Atualmente ninguém duvida que a transposição de pelo menos parte das aplicações corporativas para a "nuvem" (cloud computing) é uma realidade. A própria Microsoft anunciou que o Office 2010 terá boa parte de seus recursos disponíveis na web. O usuário comum já se acostumou a armazenas suas fotos em serviços como facebook, orkut e outros. Eu mesmo abandonei a agenda eletrônica para usar os serviços da HiTask, onde posso registrar minhas tarefas a fazer, projetos pessoais e alarme para eventos (com a vantagem de poder compartilhar dados de tarefas da empresa com meus colegas). Meus emails e arquivos importantes estão todos no GMail. Empresas de design já se acostumaram a manter seus projetos nos servidores da 37 Signals. ERP's na internet não são mais novidades. O SalesForce, maior CRM do mundo nasceu como um serviço totalmente on-line. Jogos on-line já são padrão e analistas estimam que em breve todos os grandes games terão possibilidade de jogar via internet. Ou seja: integração com a internet já é uma realidade. O que se discute agora é a migração total para a web. Nesse novo cenário praticamente nada estaria armazenado no PC, nos moldes propostos pelo ChromeOS, o novo sistema operacional do Google que exige que se trabalhe conectado na web o tempo todo. Para as empresas o processo de migração é mais complexo, porém várias já estão apostando em mover pelo menos parte de suas estruturas para esse novo ambiente. A COMPUTERWORLD relacionou 11 categorias de tecnologia de cloud computing (leia a reportagem completa sobre o mercado de cloud computing na edição de fevereiro de COMPUTERWORLD, disponível na banca online) que deverão estar disponíveis ao mercado:
- Armazenamento como serviço: Como o nome indica, é a capacidade de utilizar o storage que existe fisicamente em um site remoto, mas é, logicamente, um recurso de local para qualquer aplicativo que requer armazenamento. É o componente mais primitivo da computação em nuvem, explorado pela maioria dos outros
- Banco de dados como serviço: Capacidade de utilizar os serviços de um banco de dados hospedado remotamente, compartilhando-o com outros usuários. Funcionaria logicamente como se o banco de dados fosse local. Diversos fornecedores oferecem diferentes modelos, mas sua força está em explorar a tecnologia de banco de dados que normalmente custaria milhares de dólares em hardware e licenças de software
- Informação como serviço: Capacidade de consumir qualquer tipo de informação, hospedada remotamente, por meio de uma interface bem definida, como uma API.
- Processo como serviço: Recurso remoto que pode reunir muitos outros, tais como serviços e dados, sejam eles hospedados no mesmo recurso de cloud computing ou remotamente, para criar processos de negócio. É possível pensar em um processo de negócio como um meta-aplicativo que abrange sistemas, explorando serviços e informações essenciais que são combinados em sequência para formar processos. Em geral, eles são mais fáceis de mudar do que os aplicativos, proporcionando agilidade a quem utiliza estes mecanismos de processos fornecidos sob demanda
- Software como serviço: Qualquer aplicativo oferecido sobre a plataforma web para um usuário final, geralmente explorando o aplicativo pelo browser. Embora muita gente associe aplicativo como serviço a aplicativos corporativos, tais como o Salesforce SFA, os aplicativos de automação de escritório, na realidade, também são aplicativos como serviço, entre eles o Google Docs, Gmail e Google Calendar
- Plataforma como serviço: Plataforma completa, incluindo desenvolvimento de aplicativos, de interfaces e de banco de dados, armazenamento, teste e assim por diante, disponíveis para assinantes em uma plataforma hospedada remotamente. Com base no tradicional modelo de tempo compartilhado, os modernos fornecedores de plataforma como serviço oferecem a capacidade de criar aplicativos corporativos para uso local ou sob demanda, de graça ou por um pequeno custo de assinatura
- Integração como serviço: Capacidade de fornecer uma pilha de integração completa a partir da cloud, incluindo interfaceamento com aplicativos, mediação semântica, controle de fluxos, design de integração e assim por diante. Em essência, a integração como serviço abrange a maioria dos recursos e das funções encontradas na tecnologia convencional de enterprise application integration (EAI), mas fornecidos como um serviço
- Segurança como serviço: Capacidade de fornecer serviços de segurança essenciais remotamente via internet. A maior parte dos serviços de segurança disponíveis é rudimentar, porém alguns mais sofisticados, tais como gerenciamento de identidade, começam a ser oferecidos
- Gestão/governança como serviço: Qualquer serviço sob demanda que permita gerenciar um ou mais serviços de computação em nuvem, como gerenciamento de tempo de atividade, topologia, utilização de recursos e virtualização. Também começam a surgir sistemas de governança, como capacidade de aplicar políticas definidas para dados e serviços
- Teste como serviço: Capacidade de testar sistemas locais ou fornecidos em nuvem empregando software e serviços de teste hospedados remotamente. É importante observar que, embora um serviço de cloud exija teste em si mesmo, os sistemas de teste como serviço podem verificar outros aplicativos em nuvem, websites e sistemas empresariais internos, e não requerem espaço para hardware ou software na corporação
- Infraestrutura como serviço: Trata-se de data center como serviço ou a capacidade de acessar recursos de computação remotamente. Em essência, você aluga um servidor físico, que pode usar como lhe convier. Para fins práticos, ele é o seu data center ou, pelo menos, parte de um data center. A diferença desta abordagem em relação à computação em nuvem principal é que, em vez de usar uma interface e um serviço mensurado, você tem acesso à máquina inteira e ao software que está nesta máquina. É menos "empacotada" e mais do tipo hospedagem.