segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Licenças Gratuitas de Softwares da Microsoft


Você sabia que cerca de 95% das licenças de software da Microsoft na área técnica são gratuitas?
Para os profissionais de desenvolvimento existem as versões Express dos produtos Visual Studio, SQL Server, e Visual Studio LightSwitch.
Para os estudantes, Web Developers ou empreendedores de Startups, a Microsoft disponibiliza não só licenças gratuitas como também programas com benefícios específicos para atender às suas necessidades. Veja abaixo alguns deles:
DreamSpark WebSite Spark BizSpark Express - Grátis
Público

Estudantes
 


Web developers e Web designers
 


Empreendedores (com foco nos desenvolvedores de soluções Software as a Service (SaaS).
 


Qualquer publico.
 
Produtos Disponíveis para Download

• Visual Studio,
• SQL Server 2008,
• Windows Server 2008 R2,
• Expression,
• XNA Game Studio,
• Robotics Developer Studio 2008 R2,
• Virtual PC e muitos outros
 


• Visual Studio Professional, • Expression (Studio e Web), • SQL Server 2008 Web Edition e Web Server R2, • Windows Web Server 2008 R2
 


• Mais de 300 softwares em diferentes versões
 


• Visual Studio • SQL ServerV • Visual Studio LightSwitch
 
Pré-requisitos

Ser estudante de uma instituição cadastrada no programa, incluindo a ISIC (Carteira Mundial do Estudante), a Conta Universitária Bradesco entre outras ou pertencer a uma instituição que tenha Live@Edu.
 


Desenvolver soluções de desenvolvimento web e/ou design Company  (até 10 pessoas) ou Individual.
 


A empresa deve ter menos de 3 anos de vida, ser da iniciativa privada e ter receita anual menor que 1 milhão de dólares.
 


Nenhum
 
Outros benefícios
do programa


Disponibiliza uma série de treinamentos em português e inglês, para complementar a sua formação.
 


Participação no programa por até 3 anos,
 


Visibilidade, Networking e Suporte.
 


Download da versão do produto gratuito, sem data de expiração
 
Link para o
programa


DreamSpark
 
WebSite Spark

BizSpark
 


Visual Studio
SQL Server
 

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Atendentes de telemarketing relatam técnicas para tentar enganar clientes

Atendentes que prestam serviço terceirizado para grandes empresas de telefonia contaram técnicas que, segundo eles, são usadas para tentar enganar o cliente e seriam ensinadas pelos próprios chefes. Os depoimentos exclusivos foram exibidos em reportagem do Bom Dia Minas nesta quinta-feira (6). Por vezes, o atendente parece ser o vilão nos atendimentos, mas os relatos denunciam que algumas atitudes são tomadas para cumprir metas estabelecidas pela prórpia empresa.

Um homem que trabalha em uma operadora de telefonia móvel contou como é orientado a agir quando um cliente liga querendo cancelar um serviço. Segundo ele, a meta é não deixar o cliente sair da operadora. Para isso, a cada ligação, é preciso enrolar para que o contratante não consiga concluir o cancelamento.

“Na hora que o cliente tá muito irritado, porque eles obrigam a gente fazer isso com o cliente, aí a gente pega e transfere o cliente pra outro setor, passa o número de protocolo errado. As vezes, até chega ao ponto de desligar o cliente”, explica o atendente de telemarketing. O funcionário disse que pode levar advertência e ter três dias descontados no salário, caso o cliente consiga efetuar o cancelamento.

Um telemarketing de outra empresa de telefonia revelou as estratégias que são ensinadas aos atendentes para tentar segurar os clientes. De acordo com ele, no treinamento é ensinado que quanto mais difícil a linguagem usada com o cliente, mais chances de retê-lo. Pelo fato de não entender a linguagem, da área de marketing, o cliente acaba desligando o telefone e desistindo de cancelar o plano, explica o funcionário.

A estudante Carolina Machado Leite, cliente de um operadora, relata que mudaram o plano dela sem ela saber. E ao chegar a fatura, ficou surpresa com o valor a pagar. Segundo ela, foi preciso recorrer ao serviço de proteção do consumidor. “No Procon, resolveu na mesma hora. Na mesma hora, foi emitida uma fatura pra mim no valor normal que deveria ter vindo”, afirma.

O atendente de telemarketing explica casos parecidos com o da estudante. Segundo ele, muitas vezes, planos são ativados assim que os clientes confirmam os dados. “Às vezes, o cliente nem tem noção do que ele tá pagando, certo? Às vezes ele tá recebendo um produto na casa dele sem ele conhecer”.

Campeão de Reclamações

Segundo o Sistema Nacional de Informação de Defesa do Consumidor, o serviço de atendimento por telefone das empresas de celular é o segmento campeão de reclamações nos Procons de todo o país. No Procon de Belo Horizonte, o total de reclamações contra os chamados Serviços de Atendimento ao Consumidor (Sacs) foi de 1.350, até o fim de agosto deste ano.

O administrador de empresa Eduardo Miranda reclama do serviço oferecido por meio do 0800. De acordo com ele, a intenção ao realizar a ligação é resolver um problema, mas ao fim acaba tendo outro. “Eles vão transferindo a ligação para várias pessoas e isso se repete várias vezes, e o problema não é solucionado”, reitera. “Eles precisam mais de treinamento e sensibilidade, eu acredito”, completa o administrador.

O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações e Telemarketing (Sinttel), Tiago Cassiano, confirma que os funcionários são pressionados dentro das empresas para conseguir atingir as metas. Ele fala como essas exigências podem trazer consequências negativas para o operador. “Nós temos hoje jovens com depressão, com estresse. É jovem que tem no seu dia-a-dia medicamentos de tarja preta jovens fazendo tratamento”, critica.

De acordo com Cassiano, muitas vezes, essas doenças não são reconhecidas como ocupacionais por causa da pouca idade do funcionário e por se tratar de uma doença que não é visível e, sim, psíquica.

Direito do Consumidor

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que, as práticas utilizadas pelos operadores, como falar difícil ou acionar planos sem a autorização dos clientes, são abusivas, proibidas pela legislação que regula a operação de telemarketing. O vice-presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB, Bruno Burgarelli, explica que informações falsas podem gerar multas às empresas e o pagamento de danos morais e materiais ao consumidor.

“É fundamental que o consumidor tenha o maior número de dados em relação ao que foi fechado no telemarketing. Cópia do contrato por escrito, seja informações sobre o que foi passada pelo operador de telemarketing, o número de protocolo, o dia do atendimento, o horário do atendimento. Essas informações podem ser muito úteis numa eventual discussão judicial ou extra-judicial”, afirma Burgarelli.

Fonte: G1

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Morre Steve Jobs, fundador da Apple

Morreu nesta quarta-feira (5) aos 56 anos o empresário Steven Paul Jobs, criador da Apple, maior empresa de capital aberto do mundo, do estúdio de animação Pixar e pai de produtos como o Macintosh, o iPod, o iPhone e o iPad.

Idolatrado pelos consumidores de seus produtos e por boa parte dos funcionários da empresa que fundou em uma garagem no Vale do Silício, na Califórnia, e ajudou a transformar na maior companhia de capital aberto do mundo em valor de mercado, Jobs foi um dos maiores defensores da popularização da tecnologia.

Acreditava que computadores e gadgets deveriam ser fáceis o suficiente para ser operados por qualquer pessoa, como gostava de repetir em um de seus bordões prediletos, que era "simplesmente funciona" (em inglês, "it just works"). O impacto desta visão foi além de sua companhia e ajudou a puxar a evolução de produtos como o Windows, da Microsoft.

A luta de Jobs contra o câncer desde 2004 o deixou fisicamente debilitado nos anos de maior sucesso comercial da Apple, que escapou da falência no final da década de 90 para se transformar na maior empresa de tecnologia do planeta. Desde então, passou por um transplante de fígado e viu seu obituário publicado acidentalmente em veículos importantes como a Bloomberg. Há 42 dias, deixou o comando da empresa.

Foi obrigado a lidar com a morte, que temia, como a maioria dos americanos de sua geração, desde os dias de outubro de 1962 que marcaram o ápice da crise dos mísseis cubanos. "Fiquei sem dormir por três ou quatro noites porque temia que se eu fosse dormir não iria acordar", contou, em 1995, ao museu de história oral do Instituto Smithsonian.

"Ninguém quer morrer", disse, posteriormente,em discurso a formandos da universidade de Stanford em junho de 2005, um feito curioso para um homem que jamais obteve um diploma universitário. "Mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá. E, por outro lado, a morte é um destino do qual todos nós compartilhamos. Ninguém escapa. É a forma como deve ser, porque a morte é provavelmente a melhor invenção da vida. É o agente da vida. Limpa o velho para dar espaço ao novo."

Homem-zeitgeist

A melhor invenção da vida, nas palavras do zen-budista Jobs, deixa a indústria da tecnologia órfã de seu "homem-zeitgeist", ou seja, o empresário que talvez melhor tenha capturado a essência de seu tempo. Jobs apostou na música digital armazenada em memória flash quando o mercado ainda debatia se não seria mais interessante proteger os CDs para fugir da pirataria.

Ele acreditou que era preciso gastar poder computacional para criar ambientes gráficos de fácil utilização enquanto as gigantes do setor ainda ensinavam usuários a editar o arquivo "AUTOEXEC.BAT" para configurar suas máquinas. Ele viu a oportunidade de criar smartphones para pessoas comuns ao mesmo tempo em que o foco das principais fabricantes era repetir o sucesso corporativo do BlackBerry.

Sob o comando de Jobs, a Apple dizia depender muito pouco de pesquisas de mercado. “Não dá para sair perguntando às pessoas qual é a próxima grande coisa que elas querem. Henry Ford disse que, se tivesse questionado seus clientes sobre o que queriam, a resposta seria um cavalo mais rápido", afirmou, em entrevista à revista "Fortune" em 2008. Em 2010, quando perguntado sobre quanto a Apple havia gasto com pesquisa com consumidores havia sido feito para a criação do iPad, Jobs respondeu que "não faz parte do trabalho do consumidor descobrir o que ele quer. Não gastamos um dólar com isso."

Nem sempre esta habilidade garantiu o sucesso da Apple, como na primeira versão da Apple TV, computador adaptado para trabalhar com central multimídia que não conseguiu um volume de vendas relevantes. Mas Jobs conseguia minimizar os fracassos: no caso da Apple TV, ele dizia que se tratava de um "hobby", um projeto pessoal que não fazia tanta diferença nos planos da empresa.

Perfeccionista e workaholic, Jobs gostava de controlar todos os pontos da produção da Apple, resistindo, inclusive, à decisão de terceirizar gradativamente a fabricação dos produtos da companhia para fabricantes chineses - plano proposto e executado pelo agora novo comandante da companhia, Tim Cook, e que se mostrou acertado.

Conhecido como um “microgerente”, nenhum produto da Apple chegava aos consumidores se não passasse pelo padrões Jobs de qualidade e de excentricidade. Isso incluía, segundo relatos, o número de parafusos existentes na parte inferior de um notebook e a curvatura das quinas de um monitor. No dia do anúncio de que Jobs estava deixando o comando da Apple, Vic Gundotra, criador do Google Plus, contou que recebeu uma ligação do presidente da Apple no domingo para pedir que fosse corrigida a cor de uma das letras do ícone do atalho do Google no iPhone.

Na busca por produtos que fossem de encontro com seu padrão de qualidade pessoal, Jobs era criticado em duas frentes. Concorrentes e boa parte dos consumidores que tentavam fugir da chamado "campo de distorção da realidade" criado pela Apple reclamavam das diversas decisões que faziam dos produtos da companhia um "jardim fechado", incompatíveis com o resto do mundo e restritos a normas que iam além de restrições tecnológicas. Tecnicamente sempre foi possível instalar qualquer programa no iPhone, mas a Apple exige que o consumidor só tenha acesso aos programas aprovados pela companhia.

Internamente, entre alguns de seus funcionários, deixou a imagem de "tirano". Alan Deutschman, autor do livro “The second coming of Steve Jobs", afirma que, ao lado do "Steve bom", o mago das apresentações tão aguardadas pelo didatismo e capacidade de aglutinar o interesse do consumidor, também existia o “Steve mau”, um sujeito que gostava de gritar, humilhar e diminuir qualquer pessoa que lhe causasse algum tipo de desprazer.

Ao jornal “The Guardian”, um ex-funcionário que trabalhou na Apple por 17 anos comparou a convivência com Steve com à sensação de estar constantemente na frente de um lança-chamas. À revista “Wired”, o engenheiro Edward Eigerman afirmou: “mais do que qualquer outro lugar onde já trabalhei, há uma grande preocupação sobre demissão entre os funcionários da Apple”. A mesma publicação contou que o diretor-executivo não via problemas em estacionar sua Mercedes na área da empresa reservada aos deficientes físicos -- às vezes, ele ocupava até dois desses espaços.

Jobs também sempre precisou de um "nêmesis", um inimigo que ele satanizava e ridicularizava em público como contraponto de suas ações na Apple. O primeiro alvo foi a IBM, com quem disputou o mercado de computadores pessoais principalmente no início dos anos 80. Depois, a Microsoft, criadora do MS-DOS e do Windows.

Mais recentemente, Jobs vinha mirando o Google, gigante das buscas na internet cujo presidente chegou a fazer parte do conselho de administração da Apple, e que investiu no mercado de sistemas para smartphones com o Android. Jobs ordenou que a Apple lutasse, mesmo que judicialmente, contra o programa que ele considerava um plágio do iOS, coração do iPhone e do iPad.

Do LSD ao Mac

O sucesso empresarial de Jobs é ainda um dos principais resquícios da transformação da contracultura dos anos 60 e 70 em mainstream nas décadas seguintes. A companhia que hoje briga para ser a maior do mundo foi fundada após Jobs ir à Índia em 1973 em busca do guru Neem Karoli Baba. O Maharaji morreu antes da chegada de Jobs, mas o americano dizia que havia encontrado a iluminação no LSD.

"Minhas experiências com LSD foram uma das duas ou três coisas mais importantes que fiz em minha vida", disse, em entrevista ao "New York Times". Depois, afirmou que seu rival, Bill Gates, seria "uma pessoa (com visão) mais ampla se tomasse ácido uma vez". O LSD foi a mesma droga que fascinara o inventor do mouse e precursor do ambiente gráfico, Douglas Englebart, cerca de dez anos antes de Jobs.

Coincidentemente foram o mouse e o ambiente gráfico os inventos que chamaram a atenção de Jobs na fatídica visita ao laboratório da Xerox em Palo Alto, em 1979. É uma das histórias mais contadas e recontadas do Vale do Silício, e as versões variam entre acusações de espionagem industrial à simples troca pela Apple de patentes que a Xerox não teria interesse em desenvolver por ações da companhia, que abriria seu capital no ano seguinte.

Fato é que a equipe de Jobs voltou da visita encantada com a metáfora do "desktop" utilizada pelo Xerox Alto. A integração entre ícones representando cada uma das funções do computador, acessadas por meio de uma seta comandada por um mouse, foi a base do Apple Lisa e, posteriormente, do Macintosh.

Com o "Mac", enfim, Jobs conseguiu colocar em prática a visão de que havia desenvolvido em parceria com o amigo e sócio Steve Wozniak, responsável pela criação das soluções técnicas que fizeram dos primeiros computadores da Apple máquinas que mudaram o cenário da computação "de garagem" que vinha se desenvolvendo nos Estados Unidos nos anos 70. Agora, 8 anos após a fundação da empresa, Jobs e "Woz" apresentavam um computador que não era feito para "o restante de nós".

"Algumas pessoas acreditam que precisamos colocar um IBM PC sobre cada escrivaninha para melhorarmos a produtividade. Não vai funcionar. As palavras mágicas especiais que você precisa aprender são coisas como 'barra Q-Z'. O manual para o WordStar, processador de texto mais popular, tem 400 páginas. Para escrever um livro, você precisa ler um livro - e um que parece um mistério complexo para a maioria das pessoas", afirmou Jobs em entrevista publicada pela Playboy americana de fevereiro de 1985.

Na frase, Jobs demostra que queria enfrentar a IBM, gigante nascida no início do século e que, depois de dominar o mercado de servidores corporativos, queria tomar também o setor de computadores pessoais. Para ele, as máquinas da IBM eram feitas "por engenheiros e para engenheiros", e havia a necessidade de criar algo para o "restante", ou, como diria a famosa campanha "Pense diferente" da Apple de 1997, um computador para "os loucos, os desajustados, os rebeldes (..), as peças redondas encaixadas em buracos quadrados".

Saída da própria empresa

Mas o sucesso do Mac - que viria posteriormente a impulsionar a adoção de ambientes gráficos até mesmo entre os computadores da IBM (com o Windows, criado pela Microsoft) - não evitou que Jobs acabasse demitido de sua própria companhia. As disputas internas entre equipes que queriam investir no mercado corporativo e as que apostavam apenas no consumidor fizeram com que John Sculley, vindo da Pepsi à convite do próprio Jobs, convencesse o conselho de administração de que era hora da empresa se livrar de seu fundador.

Durante a década em que esteve fora, Jobs fez dois investimentos que acabaram, de maneiras diferentes, alavancando o mito em torno de seu "toque de midas". No primeiro, pagou US$ 10 milhões pela problemática divisão de computação gráfica da LucasFilm, empresa de George Lucas responsável por franquias do cinema como Star Wars e Indiana Jones. A nova empresa foi batizada de Pixar, e após emplacar sucessos como “Toy story”, “Vida de inseto”, “Monstros S.A.” e “Procurando Nemo”, acabou sendo adquirida pela Disney por US$ 7,4 bilhões em 2006. No processo, Jobs se transformou no maior acionista individual da companhia de Mickey Mouse.

O outro investimento foi a semente não apenas do retorno de Jobs à Apple, mas teve relação direta com o surgimento da World Wide Web, invenção que impulsionou o crescimento da internet no mundo. Com a NeXT, Jobs desenvolveu computadores poderosos indicados para o uso educacional e desenvolvimento de programas. Um terminal NeXT foi usado por Tim Berners-Lee como o primeiro servidor de web do mundo, em 1991. Em dezembro de 2006, a Apple adquiriu a NeXT, manobra que serviu para incorporar tecnologias ao grupo e trazer Jobs de volta para o comando da companhia.

O retorno de Jobs marca o início de uma era de crescimento para a Apple incomum na história do capitalismo americano. A sequência de sucessos - alguns atrelados a mudanças no paradigma de mercados importantes - inclui o MacBook, o tocador digital iPod, a loja virtual iTunes, o iPhone e o iPad. A maioria destes produtos veio de ideias impostas pelo próprio Jobs. À revista “Fortune”, em 2008, Jobs falou sobre sua tão aclamada criatividade - "sempre aliada ao trabalho duro", como ele mesmo enfatizou. "Não dá para sair perguntando às pessoas qual é a próxima grande coisa que elas querem. Henry Ford disse que, se tivesse questionado seus clientes sobre o que queriam, a resposta seria um cavalo mais rápido."

Nesta segunda passagem, Jobs reforçou ainda o legado de um empresário ímpar, que impunha uma visão holística na criação, desenvolvimento e venda de seus produtos, Do primeiro parafuso ao plástico que embalaria a caixa de cada aparelho, passando por custo, publicidade, estratégia de vendas.

Vida Pessoal

A mesma discrição que Jobs impunha na vida profissional - os lançamentos da Apple sempre foram tratados como segredo, gerando um movimento de especulação que acabava servindo como publicidade gratuita - foi adotada em sua vida pessoal. Por isso, a luta do executivo contra o câncer no pâncreas foi tratada com muito sigilo, dando margem a uma infinidade de boatos.

Em 2004, Jobs fez tratamento após descobrir um tipo raro da doença. Durante o ano de 2008, Jobs foi aparecendo cada vez mais magro e os boatos aumentaram, até que ele anunciou em janeiro de 2009 seu afastamento da diretoria da empresa para cuidar da saúde.

No início de 2011, novo afastamento, até que, em agosto, Jobs deixou de vez o comando da Apple. "Eu sempre afirmei que se chegasse o dia em que eu não fosse mais capaz de cumprir minhas obrigações e expectativas como CEO da Apple, eu seria o primeiro a informá-los disso. Infelizmente, este dia chegou", afirmou, em comunicado.

A vida reservada fez, por exemplo, que Jobs não tivesse contato direto com sua família biológica. Nascido em 24 de fevereiro de 1955 em San Francisco, filho dos então estudantes universitários Abdulfattah John Jandali, imigrante sírio e seguidor do islamismo, e Joanne Simpson, foi entregue à adoção quando sua mãe viajou de Wisconsin até a Califórnia para dar à luz.

Segundo o pai biológico, os sogros não aprovavam que sua filha se casasse com um imigrante muçulmano. Lá, ele foi adotado por Justin e Clara Jobs, que moravam em Mountain View. Seus pais biológicos depois se casaram e tiveram uma filha, a escritora Mona Simpson, que só descobriu a existência do irmão depois de adulta.

Do pai adotivo, herdou a paixão de montar e desmontar objetos. Assim como Paul, Steve não chegou a ser um especialista em eletrônicos, mas ao aprender os conceitos básicos conseguiu se aproximar das pessoas certas no lugar certo. Vivendo no Vale do Silício, conheceu Steve Wozniak, gênio criador do primeiro computador da Apple. Trabalhou na Atari até decidir criar, com Woz, sua própria empresa.

Em mais uma conexão com a contracultura, Jobs teria tido um relacionamento de curta duração com a cantora folk Joan Baez, ex-namorada do ícone da música Bob Dylan, talvez o maior ídolo do empresário.

Casado com Laurene Powell desde 1991, Jobs deixa quatro filhos: Reed Paul, Erin Sienna, e Eve, nascidos de seu relacionamento com Laurene, e Lisa Brennan-Jobs, de um relacionamento anterior com a pintora Chrisann Brennan.

Fonte: G1

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O mundo pode exportar deflação em 2012

"Os bancos centrais do Brasil e de Israel estão certíssimos. Os mercados ainda estão flertando com o impossível." Foi com essa visão que o gestor de um fundo de hedge de US$ 45 bilhões, sediado em Nova York e forte presença na Ásia e no Brasil, deixou Washington no fim de semana, depois de conversar com vários presidentes de bancos centrais, durante a reunião anual do FMI/Banco Mundial. Ontem, mesmo depois que o Parlamento alemão aprovou o pacote de ajuda à Grécia divulgado em julho, seu pessimismo se manteve. "Esta crise será pior do que a de 2008/2009. A ruptura do sistema financeiro europeu está sendo subestimada pelos mercados, que ainda sonham com uma solução totalmente improvável."
Deflacao

O cenário, para ele, é de uma "japonização" da Europa e dos Estados Unidos - economias que podem viver uma "década perdida", com crescimento baixíssimo tal como ocorre há anos com o Japão. Para 2012, a expectativa que poucos se arriscam a verbalizar, mas que está no radar dos banco centrais, não é só de desinflação, mas de deflação nas economias avançadas. O que se agrava diante da realidade de que esses países não dispõem mais de instrumentos monetários e fiscais para buscar a retomada do crescimento.

A crise na visão de um grande hedge fund

Frente a esse quadro, tanto o presidente do BC do Brasil, Alexandre Tombini, quanto o de Israel, Stanley Fischer, saíram na frente e cortaram a taxa de juros. A decisão de ambos foi acertada, segundo esse gestor, porque inflação, agora, é o menor dos problemas. As economias desenvolvidas vão exportar deflação. "Não haverá inflação se não houver consumo nem produção", radicalizou. Com grandes aplicações na China, essa fonte, que preferiu o anonimato, vê uma redução nas exportações chinesas para a Europa e Estados Unidos. "Já há um zum-zum-zum lá, pois o desaquecimento das exportações das companhias chinesas vai reduzir os fluxos de recursos para as províncias. São esses recursos que sustentam a expansão do mercado imobiliário e de consumo no país. E tem problema também nos bancos pequenos de lá", disse. A China tem munição para contornar os efeitos da crise externa sobre sua economia, mas não para sustentar o crescimento do mundo. "Ela é o último pilar que sustenta as "Pollyannas" do mercado", comentou essa fonte.

O temor aumenta na medida que os mercados percebem que as lideranças políticas americanas e europeias estão "mais preocupadas com suas carreiras políticas" do que com os países que governam e não percebem que "essa morte em câmara lenta está matando os espíritos animais como um todo". A Europa deverá ter uma contração do PIB no último trimestre deste ano e o mesmo deverá ocorrer com a economia americana no primeiro trimestre de 2012. Para o mercado internacional, o pacote de ajuda à Zona do Euro, aprovado ontem pelo Parlamento alemão - que prevê o aporte de € 440 bilhões no fundo europeu de estabilização financeira -, foi uma boa medida, mas insuficiente. A saída mais visível para a Grécia seria a reestruturação da dívida (equivalente a 165,6% do PIB) com um generoso desconto, algo como 50%, avaliou. Nesse caso, Portugal e Espanha não passariam incólumes. O dominó derrubaria a Itália, terceiro maior mercado de bônus do mundo e poderia levar a uma crise bancária sem precedentes envolvendo, também, o sistema financeiro francês.

O problema é que quanto mais tempo durar essa agonia, mais cara será a saída. Em conversa recente com um interlocutor, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou que há seis meses com US$ 400 bilhões se enfrentava o problema na Grécia. Hoje, pela contaminação de outros países, não se sabe se US$ 2 trilhões seriam suficientes para socorrer boa parte da Europa.

Os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), chamados a participar de um pacote de ajuda à Zona do Euro, na visão desse gestor, não deveriam cogitar de tal alternativa sob o risco de ficarem "reféns" de novos aportes no futuro.

A aversão a risco está secando a liquidez em mercados importantes e, com a chegada do fim do ano, a tendência dos grandes fundos será a de proteger o desempenho obtido até agora. Quem estiver aplicado em commodities muito provavelmente vai querer sair, o que resultaria em queda mais acentuada nas suas cotações. A expectativa dos mercados, segundo ele, é de que o Banco Central Europeu corte a taxa de juros em 0,5 ponto percentual na próxima semana.

Essa leitura nua e crua da cena externa explicaria melhor as razões do Banco Central brasileiro para iniciar a redução dos juros em 31 de agosto. Uma leitura convencional do Relatório de Inflação, divulgado ontem pelo BC, traz bons argumentos para interromper o aumento da Selic, mas não propriamente para reduzi-la.

É no "cenário alternativo" com o qual o Comitê de Política Monetária (Copom) trabalha, cujos pressupostos são desconhecidos, que estão as expectativas do BC para o mundo em crise. E essas são, certamente, bem piores que as do mercado.

Fonte: artigo de Claudia Safatle para o Valor Econômico 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Novo ponto eletrônico passa a valer a partir de janeiro de 2012

A adoção do ponto eletrônico foi adiada pela quarta vez e passa a ser obrigatória a partir de 1º de janeiro de 2012, segundo portaria 1.979 do Ministério do Trabalho publicada nesta segunda-feira (3)  no "Diário Oficial da União". O sistema deve ser instalado em todas as empresas com mais de 10 empregados que já usam equipamento eletrônico para o registro da jornada de trabalho. A expectativa é que a medida fosse regulamentada e passasse a ser obrigatória nesta semana.
Cartoes-de-ponto

Na portaria n° 1979, publicada nesta segunda, o ministro Carlos Lupi afirma que, "considerando que foi concluído o diálogo social tripartite e após avaliação das manifestações encaminhadas ao Governo Federal", decide alterar a data para início da utilização obrigatória do Registrador Eletrônico de Ponto (REP), "de modo improrrogável", para o dia 1º de janeiro de 2012.

A obrigatoriedade de ação do sistema havia sido adiada outras três vezes. Primeiro, era prevista para setembro do ano passado. Depois, para março e então setembro deste ano. Entidades como a Força Sindical, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), haviam pedido ao governo mudanças nas novas regras.

Na última semana de agosto, foi realizada a última reunião do grupo de trabalho criado para discutir o novo ponto eletrônico. Empresários apresentaram alternativas ao REP, mas elas não foram aceitas por representantes doMinistério do Trabalho. Os empresários haviam sugerido que as empresas tivessem a opção de registrar os horários de entrada e saída dos empregados por meio de sistemas eletrônicos, com certificação digital, e tirava a necessidade da concordância do trabalhador com o sistema alternativo ao novo ponto eletrônico, já que dispensava o acordo coletivo para utilizá-lo.

Venda de aparelhos

A Associação Brasileira das Empresas Fabricantes de Equipamentos de Registro Eletrônico de Ponto (Abrep) informa que até final de julho deste ano já foram vendidos 260 mil equipamentos desde que a portaria foi lançada. Não há números atualizados.

Dimas de Melo Pimenta III, presidente da Abrep e vice-presidente da Dimep, fabricante de aparelhos de ponto eletrônico, informa que a procura no mês de agosto, quando o novo ponto estava previsto para entrar em vigor em 1º de setembro, aumentou em 50% em comparação com os meses anteriores. Já em setembro, o aumento foi de 20% na procura em relação aos demais meses. Segundo Dimas, a procura tem sido maior por pequenas e médias empresas.

Dimas diz que, por causa da competitividade e da evolução dos próprios equipamentos, os valores dos aparelhos caíram a ponto de custarem o mesmo que os relógios usados antes do lançamento da portaria 1.510.

“Os aparelhos tiveram preço reduzido desde os primeiros meses de comercialização para cá. Os mais simples para as pequenas e médias empresas têm valor médio de R$ 1,7 mil. Já os mais caros custam cerca de R$ 3,8 mil”, diz.

Segundo Dimas, o tempo médio entre a implantação e o funcionamento do aparelho é de cerca de três semanas para pequenas e médias empresas (que tenham entre 50 e 100 funcionários). “Tem que cadastrar funcionários, criar regras, treinar os empregados e fazer ajustes de procedimento interno da empresa”, diz. De acordo com ele, é comum as empresas colocarem um relógio por departamento para ter uma medição mais precisa do horário dos empregados.

"Quanto mais próximo [o ponto eletrônico] do funcionário, melhor para medir o horário e sai mais barato ter perto do departamento do que pagar hora extra. Hoje a tendência é usar equipamentos menores e mais pulverizados", afirma Dimas.

As empresas que optarem por usar o novo ponto eletrônico devem preencher o cadastro dos equipamentos no site do Ministério do Trabalho e Emprego, através do endereço eletrônicohttp://portal.mte.gov.br/pontoeletronico. O cadastro é para que os empregadores se protejam contra eventuais fraudes. No site do Ministério do Trabalho existe uma lista das empresas e aparelhos homologados. São 29 empresas e 117 modelos de relógios homologados.

Como é o novo ponto

O ponto eletrônico está programado para emitir um comprovante a cada vez que o empregado bater o ponto, além de o relógio não poder ser bloqueado nem ter os dados editados.

Ouvidas pelo G1 em junho de 2010, as entidades criticavam, entre outros aspectos, a obrigação de impressão do comprovante, o custo para adquirir os novos relógios e a possibilidade de demora e geração de filas enquanto os trabalhadores aguardassem para a emissão do papel. Em julho, o ministério divulgou comunicado dizendo que o processo seria rápido e não provocaria filas.

A portaria diz que nos primeiros 90 dias após a entrada em vigor da obrigatoriedade, a fiscalização terá caráter de orientação. Nas duas primeiras visitas à empresa, o auditor-fiscal do trabalho dará prazo de 30 a 90 dias para as empresas se adaptarem. A partir da terceira visita é que começa a ação repressiva, segundo o ministro Lupi.

Fonte: G1

Taxa de Condomínios em Áreas Públicas poderá ser devolvida aos moradores

A Justiça deve receber uma avalanche de novos processos relativos à cobrança obrigatória de taxa por parte de associações de moradores de condomínios constituídos em áreas públicas, por conta da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou ilegais essas cobranças. A avaliação é do advogado e conselheiro da OAB, Carlos José de Souza Guimarães, em entrevista ao jornal "O Globo".
Taxa-condominio

Segundo Guimarães, quem pagou contra a vontade pode reaver o dinheiro que pagou nos últimos cinco anos. Mas a condição só se aplica aos condomínios que foram constituídos ilegalmente, transformando áreas públicas em condomínios fechados.

Para descobrir se o local foi construído perante a lei, é preciso fazer uma consulta na prefeitura ou ao registro de imóveis. “Se o condomínio for ilegal, o morador pode deixar de pagar ou, se quiser se precaver, entrar com uma ação de consignação de pagamento e depositar o valor em juízo”, explica.

O tema foi tratado pelo Supremo Tribunal Federal algumas vezes, mas esta foi a primeira pronuncia sobre o assunto. A decisão do STF foi tomada a partir do julgamento de um recurso particular - no Rio de Janeiro-, que permitia a prática.

O texto relatava que as associações de moradores poderiam exigir dos não associados para o custeio dos serviços a serem prestados. O ministro Marco Aurélio Mello não concordava com a tese e resolveu argumentar que taxas não podem ser criadas sem leis.

A ementa da decisão judicial editada no Rio não é vinculante, mas tem sido bastante procurada. Para a advogada Bárbara Bacellar, representante dos morados que foram à Justiça, a decisão é um marco.

Fonte: Jornal O Globo