
"Alguns órgãos ainda não seguem as diretrizes do governo federal", relatou Paulo F. Pastore, do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). "Existem órgãos que nem sequer têm conhecimento [do software livre]. Mas nas universidades essa adesão está bastante apurada, pois é um público bastante avançado para a mudança", completou.
Em um levantamento realizado pelo CISL com 233 órgãos, apenas 129 responderam ao questionário sobre as ferramentas e soluções desenvolvidas em software livre, cujo resultado tem como objetivo subsidiar novas ações do governo. O mapeamento realizado junto aos órgãos da administração pública mostra, por exemplo, que apenas 50% utilizam sistemas de correio eletrônico livre. O resultado foi classificado por tópicos (inexistente; inicial; em andamento; e uso majoritário).
O documento mostra, ainda, que a adesão por parte das agências nacionais como a Anatel, Ancine, Anac, ANTT e a Anvisa, entre outras, ainda é muito baixa. Já nos bancos, institutos, universidades e ministérios federais a utilização vem acontecendo gradativamente. "Nosso objetivo, nos próximos quatro anos, é chegar num momento irreversível, quando os próprios servidores passem a defender e a utilizar naturalmente o software livre. Chegar a uma adesão 100% é quase impossível", disse Júlio Neves, da coordenação do CISL.
Uma instrução normativa (IN04/2009), em vigência obrigatória a partir deste ano, estabeleceu que ao se adquirir uma tecnologia proprietária, primeiro o órgão deve verificar a não existência de uma alternativa livre. Esse instrumento foi considerado a primeira ação normativa no Brasil. "Em 2008, apenas, o governo federal economizou em torno de R$ 380 milhões com a utilização de software livre", revelou Neves.
Fonte: TI Inside.