Fonte: Quartz
terça-feira, 24 de maio de 2016
SEFAZ-SP encerrará o emissor de NF-e gratuito em janeiro/2017
Sem as atualizações constantes que as notas recebem da legislação brasileira, o risco de uma emissão errada é alto e, o pior, passível de multa. Esse cenário ainda conta com um agravante. Muitas empresas possuem suas rotinas e inclusive seus ERPs prontos para atender a esse modelo de emissão gratuito. Essa mudança afeta diretamente toda a cadeia de informação fiscal e administrativa da empresa.
Os emissores gratuitos eram fornecidos pela Sefaz desde 2006. Seu objetivo sempre foi gerar um melhor controle sobre o recolhimento de impostos e, inclusive, de defesa do consumidor, proporcionando um controle claro das transações comerciais realizadas. A alteração vem baseada em um levantamento realizado pela Sefaz que aponta que 92,2% das NF-e emitidas foram geradas por softwares emissores próprios e somente 7,8% usaram o emissor da SEFAZ-SP.
Por conta disso o órgão chegou a conclusão que a ferramenta gratuita não se justifica e optou por descontinua-la.
Embora ainda seja possível usar a versão atual até o final do ano, caso alguma regra seja alterada nos próximos meses a emissão será denegada se o aplicativo atual não atende-la.
terça-feira, 22 de março de 2016
chargeback: problemas que a fraude pode causar ao seu site de Comércio eletrônico
Os prejuízos causados pela fraude podem ir além do dinheiro ou do produto perdido. O chargeback é apenas a primeira e a mais óbvia consequência do golpe online. Há outras “camadas” que podem comprometer muito mais que um 1% do seu faturamento ou causar danos muitas vezes irreparáveis para o seu negócio.
Por este motivo, listei os cinco principais problemas que a fraude pode causar, além do chargeback:
1. Você começa a ter dores de cabeça
Lidar com os contratempos causados pela fraude é complicado. Você terá que destinar (ou contratar) funcionários para resolver todos os problemas relacionados a conciliação, contestação, auditoria, recuperação e estorno. São vários “incêndios” que surgirão em sua empresa e que precisarão ser apagados, atrapalhando a sua operação. Além disso, para proteger o seu negócio, por instinto você poderá ficar mais rígido e exigente no momento da aprovação de pedidos e acabar negando mais vendas.
Ou seja, a partir do momento em que a fraude se torna um problema mais grave para a sua loja, você gasta uma quantidade considerável de tempo e dinheiro para contornar esse “sangramento”, em vez de investir esses recursos em atividades que trarão mais receita.
2. Você fica sujeito a multas muito altas (e em dólares!)
Ao perceber que o seu e-commerce começou a sofrer um alto volume de fraudes, superando a taxa aceitável de 1% ou outras métricas pré-determinadas, as adquirentes de cartão de crédito podem incluí-lo em um programa de chargebacks. Por este motivo, a loja inicialmente é notificada e, se não corrigir o problema dentro de um período de tempo específico (em torno de três meses), começa a receber multas das operadoras de cartão de crédito.
Essas cobranças são feitas em dólares e são progressivas, tornando-se cada vez mais severas com o passar dos meses. Em alguns casos, o comerciante pode sofrer uma punição de até US$ 200 por cada chargeback recebido (fora outros encargos e o prejuízo das mercadorias enviadas para os criminosos que conseguiram fazer compras com cartões roubados).
Para deixar o programa de chargebacks, o e-commerce deve retornar ao patamar de fraudes considerado “aceitável” e permanecer nele por alguns meses.
3. Você pode ser descredenciado das adquirentes
Pois é! Se você permanecer por muito tempo no programa de chargebacks e não conseguir recuperar a “saúde” do seu e-commerce, pode perder o direito de receber pagamentos de cartões de uma determinada bandeira (ou de mais de uma). Já pensou o estrago que isso causaria? Não é difícil calcular, considerando que a média das transações realizadas com cartão de crédito no e-commerce é de 75% e que as empresas Visa e MasterCard, juntas, detêm mais de 90% das transações.
4. Os bancos podem recusar suas vendas
Os bancos não possuem um programa de chargebacks, mas têm uma espécie de score para a reputação das lojas, que influenciam na taxa de aprovação das vendas que passam por essas instituições. O aumento das fraudes impactará diretamente o score no seu e-commerce, e a sua taxa de aprovação cairá. Os bancos, para se protegerem e resguardar os seus correntistas, passarão a negar os pedidos que vierem da sua loja. Pense: quanto maior o número de pedidos você tiver, mais relevante será o impacto desse score bancário.
5. O consumidor pode ter medo de comprar com você
“Meu cartão foi clonado e fizeram uma compra de R$ 1.500 na Loja XPTO, acredita? ”. Nós já ouvimos isso, e acredito que você também. Mas você já parou para analisar essa situação? A Loja XPTO foi apenas o lugar na qual o cartão clonado foi usado, e é bem provável que ela não seja a verdadeira culpada pelo vazamento dos dados. Considerando que o cliente solicitou o chargeback e será ressarcido, a Loja XPTO também se torna a maior vítima dessa história.
Mas aquele consumidor acabou tendo uma experiência tão ruim ao ser vítima de um golpe que os termos “cartão clonado” e “Loja XPTO” ecoarão por tanto tempo que é bem possível que ele tenha receio de fazer uma compra nessa loja no futuro e ter o seu cartão clonado, novamente.
Pior: ele pode compartilhar esse medo com amigos e familiares, que também pensarão na hora de finalizar a compra no seu e-commerce. Diante deste fato, a sua marca ficará desgastada junto ao consumidor, e você ainda poderá perder vários outros clientes.
6. E o que você pode fazer?
Diante desses fatos, a melhor maneira que os lojistas têm para enfrentar a fraude no e-commerce é prevenir-se dela. Reverter um chargeback não é uma tarefa impossível, mas muito difícil. E a solução de todos os problemas que listamos aqui também exigirão uma parcela considerável de tempo, energia e orçamento, o que atrapalhará de maneira significativa a sua operação.
Prevenir-se deste tipo de golpe consiste, especialmente, em proteger o seu e-commerce com o antifraude que mais se encaixe com as suas necessidades e expectativas. Há diversas alternativas disponíveis no mercado, inclusive tecnologias que conseguem detectar compras suspeitas por meio da inteligência artificial na análise de risco.
Fonte: artigo de Tom Canabarro, co-fundador da Konduto (empresa especializada no combate a frauds por cartão) para a ComputerWorld
terça-feira, 1 de março de 2016
SEBRAE: Startups de serviços são as que mais atraem investidores
O estudo mostra que 97% dos investidores “anjo” buscam empreendimentos do setor de serviços para formar sua carteira. Em seguida, os setores mais procurados são comércio (50%), indústria (47%) e agronegócio (23%).
Em relação aos segmentos, os preferidos são educação (alvo de 30% dos investidores), tecnologia (30%), saúde (27%), transporte/mobilidade urbana (20%) e serviços financeiros (17%).
“A grande maioria dos investidores (80%) procura startups já em fase de operação, mas 63% também declararam buscar empreendedores na ideação, ou seja, ainda estruturando seu negócio”, indica o relatório.
A pesquisa do Sebrae-SP também identificou que o valor dos aportes variam de R$ 50 mil a R$ 3 milhões.
O estudo confirma que existe uma busca mútua no mercado entre empreendedores e investidores, mas a percepção dos pontos fracos no relacionamento muda de acordo com o lado.
Isso significa que, enquanto empreendedores apontam a interferência dos investidores no negócio como a principal queixa; os investidores, por sua vez, citam as dificuldades do dia a dia e a falta de comprometimento dos empreendedores.
“O que os une é a perspectiva de ter retorno financeiro no negócio, mas o investidor quer ver engajamento e proatividade para ter confiança na startup. O empreendedor dessa área deve ser um ‘caçador de respostas’, alguém proativo, que está sempre atrás de soluções”, afirma Renato Fonseca, gerente de acesso à informação e tecnologia da entidade paulista.
A pesquisa também faz um perfil do ecossistema das startups. Em geral, os empreendedores são jovens (média de 33 anos) e têm alto grau de escolaridade, mas os investidores não chegam a ser de uma geração distante: a média de idade deles é de 41 anos.
Quase metade (48%) dos empreendedores tinha emprego antes de iniciar a startup; depois disso, 73% passaram a dedicar seu tempo integralmente a ela.
Fonte: ComputerWorld
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
Startup brasileira QuintoAndar recebe aporte de US$ 7 milhões
Com sede em São Paulo, a startup oferece uma plataforma online para conectar inquilinos e donos de imóveis de uma forma mais ágil e simples.
Fundada em 2013 por Gabriel Braga e André Penha, CEO e CTO da empresa respectivamente, a empresa cuida do processo de locação de ponta-a-ponta: capta imóveis, promove o anúncio dos apartamentos com fotos profissionais em seu site e permite aos inquilinos o agendamento online de visitas com corretores selecionados.
Na sequência, faz a mediação da negociação entre inquilinos e proprietários e responsabiliza-se pela vistoria e entrega das chaves. A empresa cobra 100% do primeiro aluguel pela intermediação da locação (taxa de corretagem) e 8% do aluguel mensal pela administração do imóvel.
“A internet móvel nos permite coordenar toda a nossa operação. Os corretores, por exemplo, usam aplicativos em seus aparelhos celulares para organizar a agenda de visitas e saber onde está o próximo cliente. O mesmo ocorre com os fotógrafos profissionais. Isso não seria possível há três anos, pois ainda não havia smartphones suficientes”, explica André Penha.
Seguro-fiança grátis
Uma das vantagens que o QuintoAndar oferece ao inquilino é que banca 100% do valor do seguro-fiança dos imóveis. Dessa forma, a empresa paga todas as taxas que a seguradora cobra e o proprietário fica como segurado ao longo de todo o contrato de locação.
“Acabamos com o drama de encontrar um fiador, emitir cheque-caução e pagar um seguro por fora. Estamos revolucionando o mercado imobiliário no Brasil”, diz Braga.
Segundo o fundador, o custo do seguro não é repassado para seus clientes uma vez que a startup não tem os gastos tradicionais que imobiliárias têm, como a locação de um escritório próprio.
“Temos uma operação muito mais enxuta e escalável baseada na reinvenção de cada etapa do processo de locação com forte uso de tecnologia. Preferimos investir em coisas que geram benefícios concretos aos clientes como uma plataforma muito mais fácil de usar, fotos profissionais e seguro-fiança grátis em vez de gastar com lojas físicas caras”, resume.
Segundo a companhia, o número de contratos fechados tem crescido 30% ao mês. A startup opera atualmente em duas cidades - São Paulo e Campinas - e em breve anunciará expansão para as principais capitais do país.
Fonte: IGD Now
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Frete é o maior custo da cadeia logística no e-commerce
Segundo o levantamento feito em agosto pela ABComm, a participação do custo com logística aumentou em relação a 2013, quando era de 58%. Os demais custos da operação são com armazenagem (19%), que era 23% em 2013 e 17,5% com manuseio (era 19% em 2013).
De acordo com a pesquisa, houve crescimento de lojas virtuais com armazenagem própria. 89,6% das lojas entrevistadas têm armazenagem própria, contra 82% em 2013. Custo mais baixo e maior controle sobre a operação são as principais vantagens. Baixa elasticidade em datas sazonais e menor poder de barganha com transportadoras são as desvantagens. Empresas com armazenagem terceirizada conseguem operar a partir de outros estados, aproveitando-se de incentivos fiscais.
Nesse levantamento foi incluída uma pergunta para avaliar o volume de lojas virtuais que trabalham com estoques consignados (drop shipping), modalidade que deve ser tendência em tempos de crise. De acordo com a pesquisa, 19,8% das lojas usam essa modalidade como parte de seu catálogo de produtos, 6,0% com todo o seu catálogo e 74,2% ainda não utilizam.
Outro aumento detectado foi de lojas virtuais que utilizam transportadoras privadas (35% em 2013 e 42,7% em 2015) em detrimento ao uso dos Correios (93% em 2013 e 87,5% este ano). O uso de frota própria também apresentou queda entre as lojas virtuais (13% contra 10,9% em 2015).
A pesquisa identificou que o principal problema enfrentado pelas lojas virtuais frente aos Correios é o atraso na entrega. A demora e o mau atendimento também aparecem em destaque. Outro problema grave é a falta de segurança: furtos e extravios ocorrem com frequência.
Na contramão do avanço tecnológico, o prazo médio de entrega aumentou em média 35% nas principais capitais brasileiras. As lojas virtuais perceberam que prometer prazos de entrega apertados pode significar problemas de reclamação, arranhões em sua imagem nas redes sociais e até mesmo processos jurídicos. Em alguns casos, como no Rio de Janeiro, percebe-se que há problemas graves com as entregas.
Fonte: TI Inside
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
Liminares isentam empresas de multa adicional sobre FGTS
A C&A está entre as empresas que conseguiram a isenção da cobrança. Assim como a InterCement, fabricante de cimento do grupo Camargo Corrêa, e a Emplavi, do segmento imobiliário, entre outras.
A contribuição extra foi incorporada à multa de 40% sobre o valor depositado no FGTS, nos casos de demissão sem justa causa. Ela é paga ao governo, não ao trabalhador.
Segundo Murilo Aith, advogado especializado em assuntos previdenciários, do escritório Aith, Badari e Luchin, embora ainda não exista um entendimento comum a respeito dessa questão nas instâncias superiores da Justiça, a prática tem mostrado que os juizes tendem a desobrigarem - ainda que por liminares - as empresas da cobrança. A jurisprudência está se formando, mas ainda depende da decisão do Supremo, diz Aith.
Existem duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) movidas conta a cobrança da Contribuição Social. Uma tem como autora a Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) e outra a Confederação Nacional do Comércio (CNC). As duas entidades deram entrada com as ações em 2012.
À época, o então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa considerou que a cobrança segue os preceitos constitucionais. Ponderou, porém, que sua finalidade já não existia mais. Mas desde então as ADIs esperam os pareceres dos outros ministros do Supremo para que haja um consenso em torno da questão.
A contribuição social foi criada para corrigir distorções nas contas vinculadas ao FGTS decorrentes de expurgos inflacionários. A partir do momento em que essa finalidade é alcançada, a contribuição deixa de ser necessária, explica Aith, que argumenta que desde 2007 as distorções no FGTS estão corrigidas.
Ainda segundo o advogado, nos últimos anos tem ocorrido desvio de objetivo no uso dos recursos oriundos da cobrança, o que seria mais uma prova de que a finalidade para a qual a Contribuição foi criada não existe mais. Esse recurso tem sido usado para financiar programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida, e também para ajudar o governo a se ajustar às metas do superávit primário (economia para pagamento dos juros da dívida pública), diz.
Em 2013 o Congresso chegou a aprovar um projeto que extinguia a Contribuição Social, mas o texto acabou vetado pela presidente Dilma Rousseff. Assim, uma posição definitiva sobre o tema depende da apreciação das ADIs no STF.
Enquanto isso, as liminares obtidas na Justiça são a alternativa encontrada pelas empresas para se livrarem da cobrança. Na prática elas desobrigam do pagamento da contribuição social a partir do momento em que são concedidas. Mas os advogados têm aconselhado as empresas que as obtém a depositarem em juízo os valores referentes ao pagamento da contribuição, já que se as liminares forem derrubadas, os pagamentos retroagem até a data da isenção, cobrados com as devidas correções.
Fonte: Diário do Comércio
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Brasil chega a 4 milhões de MEIs
Esses números mostram que a criação da figura do MEI teve um efeito positivo ao permitir que as pessoas ingressem no mercado formal e passem a desfrutar de uma série de benefícios, como destaca o pesquisador João Maria de Oliveira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Oliveira, no entanto, alerta para um efeito colateral não tão positivo da medida. Segundo ele, muitos microempreendedores individuais são, na verdade, funcionários de outras empresas, o que indica que alguns podem estar usando a nova categoria jurídica para burlar leis trabalhistas.
Segundo o especialista, a figura do MEI foi criada justamente para ampliar a base formal da economia do país, o que foi conseguido por meio de alguns atrativos. “São três os fatores que hoje contribuem para tamanha adesão. Em primeiro lugar, é muito fácil se registrar nela. Com poucos minutos na frente do computador a pessoa já ganha um certificado provisório com CNPJ”, diz.
Além disso, Oliveira destaca que, ao permitir que as pessoas ingressem no mercado formal, a figura do MEI garante uma série de benefícios, como a possibilidade de adquirir uma máquina de cartão de crédito ou de obter crédito como uma empresa. No entanto, Oliveira destaca alguns pontos que ainda considera preocupantes.
“Ano passado, realizei uma pesquisa cruzando dados das MEIs com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), e constatei que quase metade desses microempreendedores estavam empregados, o que é um forte indício de precarização do trabalho por meio da MEI”, diz Oliveira. Segundo o pesquisador, ao contratar um funcionário como MEI, o empregador economiza, deixando de pagar os benefícios da CLT, e o trabalhador, apesar de ganhar um aumento ilusório, perde coberturas sociais como o 13º salário.
O pesquisador do Ipea também acredita que a MEI não pode ser um fim em si mesmo. Ou seja, não basta a pessoa entrar para a formalidade, é preciso que ela receba incentivos para crescer e evoluir para uma microempresa, por exemplo. “Segundo nossa pesquisa, isso aconteceu com menos de 3% das pessoas que se tornaram microempreendedores. É preciso que se invista mais em capacitação e formação. Existe crédito no mercado, mas ainda falta qualificar as pessoas para que elas saibam a melhor maneira de aplicá-lo”, encerra.
Fonte: Terra
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Todos ganham com um Simples realmente simples
O projeto de lei complementar 221/2012, recentemente aprovado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados, pretende ampliar o alcance da LC 123/2006, a chamada Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Consta que estariam os deputados sendo pressionados pelas fazendas estaduais, sob alegação de redução de suas receitas tributárias.
Na verdade a proteção às micro e pequenas empresas é de interesse da desejada Justiça Tributária e, mais que isso, um mandamento constitucional. O inciso IX do artigo 170 de nossa Carta Magna diz que a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por objetivo assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,observados, dentre outros, os princípios de tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Portanto, ao incentivar as micro e pequenas empresas não está o Congresso fazendo um favor, mas cumprindo uma ordem constitucional, para que se coloquem em prática as normas contidas no preâmbulo da CF, que não cansamos de repetir aqui. Essas normas registram que o Brasil destina-se a “…instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias…”
O posicionamento dos que se opõem a tal projeto revela não só negação a esses princípios constitucionais, como uma visão equivocada da questão tributária. A União e os Estados arrecadam a maior parte dos tributos (cerca de 85%) e os municípios cerca de 15%, o que faz com que estes só consigam atender suas necessidades orçamentárias mediante repasse de verbas, o que acaba gerando dependência financeira e política.
Por outro lado, são as pequenas empresas, aquelas que possuem menos de cinco empregados, que absorvem boa parte da mão de obra do país, principalmente os trabalhadores menos qualificados. Isso acaba por proteger a economia com um todo, na medida em que eventual fracasso de empresas pequenas não causa o mesmo problema macroeconômico que possa advir das grandes empresas. O risco está diluído, até porque as pequenas empresas são aquelas onde os proprietários é que trabalham, geralmente com seus familiares.
Ampliar o leque de empreendimentos já beneficiados pela LC 123, para contemplar outros beneficiários, como prestadores de serviço, profissionais liberais, pequenos artesãos, etc., não representará uma redução expressiva na arrecadação e poderá incentivar a formalização dos que hoje estão na informalidade ou como autônomos.
Não é razoável que uma pequena empresa, mesmo possuindo faturamento pouco expressivo, permaneça fora do sistema do simples e assim obrigada ao preenchimento de diversas guias de informações economicamente irrelevantes, quando poderia, naquele sistema, resolver tudo com uma guia só, com muito menos burocracia.
Além de tudo isso, não faz sentido que, na era da informática, seja o pequeno empresário obrigado a se registrar em diversas repartições (Junta, CNPJ, SF, ISS, INSS, etc.) , quando tudo poderia resolver-se na Junta ou no RTD, conforme o caso, bastando que as repartições se comunicassem umas com as outras.
Não podem ser desperdiçados os esforços que as entidades empresariais e principalmente o ministro Guilherme Afif Domingos vem desenvolvendo para viabilizar um Simples mais abrangente, que seja simples mesmo. E não podem os burocratas federais, estaduais ou municipais, colocar a questão como uma ameaça à arrecadação seja de quem for. A arrecadação vai bem, obrigado, e as simulações dos técnicos independentes não apontam na direção de que se reduza a montante a ser arrecadado.
Uma pequena empresa, que hoje tem um ou dois empregados, mas esteja fora do simples por causa do seu ramo de atividade, uma vez neste incluída poderá contratar mais auxiliares e assim aumentar seu faturamento, o que vai compensar a redução de início. Mais gente trabalhando, mais se produz. E, ainda que o imposto seja menor, a arrecadação pode ser maior. Com mais gente pagando pode-se arrecadar mais.
Maior incentivo às pequenas e micro empresas é fundamental para o nosso desenvolvimento. Não podemos continuar prestigiando e apostando apenas nessas empresas gigantescas que muitas vezes querem apenas piratear nossa economia e que quando quebram levam muitos para o buraco. Quanto maior uma empresa, maior o risco que ela apresenta em todos os sentidos. A ordem que nos dá a CF no seu artigo 170, inciso IX, é muito sábia e não pode ser desprezada.
Fonte: artigo de Raul Hadar (jornalista e advogado tributarista, ex-presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-SP e integrante do Conselho Editorial da revista ConJur) para a revista Consultor Jurídico
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Sebrae lança cursos gratuitos a distância sobre Redes Sociais
Os novos cursos — e todas as opções de EAD do Sebrae-SP — são gratuitos e podem ser acessados pelo www.sebraesp.com.br/ead. Após a conclusão de cada curso, é emitido um certificado. O material didático é disponibilizado para download ou impressão.
"Os dois cursos focam no planejamento e na compreensão do conceito de sustentabilidade e rede social. É muito comum entre os pequenos negócios a adoção dessas práticas sem qualquer conhecimento e estratégia prévia", explica Bruno Caetano, diretor-superintendente do Sebrae-SP.
Caetano informa que o curso de Sustentabilidade auxiliará o empreendedor a fazer um diagnóstico de seu negócio para identificar pontos que precisam ser trabalhados em prol da sustentabilidade.
No curso de Redes Sociais, ele acrescenta, a preocupação é demonstrar aos empresários que essas plataformas de relacionamento representam oportunidades, mas exigem planejamento.
Fonte: TI Inside
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Como ter um ambiente de trabalho produtivo
O ambiente de trabalho que estimula a produtividade deve:
Ser bonito e organizado
Ninguém se sente motivado a trabalhar em um local feio, sujo, bagunçado ou escuro demais. “A organização visual estimula a criatividade e a inovação”, afirma o especialista em produtividade da consultoria Triad PS Christian Barbosa.
Ser espaçoso
Quanto mais próximas umas das outras as pessoas estiverem, maior a chance de ocorrerem interrupções desnecessárias. “Uma baia próxima da outra pode gerar interferências e desviar a atenção de quem está tentando trabalhar com foco”, exemplifica a consultora em estratégia humana Andrea Piscitelli.
Ser silencioso
Não é que o local de trabalho deve parecer um templo budista ou ter o silêncio sepulcral de uma biblioteca. Mas conversas em excesso e pequenos ruídos podem atrapalhar bastante quem precisa de concentração para cumprir uma tarefa.
“Muitas vezes, as pessoas precisam ter melhores códigos de conduta nestes espaços, como por exemplo: deixar o celular no silencioso ou vibracall, falar num tom de voz moderado ao telefone e, inclusive, quando em conversas presenciais, tentar sair da célula para não atrapalhar os colegas”, afirma Andrea.
Ser clean
Muita informação distrai. “Ambientes muito poluídos visualmente desviam a atenção do olhar quase o tempo todo e, consequentemente, tiram o foco do que é prioridade”, diz Andrea. Mas isso não quer dizer que não é permitido sequer colocar um quadro na parede, ou uma planta em cima da mesa - nada de tão radical - afinal, os ambientes bonitos também estimulam a produtividade.
“Você tem todo o direito de personalizar a sua célula ou mesa, mas lembre-se que menos é mais! Escolha uma foto que te faz feliz, um acessório ou objeto que tenha a sua personalidade e, no mais, trabalhe com a área "limpa" de fatores que lhe distraem”, aconselha Andrea.
Ser “leve”
Pessoas que se respeitam trabalham mais felizes. “Quando o ambiente é leve e respeitoso, as pessoas produzem mais e melhor. E, ao contrário, um clima mais pesado e tenso pode causar perdas de até 20% da produtividade”, diz Andrea.
Ter um volume de interrupções controlado
É claro que, para que um time alcance o sucesso, é preciso que as pessoas se comuniquem bem - e comunicação gera interrupções. Mas se alguém é interrompido o tempo todo, acaba não conseguindo cumprir suas tarefas. Para evitar interrupções desnecessárias, Barbosa recomenda que o maior número de informações possível seja compartilhado e que os novos funcionários sejam devidamente treinados.
“Se o conteúdo está disponível e cada um sabe bem o que é preciso fazer, não há necessidade de os superiores pararem seu trabalho para delegar ou explicar tarefas”. Além disso, ele diz que ter processos e tarefas bem documentados também pode ajudar. “Assim, cada um pode fazer por si próprio”, afirma.
Ter um e-mail eficiente
“Mensagens desnecessárias, nas quais todo mundo é copiado e e-mails que ficam o tempo todo abertos criam um clima de ansiedade. Um volume de informação muito grande também compromete a produtividade”, afirma Barbosa.
Não ter reuniões em excesso
Há problemas e situações em que só é possível chegar a uma solução se todos os envolvidos tomares decisões juntos. Reuniões demais, porém, não contribuem nada para a produtividade de uma equipe, muito pelo contrário. “Quando se reúnem demais, as pessoas acabam sem tempo para executar as suas tarefas. Sem contar aquelas reuniões em que não se chega a lugar nenhum”, diz Barbosa.
Proporcionar o uso eficiente da tecnologia
Não se trata de utilizar equipamentos ultramodernos, mas sim de ferramentas usadas no dia a dia. “São pequenas coisas que podem melhorar. Muitos programas do Windows, por exemplo, tem alguns macetes que quase ninguém conhece e que ‘fazem’ tempo”, conta Barbosa.
Ter um sistema de colaboração
Trata-se de uma ferramenta ou sistema que informe “o que cada um está fazendo e qual é o prazo em que a tarefa deve ser concluída, para que isso não precise ser feito no boca a boca”, explica Barbosa.
Fonte: Exame
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Garantia de CDB e LCI passa de 70 mil para 250 mil reais
Isso significa que, de agora em diante, quem tem dinheiro em conta corrente, caderneta de poupança, CDBs, LCIs ou LCAs de qualquer instituição financeira tem uma quantia muito maior garantida caso o banco passe por problemas financeiros.
Em outras palavras, se o banco quebrar, o FGC garante todo o dinheiro depositado nesses produtos financeiros em um limite de até 250 mil reais por CPF, por instituição financeira. Antes, se tivesse 200 mil reais aplicado em um CDB e o banco fosse à lona, o investidor só receberia de volta 70 mil reais.
Outra novidade implementada nesta tarde é que, antes, dependentes e beneficiários de contas conjuntas tinham direito à cobertura de 70 mil reais cada um (por CPF). Agora, contas conjuntas têm cobertura de 250 mil reais, independentemente de haver ou não dependentes, e a quantia deve ser dividida entre os titulares.
Em nota divulgada à imprensa nesta tarde, o Conselho de Administração do FGC informou que “As modificações do Regulamento, as quais, entre outras, alteram o valor da garantia ordinária do FGC para R$ 250 mil, passarão a ser aplicadas a partir das futuras Intervenções ou Liquidações Extrajudiciais que porventura forem decretadas pelo Banco Central do Brasil”.
Isto é, quem investiu em bancos como Cruzeiro do Sul e BVA continuará com cobertura apenas até 70 mil reais.
Para especialistas em finanças pessoais, a novidade é muito boa para o investidor e também para os bancos médios. “Vejo essa decisão com bons olhos. É uma medida para trazer mais segurança e tranquilidade para o investidor”, observa o professor William Eid, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV.
A cobertura do FGC é válida para instituições financeiras de qualquer porte, mas para os bancos médios, trata-se da principal garantia dos clientes investidores.
Esses bancos são mais suscetíveis aos soluços do mercado que os bancos grandes, e por isso mesmo seus títulos (CDBs e LCIs, por exemplo) são mais rentáveis para o investidor. Com o aumento da cobertura do FGC, será mais fácil para esses bancos atrair investidores.
Fonte: Exame
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Ideologia Restritiva ao investimento privado gera custo de R$212 bilhões
O empenho do Tesouro, de bancos públicos e de fundos de pensão para convencer o empresariado a investir em estradas, portos, aeroportos e ferrovias, a despeito de indefinições contratuais e de riscos regulatórios e econômicos, já representa uma conta de R$ 212 bilhões a ser paga ao longo de 30 anos, concentrada nos cinco primeiros. Isso sem falar na garantia de financiamento de até 70% de dezenas de empreendimentos, que alcançam R$ 250 bilhões.
Tudo isso, no entanto, parece ser insuficiente para estimular o investidor, mesmo com o doloroso processo de fatiamento do ousado pacote logístico, trecho por trecho, lote por lote. Para especialistas ouvidos pelo Correio, a maior parte desse custo bilionário vem da desconfiança em relação ao intervencionismo estatal. Não por acaso, o país caiu oito posições no último ranking de competitividade do World Economic Forum (WEF). A insegurança jurídica foi apontada como principal motivo da queda.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Regras do Vale do Silício que nossas startups podem copiar
Camila Farani, diretora da Gávea Angels e co-fundadora da Lab 22, tem investimento em startups no Brasil e no Vale e acredita que isso ajuda a entender como melhorar o mercado nacional. “Isso acaba dando uma riqueza muito grande e a gente consegue entender onde está o berço desse sistema, consegue fazer um cruzamento com nossos empreendedores”, indica.
Para Cassio Spina, investidor-anjo e fundador da Anjos do Brasil, a união de agentes importantes possibilitam tanta inovação e empreendedorismo. “O Vale do Silício é um ambiente hoje muito consolidado. Tem todos os agentes importantes muito conectados e bem desenvolvidos: o ambiente universitário de pesquisa, empresas de tecnologia de ponta que ajudam o potencial empreendedor a ter experiência profissional e o ambiente de investimento”, explica.
Veja quais regras vigoram no Vale do Silício que poderiam ser seguidas também no Brasil para ter um ambiente melhor para startups.
1. Entenda o empreendedorismo
Uma cultura empreendedora não nasce da noite para o dia, mas pode ir sendo desenvolvida aos poucos. “O americano estuda empreendedorismo nas bases, é um movimento de início. Isso gera alguma deficiência e atraso aos nossos empreendedores”, explica Camila.
Buscar capacitação, pesquisar e mapear o mercado são formas de se manter em contato com o empreendedorismo.
2. Busque oportunidades
O empreendedor do Vale está o tempo inteiro fazendo mapeamentos, entendendo onde pode melhorar e onde estão as grandes oportunidades. Esse é um fluxo contínuo, segundo Camila. “Eles estão sempre tentando entender onde eles teriam uma vantagem competitiva. Aqui [no Brasil], somos muito mais estimulados a copiar, adaptar, e não a entender qual é a vantagem competitiva. Diferenciação é tudo no negócio”, diz a investidora.
3. Valide sua ideia
Uma ideia não vale nada se não se provar útil e vantajosa para o seu público. “O que a gente vê lá é que o empreendedor tem um trabalho prévio antes de levar o projeto para o investidor ou para o mercado. É um trabalho de preparação do seu projeto”, indica Spina.
Esse processo não é apenas de planejamento, mas também de validação de suas hipóteses. “Eles têm muita validação perante o público potencial, vão atrás, conversam com muitos que atuam nesse mercado ou com clientes potenciais pata ter uma visão muito claro do que o mercado quer”, indica.
4. Não fuja de metas claras
Não é preciso ter metas para os próximos cinco anos, mas pelo menos um ano de objetivos bem definidos pode ser útil. “Pela cultura que ele vive, pela organização, o empreendedor tem metas muito claras. No mercado brasileiro, ele se perde nas metas. Quando está atribulado com vários outros assuntos e funções ele acaba se perdendo da parte estratégica”, diz Camila.
Focar naquilo que realmente é prioridade é essencial. Se não conseguir se dividir entre operação e estratégia, vale a pena ter alguém para equilibrar esta equação.
5. Tenha mentores
Prática muito comum lá fora, poucos brasileiros buscam mentores para suas startups. “Uma coisa muito comum quando vai começar, além de definir os cofundadores, é buscar mentores para o negócio que sejam complementares ao seu próprio conhecimento”, indica Spina. Vale procurar um ex-chefe, um colega ou mesmo um executivo mais experiente que esteja disposto a participar do projeto.
6. Seja dinâmico
Estar pronto para reagir em situações adversas depende de flexibilidade. “Em um mercado dinâmico, como o de tecnologia, seu negócio pode parecer sustentável hoje e ser obsoleto no outro dia. Os empresários do Vale se tornam flexíveis”, diz Camila. Para isso, ela explica que é preciso aceitar o ‘não’, interagir com as pessoas e criar um ambiente de trabalho onde as ideias vão ser sempre bem vindas.
7. Aprenda a conviver com o fracasso
Nos Estados Unidos, o fracasso em um projeto pode ser visto com bons olhos, como um sinal de experiência e aprendizado. No Brasil, os empreendedores ainda não convivem bem com isso. “O erro não te define, ele vai te refinar. O medo do fracasso não pode te impedir de tentar algo novo. Se as coisas não funcionarem, adapta, recarrega e tenta novamente”, define Camila.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
China planeja quadruplicar geração de energia solar até 2015
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Senado aprova inclusão da advocacia no Simples
sábado, 22 de junho de 2013
Investidor Perde um Imóvel em Ações da OGX
Além da perda financeira, ele passou maus bocados ao revelar o tamanho do prejuízo à esposa, que havia o alertado antes sobre o risco da operação. "Quando eu falei para a minha esposa que queria usar todo o nosso dinheiro para comprar ações da empresa do Eike, ela disse: ‘Você devia comprar ações de empresa que vende cerveja, pois com crise ou sem crise o povo não para de tomar cerveja'”, conta Alves.
Assim como essa história, muitas outras, apesar de pouco divulgadas, evidenciam os riscos do investimento em ações. Ainda que muitos investidores façam suas aplicações acreditando apenas que altos riscos podem trazer grandes retornos, é importante observar alguns casos reais para entender que as operações mais arriscadas podem e muitas vezes trazem também grandes prejuízos.
Alguns dos principais erros de Alves são comuns entre investidores iniciantes, como a concentração em uma ação, o investimento sem experiência e assessoria profissional, a aposta em empresas com mais promessas do que resultados e a ganância. "Mesmo sabendo que era importante diversificar, me deixei levar pelo entusiasmo do Eike dizendo que em 2015 seria o homem mais rico do mundo”, diz o aeroportuário.
Apesar da belíssima contribuição de Eike para o prejuízo de Alves, - com suas promessas eufóricas e sua posterior atitude, ao vender 70,5 milhões de ações da OGX no final de maio e gerar uma crise de confiança sobre a empresa – para evitar grandes perdas, o melhor que o investidor faz é entender a parcela de erros que cabem a ele, já que os erros das empresas podem ser os mais diversos e imprevisíveis.
Prejuízos e decepções à parte, são exatamente as perdas que trazem algumas das maiores lições do mercado de ações e transformam perdedores em ganhadores. Veja a seguir a entrevista de Fernando Alves a EXAME.com e saiba que tipo de erros evitar ao investir na Bolsa.
EXAME.com - Quando você começou a investir na OGX?
Fernando Alves - Em outubro de 2011, comprando lotes de ações mensalmente. Investia 20% da minha renda em todas as empresas 'X' pois gostava muito da visão 360º que o Eike pregava. Com o tempo, fui me desfazendo das outras 'X' e foquei na OGX, que para mim seria a 'Grande X'.
EXAME.com - Em que momento você decidiu vender o seu imóvel para comprar ações da empresa? O que te motivou a isso?
Fernando Alves - Eu havia me mudado para outro estado e aluguei meu imóvel, mas sempre tive problemas com inquilinos, então decidi vendê-lo e usar a maior parte do dinheiro para comprar mais ações da OGX. Eu acreditava muito na promessa do Eike de que a empresa iria produzir 20 a 40 mil barris por dia. Para mim, a OGX poderia em 10 anos se tornar uma nova Petrobras e achei que o retorno compensava o risco.
EXAME.com - Qual foi o valor do investimento?
Fernando Alves - Aproximadamente 60 mil reais, quase todo o dinheiro ganho na venda do imóvel, que era meu único patrimônio e eu não tinha a intenção de voltar a morar no meu estado de origem. Eu estava investindo na OGX visando a minha aposentadoria. Eu esperava que em 20 anos a empresa estivesse com uma produção gigante, com uma cotação acima de 60 reais e pagando bons dividendos.
EXAME.com - Como foi contar para a sua família sobre a perda?
Fernando Alves - Foi muito difícil. Ver meu dinheiro derreter na OGX já estava me deixando estressado, eu estava menos paciente com os meus filhos pequenos e minha esposa. Isso foi o mais difícil, o meu mau investimento estava afetando aquilo que eu tinha de mais valor, a minha relação com a minha família. Foi aí que decidi abrir a situação para minha esposa, pois ela não estava por dentro de como ia o investimento.
EXAME.com - Qual foi a reação da sua esposa?
Fernando Alves - - Ela ficou o dia todo me olhando com tristeza e decepção. Eu pensei que seria o fim do nosso casamento, pois ela entendeu que todo o meu estresse foi motivado pela perda do nosso único bem (hoje moramos de aluguel). Mas, no fim do dia, com a cabeça no travesseiro, ela disse: "Eu te conheci sem imóvel, sem dinheiro e te amei assim. Compramos o imóvel depois, perdemos, compraremos outro com o tempo, mas eu continuo te amando." Nessa hora percebemos que nada é mais valioso do que uma família que te ama e te apoia apesar de tudo.
EXAME.com - Você já investia em ações antes?
Fernando Alves - Eu não tinha muita experiência prática, mas já lia bastante sobre o mercado. Antes eu havia investido apenas na Petrobras, quando era possível usar os recursos do FGTS. Inclusive resgatei esse investimento em 2007 com grande rentabilidade e foi o que me ajudou a comprar meu imóvel. A Bolsa me deu, a Bolsa me tirou.<
EXAME.com - Você teve a orientação de algum profissional?
Fernando Alves - Não. Eu li diversos livros, sites, fóruns, buscando aprender de maneira autodidata. Eu não quis pedir orientação a corretores porque para mim eles só querem girar o nosso capital para ganhar mais corretagem. E eu não tinha contato com eles pois investia pelo Home Broker e as ordens de compra e venda são feitas diretamente.
EXAME.com - Você sabia qual era o risco do investimento?
Fernando Alves - Antes de investir, fiz um estudo fundamentalista da empresa. No prospecto são detalhados os riscos e o maior deles era o de a empresa não encontrar petróleo. Os Fatos Relevantes e estudos sísmicos (feitos no subsolo) divulgados sinalizavam que a OGX estava praticamente sentada em cima de uma reserva tão grande quanto a da Petrobras e se tornaria uma das maiores petrolíferas do mundo. Nós sempre achamos que nada vai dar errado, apesar dos riscos. E na OGX, tudo que poderia dar errado, deu errado.
EXAME.com - Você sabia que seria arriscado investir muito dinheiro em uma única ação?
Fernando Alves - Esse foi o meu maior erro. Mesmo sabendo que era importante diversificar, me deixei levar pelo entusiasmo do Eike dizendo que seria o homem mais rico do mundo e pensava: 'Ele vai ser o mais rico do mundo e eu vou de carona'. Por isso, coloquei todos os ovos na mesma cesta. Infelizmente, agora a cesta está caindo com tudo.
EXAME.com - A partir de qual momento a ação começou a cair?
Fernando Alves - Comprei as ações da OGX no dia 29/03/12, justamente na semana que começou a tendência de baixa atual da OGX, quase três meses antes de a empresa anunciar a baixa produção do primeiro poço, o que me faz acreditar que "insider tradings" sabiam da qualidade do poço antes desse anúncio, no Fato Relevante do dia 26/06/12. Para mim, a OGX é totalmente falha em proteger as informações.
EXAME.com - Você pensou em realizar o prejuízo alguma vez? Se sim, por que não o fez?
Fernando Alves - Eu vinha utilizando hedge (operação realizada no mercado futuro da Bolsa, na qual o investidor fixa antecipadamente o preço de venda de uma ação para se proteger de futuras quedas do ativo no mercado à vista) na minha carteira com lançamento coberto de opções (venda de opções de ações) e com as quedas sucessivas eu pegava os ganhos e comprava mais ações, baixando meu preço médio. No final, dobrei a quantidade de ações.
EXAME.com - Qual foi o seu sentimento diante das quedas das ações?
Fernando Alves - Foi incômodo, mas eu acreditava no negócio e ainda estava ganhando com o hedge. Só que a volatilidade da ação subiu muito e com o valor muito baixo o risco de estar vendido coberto em opções não valia mais a pena. O momento que perdi o sono foi quando foi divulgado que o próprio Eike Batista estava vendendo ações no mercado. Pensei: "Se o próprio dono está vendendo o que será de nós, minoritários?". Ele escolheu um péssimo momento para isso e tem sido nos últimos dias o principal responsável pela queda da empresa.
Desde que saiu o resultado da produção do 1º poço ele sumiu do mapa, o que deixou os minoritários da OGX profundamente aflitos e inseguros. A cada dia são boatos e mais boatos sobre o Grupo X e ninguém sabe o que está acontecendo. Pessoas estão se desesperando. Eu li em um fórum que uma pessoa que investiu 400 mil reais que viraram pó se matou por ter perdido tudo na OGX.
EXAME.com - Quando você percebeu o tamanho da perda?
Fernando Alves - A ficha caiu quando surgiu o medo de a empresa fazer fechamento de capital ou falir, pois nesse caso iria perder tudo o que restou (10%) de meu investimento e não teria longo prazo algum para recuperar na Bolsa com a valorização caso a empresa desse a volta por cima.
EXAME.com - Que lições você tira de tudo isso?
Fernando Alves - Quando contei para minha esposa que queria usar todo o nosso dinheiro para investir na OGX, ela disse: 'Você devia comprar ações de empresa que vende cerveja, pois com crise ou sem crise o povo não para de tomar cerveja'. Mas, eu argumentei que as ações da Ambev eram caras (rs). Aprendi que não há ser mais sábio do que a mulher. Quem dera nós abríssemos mais o jogo para nossas esposas para termos essas pitadas de sabedoria e uma segunda opinião. Mas nosso machismo nos faz levar as finanças da família toda em nossas costas, como bons provedores. Bons tolos, isso sim.
EXAME.com - O que deve mudar nos seus investimentos daqui para frente?
Fernando Alves - Não me dou por vencido. Percebi que a nossa Bovespa é uma vítima de "insider tradings" e os pequenos investidores são como maridos traídos, os últimos a saber das coisas. A nossa CVM (Comissão de Valores Mobiliários) praticamente não fiscaliza o mercado, quem dera a fiscalização aqui fosse mais forte como ocorre na Bolsa americana.
Comecei a valorizar mais questões macroeconômicas, pois com uma canetada o governo pode acabar com todos os fundamentos de uma empresa (vide elétricas). O principal de tudo: nunca mais investir em promessas, somente em empresas que já gerem lucros consistentes. Estou estudando novos métodos de investimento, como a análise técnica, mas não da escola tradicional, mas de uma escola chamada Trend Following, que tem dado muito certo nos EUA entre os pequenos investidores desde a década de 50.
Apesar de tudo, acredito que a Bolsa é a melhor aplicação para o pequeno investidor, no longo prazo, como forma de poupança (sem fazer day-trade) e criação de patrimônio, mas desde que ele se prepare para evitar armadilhas e os "cantos da sereia" do enriquecimento fácil.
Fonte: Exame
quarta-feira, 19 de junho de 2013
Protestos ampliam o pessimismo e investidores desfazem negócios no país
O nervosismo foi tamanho que os preços do dólar dispararam para R$ 2,18 logo na abertura dos negócios, obrigando o Banco Central a fazer uma pesada intervenção no câmbio. Para que a moeda norte-americana não avançasse mais, a instituição despejou US$ 4,5 bilhões no mercado por meio de duas intervenções.
Mesmo assim, o dólar encerrou o dia com alta de 0,56%, a R$ 2,178 para venda, a maior cotação desde 30 de abril de 2009. A preocupação com o impacto da arrancada da divisa dos Estados Unidos na inflação já levou o BC a injetar US$ 13 bilhões no sistema financeiro nas últimas duas semanas, sem, no entanto, obter sucesso. Além da desconfiança em relação ao futuro da economia brasileira, os investidores estão apreensivo com a possibilidade de o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, indicar hoje como será o processo de redução de estímulos ao país mais rico do planeta.
Fonte: Correio Braziliense
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Moçambique é a nova "queridinha" dos órgãos internacionais

Até há pouco tempo, Tete não passava de mais uma cidade esquecida e pobre do continente africano, motivo de destaque apenas por ser o lugar mais quente da região — no verão, as temperaturas podem facilmente ultrapassar os 40 graus.
Hoje, Tete é o maior símbolo da atual fase de Moçambique, país considerado um exemplo em comparação com a maioria de seus vizinhos. Dono de um sistema político estável, uma legislação moderna e, principalmente, recursos minerais abundantes, Moçambique atrai investimentos como nunca antes em sua história.
Foi em Tete que a Vale inaugurou em julho uma mina de carvão de 1,7 bilhão de dólares. É a segunda maior mina de carvão a céu aberto do mundo e o maior empreendimento da mineradora fora do Brasil.
No início de agosto, a australiana Rio Tinto pagou 4 bilhões de dólares por uma mina de carvão que pertencia à Riversdale, também da Austrália, em sociedade com a indiana Tata Steel. Localizada em Tete, a mina está em construção e deve começar a operar em 2012.
Pelos cálculos do governo, o país deverá produzir 95 milhões de toneladas de carvão por ano a partir de 2015, objetivo que, se for alcançado, colocará Moçambique entre os dez maiores produtores mundiais.
“A mineração representa hoje 1% do PIB, mas em pouco tempo será a principal atividade, podendo chegar a 30% da economia”, diz Esperança Bias, ministra dos Recursos Minerais. Projetos em andamento na área de papel e celulose somam outros 4,5 bilhões de dólares. Isso tudo num país que tem um PIB de 10 bilhões de dólares, o equivalente ao de um estado como o Piauí.
Em Tete, o dinheiro investido pelas mineradoras atraiu construtoras e bancos, fez surgir supermercados e locadoras de veículos. Em resumo, mudou a cara da cidade.
“Tudo o que for colocado à venda aqui é comprado”, diz Curratul Ustá, um comerciante moçambicano de origem indiana. Ustá chegou a Tete em 2009 para instalar cercas para a Vale. Hoje, tem 20 chalés para alugar (todos sempre lotados), um bar e um restaurante.
Mesmo com as melhorias já sentidas por parte da população local, os megaprojetos — como são chamados os empreendimentos tocados à base de capital estrangeiro e fortes incentivos fiscais — têm sido alvo de críticas por supostamente fazerem muitas concessões aos investidores e beneficiarem pouco o país.
“São atividades altamente danosas ao meio ambiente, que geram poucos empregos em relação ao investimento feito e não desenvolvem os setores básicos, como a agricultura e a indústria”, diz João Mosca, professor de economia da Universidade Politécnica de Moçambique.
Nas ruas de Tete, há milhares de agricultores pobres que, nos últimos anos, abandonaram suas terras e chegaram à cidade em busca de emprego ou para tentar vender alguma coisa aos engenheiros e geólogos que lotam os hotéis.
O grande desafio do governo é, segundo analistas, usar essa onda de investimentos em um único setor para dinamizar a economia como um todo.
Moçambique tem uma renda per capita de apenas 450 dólares e está entre os dez países com os piores resultados no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano. Mais de 60% da população está no meio rural e vive da agricultura de subsistência, que mantém os mesmos níveis de produtividade há 40 anos.
Apenas 14% da população tem acesso à energia elétrica e só 50% sabe ler. “Em 30 anos, passamos por três sistemas diferentes — o colonial, o socialista e, agora, o capitalista”, diz Armando Inroga, ministro da Indústria e Comércio. O que ajuda é o fato de Moçambique ter virado uma espécie de “queridinha” dos órgãos internacionais.
Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e os 17 principais países doadores de recursos a Moçambique formaram um grupo chamado G19, que centraliza as conversas com o governo e determina o destino das doações. Neste ano, foram de 700 milhões de dólares — ou 50% do orçamento do governo.
Uma solução brasileira
O Brasil, um dos países do grupo, tem assumido um papel cada vez mais central no desenvolvimento moçambicano. O país já é o principal destino da cooperação externa brasileira, com destaque para um programa da Embrapa e uma fábrica de remédios antirretrovirais.
O BNDES criou uma linha de crédito de 300 milhões de dólares, dos quais 80 milhões já estão sendo usados pela Odebrecht na construção de um aeroporto internacional em Nacala, cidade costeira da região norte do país.
“Eles nos enxergam como um irmão mais velho que venceu as dificuldades do colonialismo e deu certo na vida”, afirma Antônio de Souza e Silva, embaixador do Brasil em Maputo. “Há até mesmo um ditado local que diz que, para cada problema africano, há uma solução brasileira.”
Trinta anos de mudanças de sistema político tornaram inviável o surgimento de uma iniciativa privada forte em Moçambique. Os primeiros empresários locais começaram a surgir somente em meados da década de 90. A expectativa agora é que a chegada das multinacionais mude esse panorama.
“A entrada de grandes empresas privadas provavelmente ajudará a criar uma cultura de trabalho pautada pela eficiência e competição”, diz Galib Chaim, diretor da Vale em Moçambique.
Para os brasileiros, o idioma pode dar a falsa impressão de que se está num ambiente familiar. Não é bem assim. Há vários casos de choque cultural. Um exemplo foram as dificuldades enfrentadas pela Vale para reassentar 2 000 famílias que viviam perto de sua mina de carvão.
Além de transportar os pertences de cada um, a Vale teve de procurar e contratar uma empresa especializada em remoção de cemitérios. Em Moçambique, não basta transportar os vivos. Por motivos religiosos, é preciso também deslocar os mortos.
Fonte: Exame
sábado, 13 de agosto de 2011
O investidor anjo no Brasil
Angels, ou investidores anjo, são profissionais experientes que têm capital disponível para investir em novos empreendimentos. Em troca desse capital, eles esperam um percentual da empresa investida - ou seja, quando se ganha um angel, ganha-se um sócio. Nos Estados Unidos, os primeiros angels de uma empresa são divertidamente chamados de 3 Fs: Family, Friends, and Fools (do Inglês família, amigos e trouxas).
Em outras palavras, são pessoas que cercam o empreendedor, ou pessoas de posse que ele conseguiu convencer a investirem em sua ideia. Claramente, nota-se que esse tipo de sócio vai agregar com muito pouco além do dinheiro.
Angels que têm experiência e networking na área de atuação da startup são os melhores, e a esse capital damos o nome de smart money - traduzindo, dinheiro inteligente. Isso acontece porque ao mesmo tempo em que ele aporta capital, aporta também conhecimento e aconselhamento suficiente para acelerar o crescimento da empresa investida.
No Brasil ainda existem pouquíssimos angels, mas esse número deve crescer ao longo de 2011 e 2012 em virtude do aumento das oportunidades de investimento em startups. Além de pessoas conhecidas que podem se transformar em investidores anjo, os grupos que irão investir entre R$ 50 mil e R$ 500 mil em projetos inovadores e com excelentes perspectivas de receita são:
- Gávea Angels, atuando no Rio de Janeiro e com um investimento recente na startup Descomplica
- Floripa Angels, baseado em Florianópolis e liderada por Marcelo Cazado, atualmente investidora do Bookess
- Jacard Investimentos, também em Santa Catarina liderada por Marcelo Amorim
- São Paulo Anjos, atuando em São Paulo e atualmente liderada por Cassio Spina>
- Bossanova Angels, sediada em São Paulo com escritório no Vale do Silício, liderada por Pierre Schurmann
Infelizmente, existem muitos poucos grupos como esses no Brasil - e poucos casos de sucesso. Existe inclusive a possibilidade de fundos maiores seguirem a tendência vista hoje nos EUA, em que VC's tradicionais criam aos poucos estratégias de investimento em empresas bem menores – chegando praticamente a atuar como angels. Assim, não se surpreenda se a DLM, Confrapar, Inseed, Astella e outros fundos de capital semente também comecem a aportar quantias menores em empresas nascentes.
Autor: Yuri Gitahy (investidor-anjo, conselheiro de empresas de tecnologia e fundador da Aceleradora, que apoia startups com gestão e capital semente)