Quando o desenhista de quadrinhos Rich Stevens vende seus trabalhos em convenções nos Estados Unidos, ele oferece aos clientes duas formas de pagamento: “Adoro perguntar para as pessoas, ‘Dinheiro ou futuro?’”, explica o morador do estado de Massachusetts.
“Quando eu mostro a eles que podem realizar o pagamento no meu telefone, eles gostam, mas ficam realmente impressionados quando chega a hora de assinar com o dedo”, diz Stevens. “Há algo sobre o processo que faz com que as pessoas realmente se divirtam.”
“Nossa missão é permitir que as pessoas consigam receber pagamentos em qualquer lugar”, afirma Kay Luo, porta-voz da Square, que está saindo de um período de testes de quase um ano que incluiu cerca de 50 mil comerciantes.
Leitores de cartão no iPhone oferecem maior mobilidade para os comerciantes e clientes
As fabricantes citam duas razões principais para o uso de aparelhos iOS como leitores de cartão: mobilidade e custo. Máquinas tradicionais de leitura de cartão são geralmente mais caras, possuem exigências de contratos mais onerosos e prolongados, e quase sempre são ligadas a linhas terrestres. “O custo é obviamente um fator importante – custo e conveniência”, diz o CEO da Inner Fence, Derek Del Conte, que é responsável pelo sistema Credit Card Terminal.
Aparelhos em ação
O café Sightglass Coffe, em São Francisco, nos EUA, usa um iPad rodando o aplicativo Square como caixa registradora e leitor de cartão. E como não tem fios, o que ainda acontece com algumas máquinas tradicionais, um empregado pode pegar o tablet e andar pelas mesas, para os clientes realizarem o pagamento mais confortavelmente.
“Foi conveniente para nós, porque não precisamos abrir uma conta de comerciante com o banco e pagar taxas anuais”, explica um dos donos do café, Jerad Morrison. “É um processo transparente e claro.”
O Red Hook Lobster, situado na capital Washington DC, é um pouco "mais chique" – e caro – do que a maioria dos carrinhos de comida do país. O sanduíche de lagosta (Lobster Roll) custa 18 dólares, o que fez com que um sistema de leitura de cartão se tornasse quase obrigatório. “Nós percebemos que precisávamos aceitar cartão de crédito ou perderíamos vendas”, explica Doug Povich, que cuida do negócio com a sua mulher, Robyn. “E foi isso que fizemos.”
Um iPad rodando o aplicativo Square, ele diz, é muito mais barato do que o sistema móvel de 10 mil dólares que uma administradora de cartão de crédito ofereceu ao casal. E o estiloso aparelho da Apple, segundo Povich, também se encaixa com a imagem que ele queria para seu negócio. “Combina com a ideia que estamos tentando passar com a nossa marca: limpo, urbano e jovem.”
O portátil modo de pagamento também é versátil, chegando até a área de saúde. O Dr. John Horning e sua equipe Urgent Med Housecalls fazem visitas às casas de pacientes na região de São Francisco – e podem ser pagos em qualquer lugar.
“Às vezes atendo alguns pacientes que estão muito doentes para conseguirem ir até um caixa eletrônico, por exemplo. Eles ficam superpreocupados e perguntam se podem usar um cartão de crédito, normalmente de última hora. E comigo eles podem”, diz Horning. Para isso, o médico utiliza o aplicativo Square em seu iPhone e ocasionalmente no iPad.
Vai um sanduíche de lagosta aí? Robyn Povich passa o cartão em seu "carrinho" na capital norte-americana com o uso do iPad
Custo menor, maior mobilidade
Mas, então, quanto custa tudo isso? Algumas das companhias de processamento de cartão de crédito, como a Square, fornecem aparelhos de leitura de cartão e os aplicativos de forma gratuita para comerciantes. Já a Credit Card Terminal, que exige que os clientes coloquem códigos nos números de cartão, cobra deles 1 dólar para baixar o apps e uma taxa mensal de 25 dólares.
Todas as empresas cobram um valor por transação, entre 15 e 25 centavos de dólar, além de uma porcentagem adicional que varia dependendo do tipo de transação. As taxas são “similares ao que você seria cobrado por um cartão de crédito”, afirma o porta voz da Square, Kay Luo, adicionando que os comerciantes ainda se saem melhor, pois os custos do equipamento são muito menores.
A segurança não surgiu como uma preocupação, pelo menos não até o momento. Todas as companhias prometem uma forte criptografia dos dados do cartão, e a Square oferece um recibo virtual que é enviado para o e-mail dos consumidores. “Agora os clientes esperarão receber um e-mail sempre que você realizar uma transação”, diz Luo. “O que também é legal, porque se torna uma operação sem papéis. Você não precisa mais entregar recibos físicos.”
Em Massachussets, o artista Rich Stevens está ajudando a Square a promover seu produto na base do "boca a boca". Ele leva os pequenos leitores plásticos de cartão e os entrega para outros amigos do ramo que querem ser pagos por meio de cartão de crédito. Sua experiência promete um futuro promissor para essa nova indústria.
“Ofereço uma (máquina de leitura de cartão) para todo cartunista que encontro por aí”, diz Stevens.
No Brasil
De acordo com a empresa, a solução é válida em todo território nacional, funcionando via conexão 3G ou Wi-Fi. Para tranqüilizar os clientes e consumidores, a Cielo afirma que todos os dados do pagamento são criptografados e que nenhuma informação fica armazenada no iPhone, iPad ou iPod Touch. O aplicativo já está disponível gratuitamente pela App Store, enquanto o serviço tem taxa mensal de 9,90 reais para o comerciante nos 12 primeiros meses. A partir do 13º mês, o valor sobe para 19,90 reais.
Mais informações sobre o aplicativo e instruções para habilitação podem ser encontradas no site www.cielo.com.br.
Aplicativo da Cielo: máquina de cartão no celular por 9,90 reais