1. Concentre-se nos pequenos reparos
Fazer uma recauchutagem no imóvel pode ser imprescindível, especialmente se ele foi habitado por muito tempo. Mas o tamanho da reforma deve ser equilibrado. Concentre-se nos reparos menores e que, naturalmente, custam menos, como a troca de cerâmicas e azulejos quebrados, a substituição de maçanetas e tomadas com defeito, e o conserto de vazamentos e rachaduras.
Livre-se também de sinais de umidade, mofo, entupimentos, ou mesmo de danos ocultos por móveis que serão retirados na mudança, como aquela rachadura atrás do armário. Apresentar um imóvel sem fazer esses reparos pode afugentar os potenciais compradores simplesmente pela má impressão. Se desconhecidos, podem motivar queixas fundamentadas após a venda.
“O imóvel tem que estar habitável, sem necessidade de reforma”, afirma Luiz Calado, vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos em Finanças (IBEF) e autor do livro “Imóveis: seu guia para fazer da compra e venda um grande negócio”.
2. Refaça a pintura
Se a pintura estiver danificada ou se houver cômodos em cores chamativas, pinte novamente o imóvel com cores neutras. De novo, vale a regra da boa impressão, fora que não é todo mundo que gosta de cores berrantes ou cômodos cheios de personalidade. “É o tipo de reparo que compensa, pois é relativamente simples e barato de fazer”, diz Calado.
3. Esqueça as grandes reformas e benfeitorias
As obras para fazer as grandes reformas ou instalar benfeitorias podem ser muito caras e não gerar retorno para o vendedor. É claro que ter uma cozinha planejada ou um armário embutido valoriza o seu imóvel, mas só se essas benfeitorias já estiverem lá. Implementá-las só para subir o preço do seu imóvel na venda em geral não compensa.
O mesmo vale para as grandes reformas, como trocar uma fiação antiga, o piso ou todos os azulejos do banheiro. “Tem que estudar caso a caso e fazer a conta. Se valorizar o imóvel e compensar o investimento na reforma, pode fazer. Mas pode ser que o gosto do comprador seja outro. Então, se não compensar, melhor não fazer”, diz Roseli Hernandes, diretora da imobiliária Lello.
Luiz Calado ressalva ainda que essa estratégia é uma faca de dois gumes. De nada adianta fazer uma reforma ou benfeitoria que jogue o preço do seu imóvel em uma faixa acima dos demais imóveis de sua metragem. “As pessoas tendem a preferir tamanho a melhorias. Não adianta passar o preço do seu imóvel de 90m2 de 500.000 reais para 800.000 reais, se nesta faixa mais alta os imóveis são bem mais amplos”, alerta.
4. Evite reformas estruturais se elas não forem essenciais para bons negócios
Em relação às reformas estruturais, como aquelas feitas na parte elétrica ou hidráulica, a questão é mais delicada ainda. Essas estruturas costumam ser mais problemáticas em imóveis mais antigos. Mas antes de gastar uma enorme quantidade de tempo e dinheiro nesses reparos, é bom verificar se a falta deles acarretaria perda de bons negócios.
Luiz Calado orienta os vendedores a colocarem a casa para visitação antes de efetuar os reparos estruturais, tentando sentir a aceitação do público. É bom ter em mente que, em tempos de imóveis caros, como agora, os compradores buscam justamente imóveis depreciados, para pedir um bom desconto no preço e reformá-los posteriormente. “É bom inclusive perguntar aos potenciais compradores do que eles gostaram e do que não gostaram. Isso pode orientar eventuais reformas”, diz o especialista.
5. Limpeza e organização são fundamentais
Feitos os reparos necessários, volte-se para a apresentação do imóvel. Agora que o seu lar tornou-se um produto na prateleira, é hora de partir para as estratégias de marketing. Como a maioria dos candidatos a compradores busca uma casa para morar, torne seu imóvel acolhedor, para que os visitantes consigam se imaginar morando ali.
Primeiro passo nesse quesito é deixar a casa um brinco. Quando as visitas chegarem, precisam encontrá-la absolutamente limpa, sem mofo, teias de aranha, limo nos banheiros ou pilhas de louça para lavar na pia. Até mau cheiro, como aquele odor típico de animais de estimação que ficam dentro de casa, pode espantar os candidatos.
Organização também é importante. Arrume os armários que ficarão no imóvel, pois é possível que os visitantes queiram abri-los (e ninguém quer que eles sejam soterrados por bugigangas). Nada de objetos espalhados ou cama desarrumada. Aproveite a preparação da casa para jogar fora ou doar aquilo que não tem mais serventia.
No caso de ser uma casa, o exterior também deve estar bem cuidado. Muros pichados podem passar sensação de insegurança na vizinhança, mesmo que isso não seja verdade; e jardins, quintais e piscinas bem cuidados lembram aos visitantes de que o imóvel não está abandonado.
6. Apague sua personalidade
Para que os potenciais compradores de fato se imaginem morando na sua casa, é aconselhável também se livrar de todos os objetos pessoais, que se relacionem à sua personalidade, como fotos de família, ícones religiosos, lembranças de viagem e objetos de decoração. Um ateu pode não gostar de uma casa cheia de imagens de santos; um palmeirense dificilmente vai simpatizar com um quarto decorado com a bandeira do Corinthians. “A decisão de compra normalmente é emocional”, lembra Luiz Calado.
7. Livre-se de parte da mobília
Para quem tem muitos móveis pode ser melhor pôr alguns deles num depósito, para tornar o visual do imóvel mais “clean”. “Fica mais gostoso de olhar. O imóvel cheio de coisas parece menor, sufocado, principalmente se a mobília for antiga”, diz Roseli Hernandes, da Lello. Deixe apenas os móveis bem conservados. Essa também é uma boa maneira de “impessoalizar” o imóvel e fazê-lo parecer mais amplo.
8. Saiba o que dizer e quando dizer
Não adianta ficar enchendo os compradores potenciais de explicações sobre as vantagens do imóvel. Informe-os – ou oriente o corretor a informar – apenas aquilo que se encaixa no perfil do visitante. Se for uma família, forneça dados sobre as facilidades que o prédio tem para as crianças; se for alguém buscando silêncio e tranquilidade, informe se a vizinhança é barulhenta ou não.
Mais jamais omita as desvantagens que possam afetar o novo morador de alguma forma, como o fato de o imóvel estar localizado em uma rua de feira ou em um prédio com restrições a animais de estimação, por exemplo.
Fonte: Exame