sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Custo do cibercrime já se aproxima do tráfico global de drogas

Pesquisa da Symantec feita em 24 países revela ainda que, no Brasil, as perdas com cibercrimes são quase a metade da apurada nos EUA.

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Jovens rapazes em mercados emergentes têm probabilidade maior de cairem vítimas do cibercrime, cujo custo total por ano se aproxima da escala do tráfico global de drogas, segundo estudo da divisão Norton da Symantec realizado em 24 países, entre eles o Brasil.

O estudo, intitulado 2011 Norton Cibercrime Report, estima o custo total do cibercrime em 388 bilhões de dólares por ano, o que inclui 114 bilhões de dólares em roubos diretos e tempo gasto na resposta a ataques e outros 274 bilhões referentes ao tempo perdido pelas vítimas por causa dos cibercrimes cometidos contra elas.

O custo estimado pelo relatório para a atividade de cibercrime no Brasil foi de 15 bilhões de dólares em roubos diretos e 48 bilhões de dólares em tempo gasto na resposta aos ataques. Nos Estados Unidos, esses custos foram de 32 bilhões e 108 bilhões de dólares, respectivamente.
Comparados, os custos totais no Brasil (63 bilhões de dólares) equivalem a 45% dos custos nos EUA (140 bilhões), ou quase a metade. No total, 589 milhões de pessoas foram afetadas pelo cibercrime, 431 milhões apenas nos últimos 12 meses, afirma o relatório, que tem como base dados de 19.636 entrevistas.

Tráfico

O relatório compara o cibercrime ao tráfico global de drogas, que segundo estimativas gira cerca de 411 bilhões de dólares em todo o mundo. O cibercrime já supera o total de vendas de maconha e cocaína no mercado negro, que movimenta algo em torno de 288 bilhões de dólares, afirma a Norton.

A forma mais comum assumida pelo cibercrime é a de vírus e malware, dos quais 54% das pessoas já foram vítimas - no Brasil, esse índice ficou em 68%, empatado com o da China e inferior apenas ao do México. Em seguida vêm os golpes online do tipo scam (11%) e phishing (10%). A Norton também estimou os crimes cometidos por celular e descobriu que 10% das pessoas foram vítimas dessa modalidade, que inclui também o smishing - phishing via SMS.

Nos 24 países analisados, a empresa descobriu que 1 milhão de pessoas por dia são vítimas de cibercrime. A pesquisa indica que, no Brasil, 80% dos adultos já foram vítimas de algum tipo de cibercrime. O índice é igual ao de Cingapura e Índia e inferior apenas aos do México (83%), da África do Sul (84%) e da China (85%). O país com menor índice é o Japão (38%).

"Países como África do Sul e Brasil, onde os índices de crimes físicos contra as pessoas estão entre os mais altos do mundo, emergem nitidamente como capitais do cibercrime", declarou o conselheiro líder de cibersegurança da Norton, Adam Palmer, no relatório.

Riscos

Quanto mais tempo as pessoas ficam online, mais provável será que elas sejam afetadas. Entre o grupo que fica 49 horas online por semana, 79% já se tornaram vítimas; entre os que gastam 24 horas ou menos online, esse índice é de 64%.

A geração do milênio (75%) tem mais probabilidade de ser vítima de cibercrime que os Baby Boomers (61%), e os adultos em mercados emergentes (80%) são mais vítimas que os de mercados maduros (64%), afirma o estudo.

A chance de uma pessoa cair vítima do cibercrime aumenta se ela costuma visitar conteúdo adulto online (80%), mente sobre si mesma na Internet (78%) e utiliza redes Wi-Fi gratuitas (77%).

Esses números são três vezes maior que o de vítimas de crimes físicos, ou não virtuais. Independentemente disso, a Norton destaca que 70% dos entrevistados pensam que estarão mais seguros online que no mundo real nos próximos 12 meses.

Alguns dos problemas podem ser prevenidos, afirma a Norton, que também estima em 41% dos adultos que não atualiza os programas de segurança de seus computadores.

Fonte: artigo de Tim Greene para Network World