Numa época em que os resultados do efeito estufa são conhecidos (e sentidos) por praticamente todos os habitantes do planeta e a discussão sobre como minimizá-los faz parte da agenda de cada governo civilizado (até o presidente Bush já começou a se preocupar com isso), a procura por alternativas não poluidoras torna-se premente.
Nos últimos 2 anos a imprensa internacional vem escrevendo com freqüência acerca de um novo tipo de combustível, o qual possui um grande potencial de se tornar um substituto do petróleo nas próximas décadas. O biodiesel, produzido a partir de vegetais ou gordura animal, tem como principais vantagens ser pouco poluidor e, mais importante, renovável (característica inexistente no petróleo).
A Alemanha, que iniciou os primeiros testes há quase 20 anos, já produz 600 milhões de litros de biodiesel por ano. E a própria União Européia convocou os seus 27 países-membros para substituir por biocombustível pelo menos 10% do consumo até 2020. Os Estados Unidos, que entrou nesse mercado bem mais tarde, já possui 105 usinas de processamentos e a meta do presidente George W. Bush é substituir 20% da gasolina por biocombustível.
Dessa forma, vários visionários, como Bill Gates (Microsoft), Larry Page e Sergey Brin (Google) estão investindo boas somas em empresas com foco na produção de fontes alternativas de energia, como o biodiesel e etanol.
No Brasil, para melhorar mais ainda o interesse dos investidores, será obrigatória a mistura de 2% de biodiesel ao diesel a partir do próximo ano e 5% a partir de 2013.
Por aqui, a empresa que possui as maiores chances de se tornar um player de porte mundial nesse segmento é a EcoDiesel, dona de mais de 60% desse mercado e que ingressou na Bovespa em outubro de 2006.
Uma Ação com Tudo Para Dar Certo
O sonho de boa parte dos que operam com a bolsa de valores, especialmente daqueles que apostam no longo prazo, é encontrar um papel com grande potencial de valorização e comprá-lo antes de todos, quando ainda vale pouco e depois lucrar muito.
Com tudo o que vimos acima, a entrada da EcoDiesel parecia ser um dos eventos que tinha tudo para se tornar um sucesso imediato, com seus papéis recebendo uma grande valorização nos primeiros dias, como aconteceu com quase todos os IPO's de 2006.
Entretanto, o papel, com preço de lançamento definido em R$ 12,00, tem "patinado", oscilando entre R$ 11,40 e 12,20 desde então. Várias corretoras têm indicado esse ativo para os seus clientes nos últimos meses. O Citibank, inclusive, prevê uma valorização de 45% até o final do ano.
Ou seja, o mercado deseja e necessita um produto fornecido por uma empresa que concentra 2/3 da produção nacional. Os principais analistas indicam a compra de seus papéis. A empresa tem folga de caixa para fazer todos os investimentos necessários, além de capacidade de produção para atender a demanda existente e a reprimida.
A pergunta que é feita por todos os que possuem ações da EcoDiesel é: "porque ela não dispara?". No fórum "Investidor Agressivo", do Orkut, existe um tópico fixo para discutir sobre esse papel. Fora as teorias conspiratórias dizendo que os grandes investidores estão manipulando o papel para fazer os pequenos saírem, não se têm encontrado nenhum argumento plausível para justificar a situação atual.
Assim, para quem acredita, como eu, que esse papel ainda vai mostrar o seu potencial em breve, é preciso ter paciência e aguardar para ver se a aposta foi correta ou esse será um daqueles "tiros n'água" que todo investidor comete ocasionalmente.