Em 2010, empresa investirá 250 milhões reais nessa tecnologia, que substitui as senhas convencionais em transações bancárias nos terminais.
O Bradesco decidiu expandir o uso da biometria nos seus caixas eletrônicos para reforçar a segurança durante as transações. A instituição financeira estima que até o final de 2011 aproximadamente 70% dos seus ATMs estejam equipados com leitores que reconhecem os correntistas pelas veias da palma da mão. Para atingir essa meta, o Bradesco investirá este ano 250 milhões reais na compra de mais oito mil terminais equipados com o sistema PalmSecure, desenvolvido pela fabricante japonesa Fujitsu. A tecnologia permite que os correntistas sejam identificados e autentiquem transações bancárias por meio da característica vascular da mão, capturada pelo sensor infravermelho do dispositivo.
Atualmente, segundo o vice-presidente de TI do Bradesco, Laércio Albino César, esse sistema está presente em 40% dos caixas eletrônicos do banco espalhados pelo Brasil. Ou seja, 12.500 dos 30.650 dos ATMs instalados em agências estão equipados com leitores da tecnologia de biometria adotada pelo banco. Albino prevê chegar ao final de 2011 com uma base de 20 mil terminais eletrônicos equipados com o dispositivo PalmSecure. Com a disseminação da tecnologia, o Bradesco espera poder substituir as senhas convencionais durante as operações nos terminais de autoatendimento.
“Pensamos em eliminar as senhas porque constatamos que o reconhecimento biométrico é seguro. Em mais de dois anos, não registramos nenhum caso de fraude”, garante Albino.
Adesão dos clientes
O Bradesco iniciou os testes dos terminais eletrônicos com leitura biométrica da palma da mão em maio de 2006. Depois da experiência, na sede do banco, na Cidade de Deus em Osasco, a instituição estendeu a tecnologia para outras regiões. Entretanto, para ser reconhecido biometricamente durante as transações nos ATMs, o correntista precisa fazer um cadastro em sua agência. De acordo com Albino, 1,5 milhão dos 22 milhões de clientes do Bradesco já aderiram ao sistema de autenticação. A expectativa do banco é de que até final de 2011 esse número aumente para 5 milhões.
Segundo Albino, boa parte dos clientes que se cadastraram para usar a biometria nos ATMs são aposentados que se sentem mais à vontade com a tecnologia por não precisarem mais decorar as senhas de letras, solicitada nas operações pelos terminais. Além de ser mais segura que o uso de senha convencional, o executivo do Bradesco destaca que a biometria reduz o tempo gasto para realização das transações nos terminais, o que contribui para diminuir o tamanho das filas.
Interesse da Alemanha pelo modelo
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) discute há algum tempo com seus associados o uso da biometria nos serviços bancários para aumentar a segurança. Entretanto, a instituição avalia outros métodos, além do adotado pelo Bradesco. Porém, ainda não há um consenso no setor sobre qual a tecnologia mais adequada. No caso do Bradesco, Albino afirma que não há planos de implantação de outras tecnologias de biometria. “O Bradesco já definiu a leitura da palma da mão como a mais correta e casou com ela. Fizemos grandes investimentos nesse sistema, que já era adotado no Japão. Consideramos esse sistema o mais adequado”, diz o executivo.
O vice-presidente de TI do Bradesco afirma que uma demonstração de que o banco está no caminho certo é o fato de a Alemanha estar interessada em conhecer a experiência do banco brasileiro. Um especialista da instituição fará uma exposição sobre projeto do Bradesco naquele país para a associação de bancos local, que poderá vir a adotar o modelo.
Fonte: IDG Now