sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Visa coloca chip para pagamento em cartão de memória MicroSD

A tecnologia permite realizar os pagamentos por aproximação e ainda armazenar arquivos do usuário, que podem ser músicas, fotos ou vídeos


Visa: cartão possui chip que permite realizar pagamentos por aproximação

A cena de uma pessoa fazendo compras numa máquina de refrigerante e pagando com celular é velha, mas a tecnologia ainda está longe da realidade na maior parte do mundo. No Brasil, por exemplo, existem apenas algumas iniciativas experimentais.

Para tentar facilitar a adoção e popularizar a aplicação, a Visa está apresentando na World Mobile Congress 2010, que acontece em Barcelona, na Espanha, um cartão MicroSD que transforma qualquer aparelho celular em um “pagador de contas”.

Isso é possível, porque o cartão possui um chip com uma antena NFC (Near Field Communication), o padrão usado para realizar os pagamentos por aproximação, como é feito com os aparelhos móveis.

Hoje, para fazer pagamentos pelo celular, é necessário ter um telefone que traga uma antena NFC embutida. No entanto, são escassos os aparelhos que carregam essa funcionalidade. Com o cartão MicroSD, não será preciso ter um modelo de telefone móvel específico. A única necessidade será a entrada para o cartão MicroSD, que boa parte dos aparelhos com recursos multimídia já possuem, e a aplicação instalada no celular.

“Com mais aparelhos aptos a usar o serviço, poderemos acelerar a adoção dos pagamentos com celulares”, disse Jürgen Wassmann, diretor da Visa para novos produtos na América Latina e Caribe, em entrevista à Época NEGÓCIOS.

Na tecnologia apresentada pela Visa, o MicroSD não é exclusivo para as operações de pagamento. Ele compartilha a memória do cartão. Numa parte segura fica a antena NFC e numa outra ficam os arquivos do usuário, que podem ser músicas, fotos ou vídeos.

Além da tecnologia de pagamento, a aplicação carrega uma espécie de carteira virtual. O usuário pode ter cadastrado mais de um cartão, de bancos diferentes, em seu celular. Na hora de pagar, ele escolhe qual deles quer usar. Além disso, é possível débitos ou créditos. Toda aplicação é customizável. O banco pode definir o modelo de uso de cada um de seus usuários. É possível, por exemplo, determinar que toda compra com valor menor do que R$ 30 seja feita com débito e acima desse valor, com crédito. Nos dois casos será necessário digitar uma senha que autoriza a operação.

“Temos que garantir a segurança da transação”, afirma o diretor da Visa. Nas demonstrações feitas durante a feira, o usuário aproxima o celular de um POS (Point of Sale) e uma aplicação com tecnologia Java solicita a autorização. Digitada a senha, o pagamento é confirmado e o recibo é impresso. A cobrança do cliente é feita, não na conta de celular, mas na fatura de cartão de crédito, como acontece com os cartões de plástico.

Apesar da facilidade, ainda não é possível prever quando a aplicação estará realmente nas ruas. “Tudo depende de muitas negociações, que envolvem bancos, operadoras, estabelecimentos, fabricantes de celular e produtoras de chips”, diz Wassmann.

Além de pagamentos, a Visa afirma que outras aplicações poderão ser desenvolvidas com o NFC. Uma delas é a oferta de descontos a partir de um pôster promocional. O usuário aproxima o celular ao cartaz e ganha uma “garantia de desconto”. Depois é só ir até a loja e fazer a compra. Outra possibilidade é a reserva de ingressos para o cinema em banners de propaganda. “As utilidades podem ser muitas. A criatividade é o limite”.

Fonte: Época

Posted via email from Ramon E. Ritter