quarta-feira, 27 de junho de 2012

Análise de padrões da bolsa projeta queda de mais 30%

A bolsa brasileira pode repetir um padrão de comportamento visto em 2008, e que pode ser observado desde 1998, e recuar mais 30% para os 43.500 pontos, calcula o analista gráfico do HSBC, Maurício Augusto de Camargo.
Ibov

Ao analisar os gráficos em base mensal desde 1998, Camargo observou que, quando as médias móveis de 8 e 13 meses do Ibovespa se cruzam, existe uma possibilidade de uma correção acentuada nos períodos adiante.

“Quando uma média de curto prazo cruza para abaixo de uma de longo prazo, isso significa que o vendedor de curto prazo está mais ativo. Se isso acontece, os preços acabam o seguindo”, explica para EXAME.com.

Como acontece?

Como o preço é um consenso entre o comprador e o vendedor, quando se analisa uma média móvel simples – nada mais do que o preço de fechamento dividido pelo período analisado – de 5 dias, por exemplo, há um consenso sobre o preço no curto prazo. O mesmo acontece para o de 60 dias e assim adiante.

Se a de 5 dias está abaixo da de 60 dias, isso quer dizer que ele está disposto a vender com um preço mais baixo do que o investidor que tem um perfil mais longo. “O de longo prazo continua olhando porque gosta de praticar os preços longos”, ressalta Camargo.

A análise

Com base nas médias móveis de 8 e 13 meses, o analista observou que é o comportamento comum após a mais curta passar abaixo da longa indica uma queda de mais 30% nos próximos meses. “A mensagem é de que o Ibovespa está em tendência de queda no médio prazo e que as altas recentes foram apenas repiques”, afirma. Em abril deste ano, a curta encostou na longa e, caso ela a ultrapassasse, poderia ser uma indicação de alta, mas isso não ocorreu.

Escada

O analista do HSBC ressalta que a queda pode acontecer em degraus. O primeiro suporte está em 54.500 pontos, nível que foi quebrado na segunda-feira. Depois, o próximo está nos 52.800, que também foi a recente mínima do Ibovespa e uma mais importante nos 51.500 pontos e que representa a média móvel de 90 meses. E, por fim, um último aos 47.500 pontos, que foi a mínima atingida em agosto do ano passado.

“Acredito que dessa vez a bolsa desce com repiques de alta em todas as regiões, mas o objetivo final, conservador, é de 43.500 pontos. Mas se tiver alguma coisa catastrófica como a saída de um país da zona do euro, é possível que ela vá direto. É difícil prever o comportamento, mas a tendência é essa”, alerta Camargo.

Fonte: artigo de Gustavo Kahil para a Exame.