Nos últimos 6 anos e meio a Petrobrás teve uma valorização de 647%. Os trabalhadores que "ousaram" aplicar em ações uma parte do seu FGTS em agosto de 2000 na petrolífera, hoje estão rindo à toa. Já os conservadores que mantiveram no fundo de garantia conseguiram menos de 30% no mesmo período.
Com isso, a Petrobrás virou praticamente sinônimo de blue chip no Brasil e ainda é indicada por 10 em cada 10 analistas do mercado financeiro. E, entre os experts, é considerado um ativo seguro, onde o aplicador corre um risco muito pequeno de perder dinheiro.
Entretanto, em 2007 a situação mudou: cotada a R$ 49,50 no final de 2006, ela despencou para R$ 43,00 na primeira semana de janeiro e tem-se mantido nessa cotação.
A Bia, do Mercado e Malagueta, em seu artigo "Porque ainda se sugere a Petrobrás", questiona os motivos que fazem que, mesmo com essas "patinadas", os analistas continuem indicando os papéis da petrolífera.
O argumento dela é que a cotação do petróleo mais barata no mercado internacional e a crise da Bolívia estariam por trás da volatilidade fora do comum desses papéis. A Exame acrescentou a preocupação com o populismo do governo Lula, que pode obrigar a Petrobrás a usar parte considerável dos seus recursos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o que diminuiria a rentabilidade da empresa.
Entretanto, a despeito desses argumentos e da performance instável da Petrobrás nesse ano, os fundamentos que justificam a aquisição dessa ação são sólidos. Na minha opinião, para o curto prazo ela pode até ser um negócio ruim, porém não podemos esquecer que estamos falando de uma das maiores petrolíferas do mundo, que possui um monopólio virtual da sua área de atuação no Brasil e que tecnicamente é excelente (é uma das poucas do mundo que domina a exploração em águas profundas).
Dessa forma, para quem pensa no curto prazo, é uma opção arriscada, onde existe uma boa chance de se perder dinheiro. Para aqueles que pensam do médio e no longo prazo, continua sendo uma grande possibilidade de lucro razoável e (relativamente) seguro.
Em dezembro veremos se a Petrobrás ainda será a queridinha dos analistas ou se já atingiu o topo de sua valorização...
Em tempo: alguns analistas prevêem algumas oscilações para a primeira semana de março. Vale a pena ficar atento e a procura de boas oportunidades de compra.
Observação: artigo publicao originalmente no Salada de Bits, em 27/02/2007.