Edemir Pinto não informou quem seria considerado "pequeno investidor" nem qual seria o valor máximo a ser custodiado gratuitamente pela CBLC, o braço de liquidação e custódia da BM&FBovespa. O fato é que, para quem investe valores inferiores a 5.000 reais em bolsa, por exemplo, a taxa de custódia de 82,80 reais acaba comendo boa parte do lucro obtido no mercado – isso quando há ganho.
A medida seria a reação da BM&FBovespa à perda de investidores. Nos quatro primeiros meses deste ano, 6.900 pessoas físicas deixaram a bolsa, derrubando o número de CPFs com conta em corretora para 597.000. A meta da bolsa é elevar o total de pessoas físicas que negociam ações para 5 milhões até 2015.
O custo de negociação, entretanto, é apenas uma barreira à expansão do mercado acionário. O principal problema para a bolsa são as altas taxas de juros no Brasil. Pelo Tesouro Direto, o investidor consegue comprar títulos públicos que oferecem uma remuneração garantida de quase 13% ao ano com baixíssimo risco. Já a bolsa rendeu 1% em 2010 e operou durante a maior parte deste ano em terreno negativo.
Outro concorrente para a bolsa é o impulso ao consumo existente em cada brasileiro. Nos últimos dez anos, muita gente teve a oportunidade de comprar um carro ou diversos eletrodomésticos pela primeira vez. Bancos, corretoras e gestoras de recursos têm dificuldades em convencer pessoas com esse perfil da importância de poupar um pouco de dinheiro todos os meses.
Fonte: Exame