terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Chargeback – O fantasma do E-Commerce

A matéria abaixo foi publicada originalmente no Blog do E-Commerce e é leitura obrigatória para todos que pretendem abrir uma loja virtual. Aliás, o Blog do E-Commerce publica diariamente excelentes artigos sobre o assunto.

Por um erro de falta de informação, aprendi das piores maneiras possíveis o que é Chargeback. Quando você se afilia às operadoras de cartão de crédito (Ciello, Redecard, Amex) para iniciar suas vendas on-line, em nenhum momento eles lhe informam o que é o temido chargeback – na verdade essa informação consta no site das operadoras, mas você tem que procurar bastante. Como um bom brasileiro, assinamos um contrato sem ao menos ler.

O que é Chargeback?

O chargeback é o cancelamento da transação pelo portador do cartão pelo não reconhecimento da compra, o motivo mais recorrente. Isso acontece assim:

1. Você faz uma venda por cartão de crédito.

2. A administradora aprova a transação e o crédito cai na sua conta.

3. Como um bom vendedor, você envia imediatamente a mercadoria.

4. De 20 à 40 dias (sim, já recebi um aviso após 40 dias) você recebe uma carta da administradora do cartão dizendo que o portador não reconhece a compra e que o dinheiro vai ser debitado de sua conta. Simples assim! Aí você pergunta: por que diabos o portador do cartão não reconheceu a compra? Primeiro, o número deste cartão pode ter sido clonado e está sendo utilizado por outras pessoas. Segundo, o portador do cartão está agindo de má fé – e isso acontece muito. Esses indivíduos fazem uma compra on-line, mandam entregar em um endereço diferente do cartão e quando chega a fatura, eles ligam na operadora e cancelam a venda. Não é o fim do mundo, existem maneiras para se ter mais segurança. Apenas para deixar claro que esse risco ocorre somente com lojas que fazem contrato direto com as operadoras. Caso você utilize gateways de pagamento como PagSeguro, Pagamento Digital, MoIP, fique tranquilo, eles garantem a transação. Já quando se faz contrato direto com as operadoras, você tem duas opções de segurança: por conta própria ou contratar serviço de empresas especializadas neste tipo de operação.

Por conta própria

  1. Ao efetuar uma venda, ligue para o telefone informado no cadastro da compra e peça que confirme as informações. Muitos golpistas não estão preparados para fornecer imediatamente os dados que foi inserido no site.
  2. É importante seu sistema gravar o IP, data e hora da transação. Existem ferramentas de GEOIP como a MaxMind que fornece a localização aproximada de certo IP. Compare o endereço de entrega com o endereço do IP. É importante gravar o IP pois você pode tentar reaver a mercadoria através de denúncia nas polícias especializadas em crime virtual. (já vi isso acontecer)
  3. Em caso de vendas que envolva um valor alto, peça gentilmente para o comprador enviar uma cópia (apenas titular e endereço) da fatura via FAX.
  4. Monitore e guarde a troca de e-mails entre sua loja e o consumidor.

Contratando empresas especializadas

Aconselho a contratação de empresas especializadas, pois as ferramentas que possuímos para fazer uma análise de risco nem se compara com a dessas empresas. Mesmo porque o tempo que perdemos para analisar uma transação manualmente, vale mais a pena contratar a terceirizada. Eu indico a ClearSale, pois já trabalhei com eles e a taxa é relativamente baixa, em torno de R$2,00 por transação. Sem contar que a integração é fácil e rápida. Em breve postarei sobre todas as formas de pagamento que as empresas oferecem, seus benefícios e também seus problemas. A questão é que não existe o melhor meio de pagamento e sim o ideal para o perfil da sua empresa.

Fonte: Fábio Yamahira - Blog do E-Commerce

Parque Tecnológico Capital Digital será instalado no DF

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, assinou decreto determinando a implantação do Parque Tecnológico Capital Digital (PTCD) na capital federal. Grandes empresas multinacionais, como Microsoft, Intel e Oracle, já demonstraram interesse em se instalar no empreendimento. "Isso é uma mudança de paradigmas, um novo modelo de desenvolvimento econômico, que trará para o Distrito Federal, a indústria limpa, a excelência em pesquisas e a inovação", ressaltou o governador.

A chegada das grandes empresas no PTCD é uma estratégia do governo para atrair outros investidores gerando 80 mil novos empregos diretos e indiretos até 2014, explicou o secretário de Ciência e Tecnologia do DF, Gastão Ramos. "Com isso, outras empresas menores irão se aglutinar em torno delas", enfatiza.

Segundo o secretário, o sucesso do parque depende de uma tríplice hélice. "A academia que produz conhecimento em prol da sociedade; o setor produtivo que transforma esse conhecimento em produto; e o governo que tem o papel de criar condições para que essa hélice funcione", completou Ramos.

"O Sebrae fica muito feliz com a vontade do governo de implantar o parque e se sente na obrigação de contribuir com isso, garantindo que as micro e pequenas empresas também participem do processo", disse o diretor superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no DF, José Carlos Moreira De Luca.

Fonte: TI Inside

domingo, 30 de janeiro de 2011

Contrata-se profissional sem nível superior

Foi-se o tempo em que as empresas de TI só contratavam os profissionais de TI que possuíssem diploma de nível superior na área. Hoje, não mais.

O mercado de tecnologia está empregando gente que optou por não seguir a formação convencional. Essa é uma nova tendência. As empresas buscam os profissionais com os conhecimentos que atendam às suas necessidades, independentemente da forma como esse conhecimento foi adquirido, seja dentro ou fora da universidade ou por meio de certificações e cursos em ferramentas específicas.


Com a dificuldade das universidades em acompanhar as constantes mudanças do mercado de TI, elas, muitas vezes, formam profissionais com muitas carências de conhecimentos tecnológicos e, portanto, muito distantes do que as empresas precisam.

Com isso, surgem dois cenários. No primeiro deles, as empresas absorvem graduados em universidades e investe em forte treinamento para que esses profissionais obtenham a devida atualização quanto ao que o mercado pede, na prática.

E existe outra realidade, que vem ganhando muita força: a valorização do conhecimento, não importando com a sua origem. Não é que as empresas tenham deixado de valorizar a formação educacional em nível superior. Apenas elas não consideram apenas isso. O curso superior por si só já é suficiente para contratar um profissional.

Um exemplo disso ocorre na FingerTips, empresa sediada em São Paulo, especializada no desenvolvimento de aplicativos móveis, sobretudo para iPhone e iPad. Cerca de 80% das ferramentas produzidas são para esses produtos da Apple. A outra parte envolve a promissora plataforma Android, do Google.

Seu dono, Breno Masi, não só diz que não se importa com diploma de nível superior em curso de TI quando contrata um funcionário para o seu negócio, como também não incentiva que os seus atuais colaboradores invistam nesse tipo de formação convencional. Pelo menos, não nas carreiras de TI, ministradas nas escolas.

“Quando eles [desenvolvedores que trabalham na empresa] me perguntam se precisam fazer faculdade, eu digo que podem fazer, mas os oriento a procurarem uma área diferente, como Matemática, Física, Meteorologia, Economia ou Administração de Empresas. Com essas formações, desenvolverão raciocínio, lógica etc.”.

Para Masi, não basta o candidato dizer que se formou na universidade em um curso de tecnologia. É preciso comprovar o conhecimento. “O mais importante é o portfólio. É o que o mercado valoriza, verdadeiramente. Não adianta dizer que conhece e que estudou nessa ou naquela universidade. Precisa é ter aplicativos publicados, comprovar iniciativas importantes realizadas. Não só para desenvolvedores de aplicativos, mas para qualquer área”, afirma.

A FingerTips, diz Masi, só exige formação superior convencional para cargos como arquiteto de informação ou gerente de projetos. Apenas para essas funções, a empresa busca gente graduada e pós-graduada.

“A melhor forma de conseguir emprego é mostrando que sabe fazer. Eu vejo na Apple Store um trabalho publicado, convido o autor para almoçar e faço a proposta para trabalhar conosco. Eu nem pergunto de curso superior. Pelo nível do teste eu o contrato. Tenho os três maiores programadores de iPhone no país. Eles preparam aulas e as ministram aos demais funcionários”, revela.

Uma das razões para que o “canudo” caísse no conceito de muitas empresas é que os cursos superiores de tecnologia não conseguem acompanhar as necessidades do mercado.

“O pessoal dá teoria, método, mas falta atualização com aquilo que o mercado pede. Os professores têm de se reciclar. Eles dão CS3, CSS e nada de HTML5. A faculdade de TI tem que se reformular. Tem uma em cada esquina, e os alunos só estão em busca de diplomas. Na OAB, ao menos há um filtro”, reclama Masi.

Outra empresa que também vem investindo na contratação de profissionais sem exigência de nível superior é a Tata Consultancy Services Brasil.

“Dependendo da complexidade e senioridade da posição, contratamos pessoas com curso superior ou em andamento, mas no geral damos oportunidades para profissionais sem nível superior, que possuam cursos e certificações em nível técnico profissionalizante”, revela a gerente de RH, Elizabeth Loureiro.

A mesma estratégia é adotada na Essence, empresa de consultoria e outsourcing, especializada em TI para negócios, que não tem nenhum problema em contratar alguém que não tenha diploma de graduação na área.

"Cada vez mais o mercado de tecnologia fica competitivo e escasso de profissionais qualificados nas mais variadas tecnologias que surgem a cada momento no mundo. Com as deficiências do ensino e a falta de políticas educacionais de investimento nas formações técnicas e de nível superior para novos talentos, muitas empresas são obrigadas a avaliar profissionais que não tenham formação superior, mas que, em conjunto, possuam em seu background boas competências técnicas e certificações técnicas”, afirma Cláudio Tavares, diretor de RH.

“Ao avaliar um profissional que não tenha formação superior, exigimos competências técnicas comprovadas e cursos específicos nas tecnologias solicitadas”, complementa.

Já Marcello Zappia, diretor de desenvolvimento organizacional e humano da Tivit, conta que a companhia possui políticas de RH diferenciadas e bem definidas. Segundo ele, a empresa avalia o seu futuro colaborador sob três pilares: conhecimento técnico, conhecimento acadêmico e competências comportamentais.

“A formação acadêmica é muito importante e, de acordo com a posição ou nível de maturidade da oportunidade, é condição para participar do nosso processo seletivo. Porém, o próprio mercado já abre possibilidade aos tecnólogos - curso com duração de 2 anos -, bem como aos profissionais em formação. Em alguns casos, o conhecimento técnico - adquirido por certificações e cursos focados em ferramentas - e a experiência no mercado podem ser suficientes”, afirma Zappia, que defende as parcerias entre as universidades e as empresas.

“É muito importante que as instituições de ensino tenham essa proximidade com as empresas para entender às necessidades do mercado de trabalho. Com essa prática, as universidades podem adaptar a sua grade curricular às expectativas do mercado”, avalia.

Empresas qualificam formados

Cláudia Rolim, gerente de RH da GVT, diz que a companhia ainda segue o modelo convencional e só contrata quem tenha formação superior. Apesar disso, a executiva sofre com as carências de quem estudou tecnologia nas universidades.

“Infelizmente, os cursos não atendem à demanda, não apenas da GVT, mas do mercado de TI em geral. É preciso que as universidades aproximem-se mais da realidade das empresas. Muitos profissionais formados carecem de conhecimento”, lamenta.

A fim de minimizar essas deficiências daqueles que saem dos bancos universitários, a empresa investe em um programa próprio de qualificação, revela Cláudia: “a GVT desenvolveu o EDUTEC, programa de educação tecnológica desenvolvido desde 2007 com a intenção de complementar a formação acadêmica dos seus futuros profissionais. Por meio dele, os estudantes têm a possibilidade de realizar treinamentos, trabalhar em um ambiente com acesso à tecnologia de ponta e receber um acompanhamento personalizado para o seu desenvolvimento profissional.”

Sandra Mara Garbo, gerente de recrutamento para áreas de serviços da IBM, diz que a empresa possui as duas situações: contrata gente sem nível superior, mas também profissionais com diploma. “Para suporte, help desk e vagas auxiliares, não exigimos nível superior, mas para funções como especialistas de sistemas, gerentes de projetos e arquitetos de soluções, é uma norma global da IBM de exigir nível superior”.

Cláudia também vê problemas na formação educacional dos profissionais e, entre as carências, chama atenção para a falta de conhecimentos da língua inglesa por parte dos candidatos a uma vaga de emprego na companhia.

“Percebemos nos profissionais formados uma carência em gestão de projetos e pessoas, em negociação, mas a principal deficiência mesmo é no inglês. Deveriam investir no ensino técnico do inglês técnico nas universidades”, diz Sandra.

“Hoje, a gente tem profissionais da IBM dando cursos complementares nas universidades em áreas que elas não ministram, como mainframe”, diz.

Embora também compartilhe da opinião de que o ensino de TI tem muitas deficiências, Maria de Fátima Albuquerque, diretora de relações humanas da Totvs, defende a contratação de gente proveniente dos bancos universitários. E, como GVT e IBM, também se vê obrigada a investir em complemento de conhecimentos.

“Quando faltam algumas competências técnicas, a Totvs complementa. Infelizmente, temos um problema da geração de achar que está pronta para assumir equipes e liderar projetos. Vejo mais como uma questão de maturidade que precisa desenvolver e que a faculdade não dá”, aponta.

Fonte: Info Exame