quinta-feira, 4 de março de 2010

Cloud Computing (processamento em nuvem): uma tendência sem volta?

Atualmente ninguém duvida que a transposição de pelo menos parte das aplicações corporativas para a "nuvem" (cloud computing) é uma realidade. A própria Microsoft anunciou que o Office 2010 terá boa parte de seus recursos disponíveis na web. O usuário comum já se acostumou a armazenas suas fotos em serviços como facebook, orkut e outros.

Eu mesmo abandonei a agenda eletrônica para usar os serviços da HiTask, onde posso registrar minhas tarefas a fazer, projetos pessoais e alarme para eventos (com a vantagem de poder compartilhar dados de tarefas da empresa com meus colegas). Meus emails e arquivos importantes estão todos no GMail. Empresas de design já se acostumaram a manter seus projetos nos servidores da 37 Signals. ERP's na internet não são mais novidades. O SalesForce, maior CRM do mundo nasceu como um serviço totalmente on-line. Jogos on-line já são padrão e analistas estimam que em breve todos os grandes games terão possibilidade de jogar via internet.

Ou seja: integração com a internet já é uma realidade. O que se discute agora é a migração total para a web. Nesse novo cenário praticamente nada estaria armazenado no PC, nos moldes propostos pelo ChromeOS, o novo sistema operacional do Google que exige que se trabalhe conectado na web o tempo todo.

Para as empresas o processo de migração é mais complexo, porém várias já estão apostando em mover pelo menos parte de suas estruturas para esse novo ambiente. A COMPUTERWORLD relacionou 11 categorias de tecnologia de cloud computing (leia a reportagem completa sobre o mercado de cloud computing na edição de fevereiro de COMPUTERWORLD, disponível na banca online) que deverão estar disponíveis ao mercado:

  • Armazenamento como serviço: Como o nome indica, é a capacidade de utilizar o storage que existe fisicamente em um site remoto, mas é, logicamente, um recurso de local para qualquer aplicativo que requer armazenamento. É o componente mais primitivo da computação em nuvem, explorado pela maioria dos outros
  • Banco de dados como serviço: Capacidade de utilizar os serviços de um banco de dados hospedado remotamente, compartilhando-o com outros usuários. Funcionaria logicamente como se o banco de dados fosse local. Diversos fornecedores oferecem diferentes modelos, mas sua força está em explorar a tecnologia de banco de dados que normalmente custaria milhares de dólares em hardware e licenças de software
  • Informação como serviço: Capacidade de consumir qualquer tipo de informação, hospedada remotamente, por meio de uma interface bem definida, como uma API.
  • Processo como serviço: Recurso remoto que pode reunir muitos outros, tais como serviços e dados, sejam eles hospedados no mesmo recurso de cloud computing ou remotamente, para criar processos de negócio. É possível pensar em um processo de negócio como um meta-aplicativo que abrange sistemas, explorando serviços e informações essenciais que são combinados em sequência para formar processos. Em geral, eles são mais fáceis de mudar do que os aplicativos, proporcionando agilidade a quem utiliza estes mecanismos de processos fornecidos sob demanda
  • Software como serviço: Qualquer aplicativo oferecido sobre a plataforma web para um usuário final, geralmente explorando o aplicativo pelo browser. Embora muita gente associe aplicativo como serviço a aplicativos corporativos, tais como o Salesforce SFA, os aplicativos de automação de escritório, na realidade, também são aplicativos como serviço, entre eles o Google Docs, Gmail e Google Calendar
  • Plataforma como serviço: Plataforma completa, incluindo desenvolvimento de aplicativos, de interfaces e de banco de dados, armazenamento, teste e assim por diante, disponíveis para assinantes em uma plataforma hospedada remotamente. Com base no tradicional modelo de tempo compartilhado, os modernos fornecedores de plataforma como serviço oferecem a capacidade de criar aplicativos corporativos para uso local ou sob demanda, de graça ou por um pequeno custo de assinatura
  • Integração como serviço: Capacidade de fornecer uma pilha de integração completa a partir da cloud, incluindo interfaceamento com aplicativos, mediação semântica, controle de fluxos, design de integração e assim por diante. Em essência, a integração como serviço abrange a maioria dos recursos e das funções encontradas na tecnologia convencional de enterprise application integration (EAI), mas fornecidos como um serviço
  • Segurança como serviço: Capacidade de fornecer serviços de segurança essenciais remotamente via internet. A maior parte dos serviços de segurança disponíveis é rudimentar, porém alguns mais sofisticados, tais como gerenciamento de identidade, começam a ser oferecidos
  • Gestão/governança como serviço: Qualquer serviço sob demanda que permita gerenciar um ou mais serviços de computação em nuvem, como gerenciamento de tempo de atividade, topologia, utilização de recursos e virtualização. Também começam a surgir sistemas de governança, como capacidade de aplicar políticas definidas para dados e serviços
  • Teste como serviço: Capacidade de testar sistemas locais ou fornecidos em nuvem empregando software e serviços de teste hospedados remotamente. É importante observar que, embora um serviço de cloud exija teste em si mesmo, os sistemas de teste como serviço podem verificar outros aplicativos em nuvem, websites e sistemas empresariais internos, e não requerem espaço para hardware ou software na corporação
  • Infraestrutura como serviço: Trata-se de data center como serviço ou a capacidade de acessar recursos de computação remotamente. Em essência, você aluga um servidor físico, que pode usar como lhe convier. Para fins práticos, ele é o seu data center ou, pelo menos, parte de um data center. A diferença desta abordagem em relação à computação em nuvem principal é que, em vez de usar uma interface e um serviço mensurado, você tem acesso à máquina inteira e ao software que está nesta máquina. É menos "empacotada" e mais do tipo hospedagem.
Com o tempo veremos quais dos serviços acima serão realmente viáveis de serem oferecidos em nuvem. Mas para empresas, especialmente as de tecnologia, ignorar os benefícios do cloud computing pode ser uma jogada fatal...

Posted via email from Ramon E. Ritter