O texto abaixo foi divulgado pela Planner Corretora para todos os seus clientes. Num período de turbulência como o atual, é sempre interessante ver o que os analistas esperam do mercado de ações.
"De outubro a dezembro de 2009, os indicadores de atividade divulgados pelos EUA e alguns países da Zona do Euro postergaram o processo de realização de lucros na Bovespa, pois era nítida a perda de “fôlego” do movimento de alta do Índice Bovespa até o encerramento do ano. No desenrolar de janeiro de 2010, apesar da alta inicial, a possibilidade de retração na disponibilidade de crédito na China e maior regulamentação dos bancos americanos foi o pretexto para o início dessa realização, intensificada pelos problemas de liquidez de Grécia, Portugal, Espanha e Itália na Zona do Euro. Ou seja, faltavam notíciam “de peso“ como justificativa.
A questão que envolve China e EUA - crédito e bancos, respectivamente - é salutar pois realmente necessitam de maior regulamentação. Os chineses estavam tomando crédito, dentre outras, para atuar no mercado financeiro e já era preocupação do governo chinês esse crescimento desordenado do crédito. Os bancos americanos, depois da ajuda dos recursos do Tarp e a tímida recuperação econômica, passaram a dar lucro e a negociar a devolução desses recursos. Logo, a questão “distribuição de resultados” voltou a ser foco de atenções e críticas não faltaram, inclusive ainda pela própria exposição do sistema.
O que mais preocupa no momento, já que podemos ter abortada a precária recuperação econômica mundial, é justamente o agravamento das condições orçamentárias e fiscais de países da Zona do Euro, a alimentação da possibilidade de contágio dos demais países e principalmente a “sobrevivência” do padrão euro alardeada por alguns economistas internacionais. A União Europeia rejeita a ajuda do FMI e garante que a solução de seus problemas será doméstica. Enquanto isso, a bela valorização do Ibovespa em 2009 vai sendo consumida diante de nossos bons fundamentos, apenas por questões de aumento da aversão ao risco.
Em 11/2 a cúpula da UE se reúne para dar uma resposta à nova crise e já se insinua que poderá haver um novo pacote. Em 07/2, a reunião de ministros de Finanças do G-7, no Canadá, manteve o suspense sobre a capacidade dos governos de criar um plano de resgate das economias mais endividadas da Europa. Por mais que essas dívidas estejam corroendo a confiança dos mercados, os governos europeus deixaram claro que não vão retirar ainda os incentivos econômicos.
O fim do apoio poderia jogar a economia mundial de volta à recessão. O problema é que esses mesmos governos enfrentam um grande dilema: precisam continuar gastando para evitar a recessão, mas estão com as contas em um estado crítico. O problema é ainda mais grave porque na crise os países (ricos) do G-7 (EUA, Japão, Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Canadá), acumularam juntos, uma dívida de US$ 30 trilhões, mais da metade do PIB mundial. Ministros europeus usaram o G-7 para tentar passar o recado de que a situação está sob controle.
O temor dos mercados é que, apesar dos planos de redução de gastos, os gregos e outros países não tenham como financiar sua dívida. Timothy Geithner, secretário do Tesouro dos EUA, disse que a UE promete acertar a situação "com cuidado", o que provocou a expectativa de que um plano esteja sendo preparado em Bruxelas. Como afirmou Roubini: nunca esteve tão pessimista em relação aos países da zona do euro diante de problemas fiscais e de baixa competitividade nas zonas periféricas da região. Para Roubini, a Espanha representa um risco muito maior para a unidade da Europa do que a Grécia, pois trata-se da quarta maior economia da eurozona, com problemas fiscais e alto desemprego. Segundo ele, se a Grécia afundar, será um problema para a zona do euro, se a Espanha afundar será um desastre.
De qualquer forma, os mercados estarão expressando preocupações e continuarão agregando volatilidade aos negócios, o que certamente levará o Ibovespa a testar novas mínimas se o noticiário não trouxer essas tão esperadas medidas de equilíbrio às contas de Portugal e Espanha. Nosso conforto será a divulgação dos balanços do 4º trimestre de 2009, onde são esperadas recuperações dos resultados e margens operacionais, que mostrarão que o Brasil, com essas realizações, ficou mais barato." Fonte: Planner Corretora
"De outubro a dezembro de 2009, os indicadores de atividade divulgados pelos EUA e alguns países da Zona do Euro postergaram o processo de realização de lucros na Bovespa, pois era nítida a perda de “fôlego” do movimento de alta do Índice Bovespa até o encerramento do ano. No desenrolar de janeiro de 2010, apesar da alta inicial, a possibilidade de retração na disponibilidade de crédito na China e maior regulamentação dos bancos americanos foi o pretexto para o início dessa realização, intensificada pelos problemas de liquidez de Grécia, Portugal, Espanha e Itália na Zona do Euro. Ou seja, faltavam notíciam “de peso“ como justificativa.
A questão que envolve China e EUA - crédito e bancos, respectivamente - é salutar pois realmente necessitam de maior regulamentação. Os chineses estavam tomando crédito, dentre outras, para atuar no mercado financeiro e já era preocupação do governo chinês esse crescimento desordenado do crédito. Os bancos americanos, depois da ajuda dos recursos do Tarp e a tímida recuperação econômica, passaram a dar lucro e a negociar a devolução desses recursos. Logo, a questão “distribuição de resultados” voltou a ser foco de atenções e críticas não faltaram, inclusive ainda pela própria exposição do sistema.
O que mais preocupa no momento, já que podemos ter abortada a precária recuperação econômica mundial, é justamente o agravamento das condições orçamentárias e fiscais de países da Zona do Euro, a alimentação da possibilidade de contágio dos demais países e principalmente a “sobrevivência” do padrão euro alardeada por alguns economistas internacionais. A União Europeia rejeita a ajuda do FMI e garante que a solução de seus problemas será doméstica. Enquanto isso, a bela valorização do Ibovespa em 2009 vai sendo consumida diante de nossos bons fundamentos, apenas por questões de aumento da aversão ao risco.
Em 11/2 a cúpula da UE se reúne para dar uma resposta à nova crise e já se insinua que poderá haver um novo pacote. Em 07/2, a reunião de ministros de Finanças do G-7, no Canadá, manteve o suspense sobre a capacidade dos governos de criar um plano de resgate das economias mais endividadas da Europa. Por mais que essas dívidas estejam corroendo a confiança dos mercados, os governos europeus deixaram claro que não vão retirar ainda os incentivos econômicos.
O fim do apoio poderia jogar a economia mundial de volta à recessão. O problema é que esses mesmos governos enfrentam um grande dilema: precisam continuar gastando para evitar a recessão, mas estão com as contas em um estado crítico. O problema é ainda mais grave porque na crise os países (ricos) do G-7 (EUA, Japão, Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Canadá), acumularam juntos, uma dívida de US$ 30 trilhões, mais da metade do PIB mundial. Ministros europeus usaram o G-7 para tentar passar o recado de que a situação está sob controle.
O temor dos mercados é que, apesar dos planos de redução de gastos, os gregos e outros países não tenham como financiar sua dívida. Timothy Geithner, secretário do Tesouro dos EUA, disse que a UE promete acertar a situação "com cuidado", o que provocou a expectativa de que um plano esteja sendo preparado em Bruxelas. Como afirmou Roubini: nunca esteve tão pessimista em relação aos países da zona do euro diante de problemas fiscais e de baixa competitividade nas zonas periféricas da região. Para Roubini, a Espanha representa um risco muito maior para a unidade da Europa do que a Grécia, pois trata-se da quarta maior economia da eurozona, com problemas fiscais e alto desemprego. Segundo ele, se a Grécia afundar, será um problema para a zona do euro, se a Espanha afundar será um desastre.
De qualquer forma, os mercados estarão expressando preocupações e continuarão agregando volatilidade aos negócios, o que certamente levará o Ibovespa a testar novas mínimas se o noticiário não trouxer essas tão esperadas medidas de equilíbrio às contas de Portugal e Espanha. Nosso conforto será a divulgação dos balanços do 4º trimestre de 2009, onde são esperadas recuperações dos resultados e margens operacionais, que mostrarão que o Brasil, com essas realizações, ficou mais barato." Fonte: Planner Corretora