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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Como Funciona o Leilão com Ações de Pré-Abertura e Fechamento do Pregão

O tutorial abaixo explica como funcionam os leilões executados na pré-abertura do pregão (das 9:45 até as 10:00) e após o fechamento (18:00 as 18:15). Há tempos estava querendo escrever um post sobre o assunto, porém como a matéria do InfoMoney é muito mais detalhada (e com uma série de informações que eu desconhecia), resolvi postá-la por aqui.


SÃO PAULO – Investir no mercado de ações exige o conhecimento de alguns termos e operações, que nem sempre, ou na maioria das vezes, não são lá muito comuns para os investidores. Esse pode ser o caso dos leilões de pré-abertura e de encerramento, momentos que podem ser considerados, no mínimo, decisivos em um dia de negociação de uma bolsa de valores.
O leilão de pré-abertura é assim chamado por corresponder ao período de 15 minutos que antecede a abertura do pregão. Seu horário sofre alterações ao longo do ano por conta do horário de verão tanto no Brasil quanto nos EUA, buscando sempre manter o horário de abertura da Bovespa atrelado ao de Wall Street.

Esse é um período no qual o sistema da bolsa apenas aceita o registro de ofertas de compra e ofertas de venda, mas não registra o negócio, de fato. “Ele [o sistema] não fecha as ofertas de compra com as ofertas de venda, nem as ofertas de venda com as ofertas de compra, ainda que elas se cruzem em termos de preço. O negócio não se efetiva durante esses 15 minutos, somente na abertura do pregão”, explica o Diretor de Operações da BM&F Bovespa, André Demarco.

É importante ressaltar que ter uma oferta de compra ou venda aceita pelo sistema de negociação da bolsa durante o leilão de pré-abertura não significa, invariavelmente, que no momento da abertura do pregão o investidor conseguirá fechar um negócio, pois “para isso ainda é preciso que as ofertas de compra e de venda se casem”, explica Demarco.

Voltar atrás?

Apesar das ofertas de compra e venda ainda precisarem se cruzar, ou seja, que alguém queira vender pelo mesmo preço que alguém quer comprar, para que o negócio de fato ocorra na abertura do pregão, Demarco explica que não há como cancelar essa oferta. “A bolsa tem regras de negociação aplicadas a esta fase de pré-abertura, dentre elas a mais importante é, se você tem uma oferta que está participando do leilão, não há como cancelar a oferta”, enfatiza o diretor da bolsa.
 
Segundo ele, o período também é importante por significar um intervalo que o investidor tem para “esperar que alguém queira comprar mais caro, ou vender mais barato” um papel que é de seu interesse.

Preço de abertura

Demarco ainda explica que o leilão de pré-abertura é um momento fundamental para a definição do potencial preço de abertura de um ativo e que também é uma ferramenta democrática para quem decide negociar ao preço de abertura. “O leilão de pré-abertura serve para que as pessoas que queiram negociar ao preço de abertura, que é um preço importante em um dia de negociação, tenham condições de fazê-lo de forma equilibrada, transparente e equânime”, avalia.
 
Neste sentido, o leilão de pré-abertura tem como uma de suas funções básicas contribuir para o equilíbrio do preço de abertura de uma determinada ação. Além disso, “o leilão de abertura evita certa desorganização no processo de formação de preço, que é um princípio da própria bolsa, de forma que o produto do próprio leilão seja todo em um único preço, que é o preço de abertura”, esclarece Demarco.

Não há qualquer tipo de distinção, e qualquer investidor pode participar do preço de abertura, desde que, para isso, tenha registrado sua oferta de compra ou venda durante o leilão de pré-abertura.

Home broker

Outro aspecto importante a ser notado quando falamos em leilões de pré-abertura são as ordens realizadas antes do início do pregão e que se tornaram cada vez mais comuns com a utilização do sistema Home Broker. Esta é uma ferramenta de negociação online, criada pela Bolsa, e que permite ao investidor enviar ordens de compra e venda de ações, diretamente para o sistema de Negociação da BMF&Bovespa, pela internet, a qualquer hora do dia, inclusive fora do horário de funcionamento da Bolsa.
 
Quando isso acontece, mesmo que a ordem de compra ou venda tenha sido enviada pelo investidor antes da abertura dos negócios, ela fica armazenada no sistema da corretora e no início do leilão de pré-abertura, o sistema da Bolsa permite que esta ordem se transforme em um registro de oferta.

“Ordens que tenham sido programadas antes das 9h45 também são registradas como ofertas durante o leilão de pré-abertura, de modo que possam influenciar na definição do potencial preço de abertura”, explica Demarco.

De olho no globo

Os leilões de pré-abertura também assumem maior visibilidade diante da interação cada vez mais presente entre os mercados globais. Indicadores econômicos e o próprio noticiário internacional, além do desempenho de outras bolsas, mais notadamente a asiática e a europeia, que abrem antes da abertura da Bovespa, são acompanhados de perto e podem influenciar a antecipação do posicionamento de alguns investidores.
 
Via home broker, o investidor pode registrar suas ordens no momento em que julgar mais apropriado e tê-las convertidas em registros de ofertas no início do leilão de pré-abertura, como lembra Demarco.

Quem participa?

Não há qualquer espécie de restrição quanto a quais papéis podem ou não ser negociados em um leilão de pré-abertura, contudo, o Diretor de Operações da BM&F Bovespa explica que “os que geram negócio de abertura são os de maior liquidez”.
 
No que diz respeito aos participantes, ao mesmo tempo em que a incorporação de notícias vindas da Ásia e Europa pode influenciar no registro de ordens antes da abertura e que, por sua vez, serão convertidas em registros de ofertas no leilão de pré-abertura, a expectativa sobre os mercados norte-americanos também diminui a participação de investidores mais conservadores nesta operação.

“Tem um número grande de participantes do mercado, que às vezes esperam o mercado norte-americano abrir, que tem um gap de horário, o mercado de Nova York, por exemplo, pra depois sim começar a se posicionar em relação ao mercado brasileiro”, explica Demarco.

Leilão de fechamento

Já o leilão de encerramento, ou call de fechamento, como alguns preferem chamar, é relativamente mais simples e difere do leilão de pré-abertura em dois aspectos básicos: tempo de duração e quais papéis participam.
 
O leilão de fechamento acontece durante os cinco minutos que antecedem o término do pregão, ou seja, na maior parte do ano, das 16h55 às 17h00. Outra característica essencial é que “só fazem parte do call de fechamento os ativos que façam parte de alguma das carteiras de índice da Bovespa, mas não necessariamente do Ibovespa”, &explica o Diretor de Operações da BM&F Bovespa.

Particularidades

Assim como a regra que não permite o cancelamento do registro de uma oferta no leilão de pré-abertura, esta também é uma autorregulação da bolsa, no entanto, esta norma considera exceções no caso de oscilação atípica um papel em determinado pregão.
 
Nestes casos, existe uma outra regra que diz que ainda que a empresa não tenha suas ações listadas em algum índice, ou seja, ela por definição não faça parte do call de fechamento, a Bovespa pode decidir que em um determinado pregão as ações daquela companhia façam parte do call de fechamento, por conta do seu desempenho durante o pregão.

Para entender o princípio adotado pela bolsa para abrir tal exceção é preciso conhecer antes a principal finalidade do leilão de encerramento, que é definir o preço de fechamento do ativo em um determinado dia.

Posto isso, torna-se fácil compreender que uma ação que tenha alcançado maior liquidez em um dia terá uma maior disputa pelo seu preço de fechamento naquele pregão, e para que isto ocorra de forma transparente, a bolsa determina que todos poderão participar do preço de fechamento daquele ativo por meio das ofertas registradas durante o call de encerramento.

Demarco ressalta que quando a bolsa decide abrir uma exceção deste caráter, ela tem de avisar o mercado no mínimo 30 minutos antes do fechamento do pregão.

Representatividade

Dentre todas as particularidades desta operação, um dado no mínimo interessante chama atenção. Demarco explica que nesse intervalo de apenas 5 minutos, a bolsa chega a negociar de 5% a 10% do volume negociado durante todo o pregão. Logo pensamos, qual fator poderia motivar a ocorrência desse expressivo volume de negociações em tão curto intervalo de tempo?
 
A explicação pode ser encontrada nas ordens de compra e venda que já haviam sido feitas ao longo de todo aquele dia. Segundo o Diretor de Operações da bolsa, existe uma ordem muito comum, não só no Brasil, mas também nos mercados estrangeiros, na qual o investidor opta por negociar ao preço de fechamento, ou, até mesmo, a um percentual do volume total de negócios registrados com aquele papel no dia. 
 
Quando ele assume essa posição, o preço de fechamento ainda não foi definido, tampouco o volume total, de tal forma que, participando do leilão de encerramento, ele terá oportunidade de interferir, mesmo que minimamente, nestes dois fatores determinantes para o seu negócio.

Bom ou ruim?

Assim como qualquer outra operação no mercado de ações, participar do call de fechamento exige uma prévia análise de quais podem ser os riscos e benefícios. Demarco explica qual é o principal ponto a ser observado: “quem negocia ao preço de fechamento não terá mais a possibilidade de zerar a operação”, de tal modo que, participar pode ser favorável ou não, dependendo de qual foi o preço de fechamento do ativo naquela data.

Twitter: http://twitter.com/ramonritter
Blog: http://ramonritter.posterous.com

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Ações: Aplicar Diretamente ou Via Fundos

Recebi o e-mail abaixo do Gérson e como as dúvidas dele são parecidas com as de outros leitores do blog, resolvi colocar a resposta em forma de artigo:

"Li algumas matérias no Mercado Em Ação e há muito tenho pensando em entrar com algum investimento na bolsa. Tenho conta na Caixa e baixo salário. Você acha que seria interessante e lucrativo aplicar no Tesouro Direto da Caixa? Vi também que você propôs a Geração Futuro, que tem tido bons resultados. Não compreendo quase nada, portanto, qual seria a diferença em aplicar num banco que tem muito tempo de estrutura (Caixa) ou aplicar numa equipe ou Clube de Investimento?"

Vamos por partes:


Ações

De 2002 até meados de 2007 o mercado de ações estava só subindo. Mesmo com as eventuais quedas causadas pelas realizações de lucros, aplicar em papéis de empresas com Petrobrás, Vale, Usiminas, Bradesco, entre outros, era sinônimo de lucro praticamente certo e altos rendimentos.


Com o estouro da crise norte-americana no segundo semestre de 2007, causado principalmente pelos "calotes" nas hipotecas feitas para o mercado sub-prime (empréstimos para pessoas sem histórico de crédito e renda incerta), as bolsas do mundo inteiro foram afetadas.

O Brasil, felizmente, acabou sofrendo menos do que muitos esperavam. Mas, de qualquer forma, foi suficiente para interromper o ciclo de altas constantes e "devolver" uma parte razoável dos ganhos auferidos nos últimos tempos.
Segundo estimativas de alguns corretores, ações como as da Petrobrás e da Vale estariam valendo hoje até 30% menos do que deveriam. Isso indicaria um momento para compra dos papéis, já que não existem problemas operacionais que justificassem essas quedas (os lucros de ambas as empresas só crescem).

Entretanto, em uma matéria da revista Exame desse mês, ha uma citação de Warren Buffet
onde ele diz que agora ainda não é um bom momento para entrar na bolsa, pois ocorrerá muita oscilação no mercado financeiro até meados de 2009, quando o ambiente deve começar a estabilizar. É óbvio que ninguém sabe com exatidão quando essa crise vai passar e um novo ciclo de alta será retomado. Mas os conselhos do Buffet devem ser, no mínimo, levados em consideração.

Assim, é preciso avaliar se você pretende aplicar pensando em médio ou longo prazo (acima de um ano).
No médio prazo (até o final do primeiro semestre do próximo ano), ainda podem ocorrer outras quedas. Se você precisar sacar o dinheiro antes do mercado estabilizar, pode ter que sair no prejuízo. No longo prazo, mesmo essas oscilações podem não ter muita influência, pois eventuais quedas seriam compensadas pelos dividendos pagos e pela recuperação que é muito provável que ocorra (não esqueça que estamos falando de empresas muito lucrativas).

Porém, cada um tem sua própria estratégia: em março desse ano vendi todas as ações que tinha e apliquei em 2 fundos de ações (Geração Futuro e Sparta Cicilico
). Não me arrependi dessa decisão (o Sparta rendeu mais de 100% nesses 4 meses) e só pretendo voltar a aplicar diretamente daqui a um ano.

Fundos de Ações

Nesse caso, você tem pessoas especializadas para aplicar para você e teoricamente teria um rendimento maior do que aplicando diretamente na bolsa. Na prática, isso nem sempre acontece, pois os fundos, como precisam aplicar centenas de milhões de Reais, muitas vezes não conseguem se desfazer de uma posição (vender todos os papéis) com a agilidade necessária.

Um exemplo: digamos que você tenha R$ 100 mil aplicado na Petrobrás e fica sabendo que vai ter uma queda no papel. Se você vender todas as suas ações, não irá influenciar em nada a cotação, pois valores superiores a isso são negociados no intervalo de alguns minutos. Agora imagine que os analistas da Caixa ou da Gera Futuro, sabendo dessa informação, resolvam vender as milhões de ações que eles tem da Petrobrás de uma só vez: isso poderia derrubar a cotação do papel e eles teriam um bom prejuízo. Ou seja, esses grandes players precisam comprar e vender com mais calma, pensando sempre no médio e longo prazo. Só que com isso eles perdem a agilidade necessária para lucrar nas oscilações menores.


É claro que o mercado é mais complexo do que o exemplo dado acima, porém serve para você ter uma idéia...


Sobre as vantagens de se aplicar na Caixa ou Geração Futuro


A Caixa (ou qualquer outro banco onde você for correntista) te proporciona a facilidade de aplicar/resgatar usando o seu internet banking ou ATM. Além disso, se o fundo em questão estiver aplicando em papéis de empresas como Petrobrás e Vale, as chances de você ter um bom lucro são razoáveis. E, o mais importante, sem precisar passar várias horas por dia acompanhando as cotações no home-broker (nem sempre o chefe fica feliz ao ver um funcionário passando boa parte do dia acompanhando as cotações para saber a melhor hora de comprar ou vender).


No caso da Geração Futuro, é necessário fazer um cadastro, enviar cópia autenticada dos seus documentos por SEDEX e fazer uma TED para o Bradesco (onde fica a conta da corretora). E, como eles aplicam uma considerável parte do fundo em small caps (empresas de médio porte), os riscos são um pouco maiores em períodos como o atual, em que o mercado desvalorizou demais essas empresas (quando há crises fortes, a tendência dos grandes investidores é vender seus papéis de small caps e comprar blue chips, que possuem maior liquidez).

Em compensação, quando o mercado se recuperar, é boa a probabilidade das small caps terem uma valorização maior, o que beneficiará a Geração Futuro.


Tesouro Direto


É um tipo de aplicação de renda fixa, onde você compra os papéis do governo diretamente (mas através de um banco ou corretora). O risco é praticamente zero (somente se o governo quebrar ou der um calote, o que é extremamente improvável na situação atual do Brasil) e a rentabilidade é razoável.

Nesse caso, como é uma espécie de commodity (o produto é o mesmo independente de quem intermedia a operação), vale a pena aplicar em quem cobrar a menor taxa de administração (a Geração Futuro cobra apenas 0,3%).

Ou, se o valor a aplicar for muito baixo, com quem oferecer mais comodidade (no seu banco, você pode fazer uma transferência sem custos, enquanto que na GF vai precisar executar uma TED)
.

Conclusão:

Aplicar diretamente em ações envolve mais riscos (mas os ganhos podem ser maiores também) e exige que você disponha de tempo para acompanhar e um capital maior par aplicar.

Como estamos em um período de alta volatilidade, desaconselho essa estratégia para iniciantes.


Aplicar em Fundos de Ações de bancos de primeira linha significa maior comodidade (e segurança), mas existe a possibilidade de se ganhar menos do que em um fundo da Geração Futuro no
longo prazo (devido, principalmente, a estratégia mais agressiva da GF). Mas, em qualquer um dos dois, acredito que estará fazendo uma boa aplicação.

Agora, se for precisar desse dinheiro para um período inferior a 6 meses, tem aversão ao risco ou fica desesperado ao ver seus papéis só caindo por períodos de vários meses, aplique em renda fixa, como o Tesouro Direto.
Pode ganhar menos, porém vai dormir mais tranquilo...

E uma ressalva: se for aplicar em Clubes de Investimento (principalmente os administrados por pessoas físicas), tenha certeza da competência do administrador, para não "entrar em uma roubada"...

PS: Não esqueça que diversificar é a melhor estratégia para quem quer correr menos riscos. Se resolver aplicar em ações (diretamente ou via fundos), procure deixar também uma parte em renda fixa, como o Tesouro Direto.

domingo, 18 de março de 2007

Curso Grátis de Análise Técnica (ou Gráfica)

Quem assina boletins como o Projeção, especializados em produzir análises sobre papéis, já deve ter visto textos como "se o iBovespa perder o suporte dos 42.000 pontos, deve procurar um novo aos 38.000" ou então "o papel, que está em tendência altista, deve encontrar resistência em R$ 12,30. Se ultrapassar esse valor, deve testar novo teto em R$ 13,10".

Para entender esses termos e saber como são determinados os valores de teto e suporte de uma ação, é preciso conhecer a Análise Técnica (ou Gráfica).

E para aqueles interessados no assunto ou que desejam aprender como formular uma estratégia para compra e venda de ações, o Leandro Stormer disponibilizou em seu site 3 cursos on-line (animações em Flash) grátis sobre o assunto.

Além de análise de papéis, são explicadas de forma bem detalhada as terminologias usadas. Os básicos são gratuitos, enquanto que os intermediários são pagos. Para quem está começando (ou vai começar), é uma excelente pedida.

Acredite, após os 80 minutos (tempo total dos 3 cursos) você estará apto para entender melhor os boletins e análises disponíveis na web, além de aprender como reagir nesse período de turbulências da bolsa...

sábado, 10 de março de 2007

Caracteristicas de um Home Broker

Ao escolher uma corretora para operar, um ponto muito importante a avaliar é a qualidade do home broker que é oferecido aos clientes. Home broker é a plataforma de negociação (normalmente acessada pelo seu internet browser) usada para operar nas bolsas de valores.

A maioria das corretoras disponibiliza algum e são raras as que exigem que os clientes enviem suas ordens de compra e venda pela mesa (financeira) da corretora. Como a diferença de qualidade e recursos entre os home brokers é muito grande, é importante avaliar o que cada um oferece. Assim, antes de iniciar a operar com a corretora, veja se o home broker possui quantas das características a seguir (são raríssimos os que oferecem todas):
  1. On-Line: As cotações devem ser atualizadas em real-time, ou seja, instantaneamente (alguns possuem atualizações a cada 15 minutos). Além disso, suas ordens de compra devem ser processadas imediatamente. Um participante do fórum Investidor Agressivo reclamou que a corretora do Banco do Brasil levava, em alguns casos, quase 1 hora para processar um ordem enviada pelo home broker, pois quem a efetivava, na verdade, era a mesa. Acredite, em operações na bolsa, minutos podem significar a diferença entre um bom lucro ou um grande prejuízo;
  2. Stop Gain/Loss: Os melhores home brokers permitem a programação de um stop para venda de uma ação. O stop é um "gatilho" que dispara quando a ação atinge um determinado valor. Exemplo: você tem uma ação da Petrobrás que atualmente vale R$ 45,00 e gostaria que ela fosse vendida automaticamente caso ela baixasse de R$ 44,00 (stop loss) ou se ultrapassasse R$ 48,00 (stop gain). Esse mecanismo é muito importante para aqueles que não tem condições de acompanhar o sobe e desce das cotações. A utilidade de um stop loss (perda) é óbvia e mais fácil de ser determinada (exemplo: quero me desfazer do papel se ocorrer uma perda de mais de 3%). Já o cálculo do valor de um stop gain (ganho) é mais complicado, pois implica em calcular qual poderá ser o teto de valorização da ação e quando ela pode voltar a descer (imagine sua frustração se, no caso acima, a cotação da Petrobrás chegasse a R$ 51,00);
  3. Lista de Ofertas: Ao comprar ou vender uma ação é importante você poder ver o que está sendo ofertado pelas demais corretoras. Um bom home broker irá listas as quantidades, valores e corretoras que estão negociando o papel escolhido (preferencialmente em ordem crescente/decrescente). Exemplo: você quer comprar pelo melhor preço possível uma ação da Petrobrás, que está cotada a R$ 45,00 e está oscilando bastante durante o dia. Na lista de ofertas de compra emitidas pelas outras corretoras, uma parte muito grande delas oferece R$ 44,30 pelo papel. Nesse caso, você poderia oferecer R$ 44,31, pois, no caso de uma queda, sua compra seria feita antes das demais;
  4. Gráfico de Acompanhamento: Um gráfico com a evolução minuto a minuto da ação permite que você veja quais foram os limites atingidos no dia e ajude a definir o preço que você pretende negociar o papel;
  5. Listagem da Carteira: Ajuda bastante o seu controle a disponibilização de uma lista de seus ativos, com o valor de aquisição, cotação atual e rentabilidade até o momento. Apesar de parecer óbvio, a maioria não tem essa funcionalidade. Com isso sobra para as planilhas do Excel (se sua carteira está bem diversificada, é inviável o acompanhamento on-line);
  6. Cálculo do IR: Apesar de não ser muito complexo, o cálculo do IR a pagar pela venda dos seus papéis (o pagamento é mensal e deve ser feito até o último dia útil do mês seguinte às vendas, se estas ultrapassarem R$ 20.000,00) pode assustar um pouco para os iniciantes e os egressos da renda fixa, onde os próprios bancos já retém os impostos. Caso o seu home broker não faça isso (são raros os que fazem), ou você usa o Excel ou então o site O Sardinha, que faz isso para você;
  7. Cálculo da Corretagem: Enquanto que algumas corretoras cobram um valor ou um percentual fixo por operação, outras ainda seguem a tabela da Bovespa, onde, além de um percentual variável conforme o total operado no dia, ainda há um valor fixo para ratear entre os papéis negociados. E como a corretagem cobrada influencia no cálculo do IR, para quem usa o Excel esse trabalho é razoável;
  8. Disponibilidade: Nos fóruns, com freqüência vemos reclamações de home brokers que ficam off-line várias vezes durante o dia. Só quem já perdeu um bom negócio por causa de falha na infraestrutura da corretora sabe valorizar esse item;
Apesar da importância do home broker, avalie também outros diferenciais da corretora, como atendimento prestativo, disponibilidade dos analistas para tirar suas dúvidas, assessoria financeira personalizada, produção de boletins exclusivos, valores das corretagens cobradas, descontos progressivos, entre outros.

segunda-feira, 5 de março de 2007

Clubes de Investimento

Os principais problemas que os iniciantes encontram ao operar com as corretoras são: valor mínimo para operar elevado, custo das operações, dificuldade para acompanhar os resultados e falta de conhecimento aprofundado do assunto.

Para quem tem valores superiores a R$ 100 mil, várias corretoras disponibilizam um serviço de administração da carteira, onde eles ficam responsáveis por comprar e vender as ações do cliante.

Entretanto, como nem todos dispõem de uma quantia elevada como essa, uma boa alternativa é entrar em um Clube de Investimento.

Os Clubes de Investimento apresentam uma série de vantagens em relação aos Fundos de Investimentos, oferecidos pelos bancos:
  • Custo mais baixo: Com menos exigências de controles, os custos dos clubes são reduzidos. A manutenção também é barata e simples. Além disso, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão que regulamenta e audita as operações de mercados de capitais no Brasil, exerce um bom controle sobre operações dos clubes, exigindo que o administrador seja um profissional certificado e com no mínimo 5 anos de experiência, o que diminui a possibilidade de erros e fraudes;
  • Acessibilidade: Qualquer pessoa pode aplicar, mesmo que não tenha grandes recursos (muito exigem como aplicação mínima R$ 100,00), através de um clube de investimento. O número mínimo de participantes é três e o máximo 150. Uma única ressalva, clubes que exigem valores muito baixos para aplicação cobram taxas de administração mais altas (até 4% ao ano sobre o rendimento). Avalie sempre os valores cobrados (vão de 0,5% a 4% ao ano).
  • Tranqüilidade: Aplicando-se em clubes, cria-se o hábito de investir mensalmente. Dessa forma, esses investidores conseguem fazer com que suas aplicações mantenham-se teoricamente na média, o que é importante quando não é possível prever o melhor momento de investir. Além disso, muitos não tem tempo de acompanhar o mercado e querem apenas deixar o dinheiro rendendo por um bom período.
  • Diversificação : Outra vantagem é que com um volume maior, originado pela soma dos recursos de cada integrante do Clube, é possível diversificar a carteira de ativos, investindo em ações de diferentes empresas e setores da economia, com custos de transação proporcionalmente menores.
  • Participação direta: Os Clubes de Investimento permitem, em princípio, que os envolvidos participem diretamente da sua gestão, o que, embora demande tempo e exija uma certa disciplina, constitui excelente forma de aprender como funciona o mercado. Essa pode ser uma excelente forma de analisar como os melhores atuam antes de se arriscar em vôos solo.
Outra vantagem em aplicar através dos Clubes de Investimento é a simplificação da tributação: já vi muita gente desistir da bolsa devido a (relativa) complexidade do cálculo do Imposto de Renda que deve ser pago mensalmente por quem opera diretamente. No caso dos clubes, a responsabilidade pelo cálculo e a retenção do imposto a pagar é do administrador do mesmo.

E, o mais importante de tudo: peça para que apresentem um demonstrativo mensal da rentabilidade do fundo nos últimos 3 anos e compare com o iBovespa do mesmo período. Se estiver abaixo do índice, descarte-o imediatamente, pois esses clubes geralmente ultrapassam em muito o iBovespa.

Para finalizar: converse pessoalmente com o administrador e peça para que ele explique a estratégia do clube de curto, médio e longo prazo. É fundamental sentir-se seguro com ele, pois estará administrando o seu "suado dinheirinho".

domingo, 4 de março de 2007

Qual é o Valor Mínimo para Aplicar na Bolsa

Na revista Papo de Homem um leitor pergunta qual é o valor mínimo para aplicar em ações.

Para compra direta de ações, através de uma corretora, sugiro no mínimo R$ 10.000,00, sendo que o ideal são valores acima de R$ 20.000,00.

Por que isso? Normalmente os papéis de uma empresa são negociados em lotes de 100 ações (valores inferiores são comercializados no mercado fracionario). Assim, se você comprar um lote mínimo da Petrobrás (R$ 43,00 x 100) e outro da Vale do Rio Doce (R$ 56,00 x 100), somada 0,5% de corretagem, você já gastou R$ 9.950,00. Ou seja, você usou todo o seu dinheiro para comprar um lote mínimo de apenas 2 papéis.

Entretanto, se você verificar as carteiras sugeridas pelas corretoras, irá verificar que a indicação é nunca colocar mais de 15% em um único papel (o padrão é 5% a 10% em cada), para diluir o risco em caso de queda. Veja um exemplo de carteira sugerida pela Planner para o mês de fevereiro, para verificar o que falei.

Veja na matéria “Bolsa em Queda: O Que Fazer?” um exemplo da importância da distribuição de sua carteira em vários papéis.

Com a queda da bolsa da China, a Bovespa foi atrás e gerou perdas de 7,92%. Entretanto, enquanto que a Natura caia 13%, as ações da Brasil Telecom e da Telemar valorizaram 4,5% e 3,92% respectivamente. Ou seja uma carteira bem diluída pode amenizar consideravelmente suas perdas.

Além disso, é mais seguro você colocar uma parte de suas aplicações na Renda Fixa, que apesar de gerar ganhos bem menores, não sofre as oscilações típicas do mercado de capitais. Outra alternativa é aplicar no novo produto da Bovespa, o POP, onde o seu capital fica protegido de quedas maiores em troca de uma redução nos ganhos.

Pretendo publicar ainda nesse final de semana um artigo sobre as outras formas de aplicar em ações, como Fundos de Ações e Clubes de Investimento.



sexta-feira, 2 de março de 2007

Bolsa em Queda: O Que Fazer?

Essa semana as bolsas de valores do planeta inteiro experimentaram turbulências como não se via desde setembro de 2001. Num processo iniciado pela China no dia 27 de fevereiro, quando a bolsa de Xangai despencou 8,9% devido à preocupação das medidas que seriam adotadas pelo governo chinês para controlar o excesso de liquidez do país, a queda foi generalizada e repercutiu em todos os mercados, em menor ou maior grau.

O Brasil, que já havia experimentado um forte ajuste em janeiro desse ano, na faixa de 10%, viu o iBovespa cair dos 46 mil pontos do início da semana para 42.369 nessa sexta-feira. Isso fez com que a semana fechasse com uma desvalorização de 7,92%. Além disso, é quase consenso entre os analistas que novas quedas possam ocorrer durante esse mês de março.

Entretanto, apesar da quase histeria entre os investidores, o mercado parece ainda possuir bom senso para avaliar alguns papéis. Motivado pela oferta de compra por um grupo egípcio, as ações da Brasil Telecom e da Telemar valorizaram 4,5% e 3,92% respectivamente.

Já a Natura, que apresentou um resultado menor do que o esperado e sofre com a concorrência da Avon, experimentou uma queda de 13%, bem acima dos demais.

A Petrobrás e a Vale, responsáveis por 28,7% do Índice Bovespa, apresentaram quedas de 7,15% e 6,65% respectivamente. A Vale, cujas receitas serão mais afetadas pela crise chinesa, já vem apresentando uma considerável desvalorização desde o início desse ano. O mesmo tem ocorrido com a Petrobrás, influenciada pela queda do preço do petróleo no mercado internacional e, em menor grau, com a crise da Bolívia. Na próxima segunda-feira veremos se o anúncio, ocorrido hoje, da descoberta de um poço em Caxaréu (ES) com capacidade de extração de 570 milhões de barris, vai ajudar a refrear a queda dos papéis da petrolífera.

POP

Nesse cenário ruim, o POP (Proteção do Investimento comParticipação), produto lançado pela Bovespa em fevereiro, que reduz as perdas do investidor em troca de parte dos ganhos, acabou saindo da condição de patinho feio para a de opção realmente interessante, já que minimizou consideravelmente os prejuízos dos que que aplicaram no produto.

O POP teve baixa aceitação desde o seu lançamento, em razão do custo de sua proteção. Em um mercado com boas perspectivas de alta, reduzir os ganhos para receber uma proteção extra não é muito atrativo. Por isso, foi comprado basicamente por investidores mais conservadores, usualmente avessos ao risco.

Com essa queda alta, provavelmente deve passar a receber mais consideração até dos mais agressivos a partir de agora.

Perspectivas para Março

Não parece haver um consenso entre os analistas, que estão sugerindo a manutenção da carteira atual em grande parte dos casos, para que os clientes não tenham que realizar os prejuízos nesse momento. Enquanto que a maioria aposta na recuperação das perdas ainda esse ano, alguns poucos acreditam que esta só deva ocorrer em 2008.

De qualquer modo, tudo vai depender de como o mercado internacional vai reagir nos próximos dias. Até lá, exceto se você tiver uma bola de cristal, o melhor é esperar para ver qual será a tendência dos papéis para esse ano.

O Que Fazer?

Apesar de mercados turbulentos poderem gerar bons ganhos, para a grande maioria, o melhor é esperar passar esse momento. Sobre aproveitar para comprar os papéis que estão em baixa, é importante estar atento para a possibilidade de ocorrerem novas quedas durante esse mês.

Dessa forma, os papéis devem ter seus fundamentos analisados profundamente, caso a caso. Além disso, uma alternativa é comprar esses papéis aos poucos, reduzindo o impacto de oscilações. O Dresdner Kleinwort Bank, um dos mais importantes bancos de investimentos da Europa, sugeriu aos seus clientes brasileiros que reduzam em 10% o capital aplicado em ações e comprem títulos públicos.

E, aos que já estão com seu dinheiro aplicado, o momento é de cautela e sangue frio: aguarde a passagem desse momento de instabilidade e espere a recuperação que virá.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Análise Técnica x Fundamentalista

Ao iniciar a participação em fóruns e listas de discussão sobre aplicações, é comum assistir duas correntes distintas se digladiarem: os Grafistas e os Fundamentalistas.

Os Grafistas são chamados assim por montarem suas estratégias baseado na Análise Técnica (ou Gráfica) de suas carteiras, avaliando os dados gerados pelas transações (preço e volume) e utilizando os gráficos resultantes para buscar padrões e assim determinar o melhor momento para comprar ou vender uma ação.

Essa técnica, para funcionar, precisa que a ação em questão tenha um grande volume de transações, pois somente assim haverá massa de testes para fazer suas estimativas. Segundo seus seguidores, tem a vantagem de não ser necessário um profundo conhecimento do mercado onde se está atuando nem da ação com a qual se irá trabalhar, bastando apenas estar disponível uma série histórica bem grande para poder gerar os gráficos. Sua fundamentação teórica é baseada em estatística.

Um grafista com quem conversei citou como maior benefício dessa técnica a possibilidade de alavancar seu capital mais rapidamente com freqüentes compras e vendas de ações. De acordo com esse trader, nos últimos anos, somente uma vez ele teve um prejuízo grande usando a AT.

Já os Fundamentalistas focam na determinação do valor da ação de uma empresa a partir de seus dados financeiros, macro-econômicos e a política monetária do país e a forma como esse conjunto irá se refletir nos preços das ações.

Usando essas informações, tentam estimar o valor real da ação, visando determinar se o momento é de compra ou de venda da mesma. Para investidores institucionais ou de grande porte, essa técnica é muito importante, pois irá determinar quais as ações possuem boas possibilidades de valorização, além do momento apropriado para descartá-las de suas carteiras.

A minha estratégia é manter metade da minha carteira em ações nas quais pretendo investir visando o longo prazo. Essas seriam escolhidas usando a Análise Fundamentalista. E o restante usarei em operações de curto prazo, onde pretendo definir o momento da compra e da venda usando a Análise Técnica.

Ficou interessado em aprender mais sobre essas duas "correntes"? Um excelente tutorial sobre Análise Técnica pode ser encontrada no site da Nelogica, enquanto que a ESTinvest disponibiliza um artigo detalhado voltado para os conceitos da Análise Fundamentalista.