sábado, 7 de agosto de 2010

Bovespa: analistas projetam recorde, mas recomendam cautela

Em julho o principal índice de ações do País subiu 10% e emendou 11 sessões consecutivas de alta. A recuperação fez o Ibovespa zerar as perdas do ano e corretoras de investimentos já trabalham com uma projeção de novo recorde histórico até o final do ano. Embora pareça ser ganho na certa, analistas ressaltam que a aplicação em ações exige muita análise, cautela e exposição a riscos, principalmente para quem não está acostumado a investir em renda variável.

Durante o ano, o indicador que mede o comportamento médio das ações mais negociadas na Bovespa já atingiu máxima de 71.989 pontos em abril (antes do estouro do problema de dívida em países europeus) e mínima de 57.633 em maio - na sexta-feira o índice ficou em torno dos 68 mil pontos. Segundo projeções de corretoras, o Ibovespa pode ultrapassar até o final do ano o recorde de 73 mil pontos, registrado em maio de 2008.

"O mercado tem apresentado sinais de que pode evoluir mais, independente do que vai acontecer no curto prazo no cenário internacional. O que todos têm analisado dentro do contexto de normalidade é que o Ibovespa pode chegar próximo dos 80 mil pontos até o fim do ano. Acreditamos que o crescimento da economia brasileira deve sustentar essa alta", afirma Paulo Roberto Silva, assessor comercial da corretora Planner.

Para quem está querendo começar a investir em ações agora, é importante lembrar que as projeções não são garantias de rendimento e o risco é alto em qualquer aplicação deste tipo. Segundo José Góes, consultor financeiro da WinTrade, o estabelecimento de metas para longo prazo pode aliviar a tensão com possíveis perdas.

"O fluxo de um grande investidor pode alterar o preço de um papel, apesar dos bons fundamentos da empresa. Para eliminar esse ruído é preciso olhar para um horizonte mais dilatado", disse Góes, que trabalha com o Ibovespa em torno de 79 mil pontos no final do ano.

Em contrapartida, a Focques-Ceccato & Gouveia Analistas Técnicos acredita que o pico da Bovespa para este ano já ocorreu. "Não recomendamos entrar agora. É necessário que o mercado tenha uma realização saudável, de volta aos 65 mil pontos, onde os indicativos recomendam a compra. O Ibovespa deve se comportar entre 65 mil e 69 mil pontos até o final do ano", apontou Octávio Focques.

Preparação 
Investir em ações requer muito mais do que entregar CPF, RG, comprovante de residência e uma quantia em dinheiro para uma corretora, segundo Marcelo Coutinho, da YouTrade Investment. "Lamentavelmente 99% das pessoas entram na bolsa pela porta dos fundos. Todo mundo entra para ficar rico, mas não mede quanto tempo, energia e dinheiro vai gastar para isso. Bolsa não é lugar de gente rica, mas de gente inteligente", comentou.

Coutinho recomenda estudar como funciona o mercado, seja em livros ou em cursos práticos, começar em simuladores disponíveis na Bovespa e só depois operar de verdade, com pouco volume. "A bolsa é boa todo dia, desde que você saiba o que está fazendo. A Bovespa começou a subir, mas não quer dizer que quando cai o investidor não deve participar", afirmou.

O ideal seria comprar ações quando elas estão em "baixa", ou seja, abaixo do preço médio dos últimos meses, e vender quando elas ultrapassam essa média - o problema é acertar o momento de "baixa" e "alta". Para isso, analistas utilizam gráficos complexos que mostram os momentos "apropriados" para entrar ou sair. Além disso, mesmo quando o Ibovespa está em queda, determinadas ações podem apresentar ganhos, já que o índice é apenas uma média com 66 ações.

Entre os papeis que a corretora TOV recomenda em agosto estão Petrobras, Banco do Brasil e Gerdau, que apresentam um potencial de valorização de 7%, 7% e 10%, respectivamente. Segundo Paulo Roberto Silva, da Planner, papeis ligados a siderúrgicas, mineradoras e bancos são oportunidades no momento.

Fonte: Invertia
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