O trabalho de SEO (search engine optimization - otimização de sites para buscadores, em tradução livre do inglês) é de dar inveja a Hércules. Ele consiste em estudar, desenvolver e aplicar técnicas para aumentar a visibilidade do conteúdo de páginas na Internet. Assim, essas páginas tornam-se mais habilitadas a concorrer aos melhores posicionamentos em pesquisas nos mecanismos de busca. Uma dessas tarefas tem um nome especial: linkbuilding. O linkbuilding é absolutamente crucial em projetos de otimização. A tarefa consiste em disseminar links (atalhos) do seu endereço na web em outras páginas e sites. Dessa forma, os mecanismos de busca têm maior referência sobre a confiabilidade do site. Com base nesses "votos" (em SEO fala-se que cada link equilvale a um voto) os mecanismos de busca podem priorizar determinadas URLs na hora de montar as SERPs (páginas de resultados) com as respostas às pesquisas feitas nos buscadores. Basicamente, quanto mais sites tiverem links apontando para um determinado endereço da web, maior sua relevância. Linkbuilding não é a primeira tarefa em um processo de otimização de sites. É uma das últimas fases e costuma levar bastante tempo. Esse trabalho de networking digital não cessa e deve ser feito de maneira consistente. Isso, porque se um site, da noite para o dia, apresentar uma ocorrência muito grande de links, o fato despertará a atenção para mecanismos de busca que poderão investigar como essa disseminação aconteceu. Nem sempre uma explosão de links é a coisa mais positiva. Na perspectiva dos buscadores, às vezes, menos é mais. O marketing digital se encontra em uma fase em que empresas se especializaram em assumir essa tarefa de "relacionamento" entre sites. Durante o Uaiseo, evento que reuniu as comunidades de SEO e de links patrocinados em Belo Horizonte (MG), nos dias 25 e 26/9, Manuela Sanches, fundadora da empresa Enlink, apresentou a forma como o trabalho de linkbuilding é feito. Depois da palestra, o IDG Now! pode conversar com Manuela sobre o mercado de trabalho e outras características dessa ocupação-cerne do segmento de SEO.
Onde colocar os linksDentro da enorme variedade de endereços da web, cada um serve para um target (uma audiência) específica e é lá que os links devem ser colocados. Os blogs deixaram de ser vistos como páginas de conteúdo pouco confiável e coisa de gente irresponsável. Então o trabalho de relacionamento com a blogosfera é parte essencial do linkbuilding. Apesar disso "...colocar links em blogs não ficou mais difícil. Sim, os blogueiros são seletivos, mas tudo depende da abordagem", diz Manuela, quando perguntada sobre essa camada da internet. Por parte dos clientes os blogs também são apreciados: "A maioria dos clientes não desdenha os blogs, não", diz Sanches. Existe outro tipo de domínio que é altamente apreciado por linkbuilders. Trata-se de sites com domínio finalizado em .edu (sufixo reservado a instituições de ensino) e os .gov (de entidades governamentais). Os dois gozam de muita consideração por parte dos buscadores, como o Bing e o Google, pois são páginas "idôneas", em que um link só entra quando tem real relevância. Fato é que para posicionar um link em sites desse tipo a burocracia é grande, “às vezes, enorme”, diz a empresária que começou como linkbuilders em uma empresa de Curitiba chamada Mídia Digital. É comum que as empresas enviem requisições de links para esse sites e normalmente não se pede muito além disso. "Nós fazemos o contato e explicamos o motivo e qual é o enfoque da campanha, não especificamos exatamente em que parte dos sites o link deve ser colocado, isso fica a cargo dos webmasters”, diz Manuela. Pago x não pagoPor se tratar de requisições, não é comum retribuir esses links. "Não é uma troca de links", diz Manuela. Além dessa prática de troca de atalhos ser mal vista pelos robôs de busca, muitas vezes não existe um interesse comum em ter um site apontando para o outro. O que existe é a compra ou a venda de links. "Já recebemos propostas de blogueiros que nos pediram até 500 reais para escrever uma resenha e implementar um link em seus blogs. Nesse caso o conteúdo e o atalho devem permanecer no site por um ano", diz. Clientes
O elenco de clientes das empresas varia fortemente. "Ainda não atendemos políticos. Acho que isso seria um real desafio, mas é algo que gostaríamos de fazer um dia, justamente pela dificuldade", afirma Sanches, quando perguntada sobre esse trabalho com foco em política. CarreiraSobre mercado de trabalho, o IDG Now! conversou com o diretor de mídia e de projetos da empresa Mídia Digital, Willie Taminato. Willie descreve a carreira de um linkbuilder como algo até certo ponto penoso, pois a rotina é a mãe desse profissional. "Acho uma comparação um pouco desanimadora, mas é parecido com o trabalho de telemarketing, em que tudo se baseia em relacionamento. Não é simplesmente pedir o link e pronto", diz. Na escalada profissional o linkbuilder passa obrigatoriamente pela função de linkbuilder júnior. Ele tem por atribuições a descoberta de links relevantes para o cliente, o envio de solicitações, pesquisa por palavras-chave, deve montar relatórios e seu trabalho tem metas que podem variar de cinco a 20 links por semana; tudo depende do cliente e do grau de dificuldade em conseguir essas recomendações virtuais. O salário não dá água na boca, quem quiser entrar para essa área pode ficar feliz se receber mil e quinhentos reais por mês. A boa notícia é que "Mercado de trabalho tem, e não é pequeno", afirma Taminato. Ultrapassada essa fase muito operacional e repetitiva, o linkbuilder pode galgar a posição de coordenador de linkbuilding. Espera-se desse profissional, um poder de análise de relatórios aprofundado e o domínio de ferramentas que lhe auxiliem na gestão das planilhas para manter o controle sobre a disseminação dos links. Nesse estágio, um salário de até 4.500 reais é algo possível. Willie menciona que existem empresas sediadas na índia que oferecem esse tipo de trabalho, mas não é muito interessante para o mercado brasileiro. "Essas organizações conseguem colocar links na internet e em sites qua têm pouca relevância para nosso mercado", finaliza. Para finalizar, Manuela Sanches cita fatores que são indispensáveis para quem quer iniciar sua carreira no segmento de SEO, começando por linkbuilding: 1. Ter um olhar mais voltado para o marketing do que para a tecnologia;
2. Ser adorador da redação;
3. Estar disposto a passar horas pesquisando a web na busca por sites relevantes;
4. Ter mente aberta para encarar uma diversidade de temas que vai desde lustra-móveis até calçados infantis;
5. Ser metódico suficiente para manter o ritmo e controle sobre sua atividades.Fonte: IDG Now! (Klaus Junginger)
Onde colocar os linksDentro da enorme variedade de endereços da web, cada um serve para um target (uma audiência) específica e é lá que os links devem ser colocados. Os blogs deixaram de ser vistos como páginas de conteúdo pouco confiável e coisa de gente irresponsável. Então o trabalho de relacionamento com a blogosfera é parte essencial do linkbuilding. Apesar disso "...colocar links em blogs não ficou mais difícil. Sim, os blogueiros são seletivos, mas tudo depende da abordagem", diz Manuela, quando perguntada sobre essa camada da internet. Por parte dos clientes os blogs também são apreciados: "A maioria dos clientes não desdenha os blogs, não", diz Sanches. Existe outro tipo de domínio que é altamente apreciado por linkbuilders. Trata-se de sites com domínio finalizado em .edu (sufixo reservado a instituições de ensino) e os .gov (de entidades governamentais). Os dois gozam de muita consideração por parte dos buscadores, como o Bing e o Google, pois são páginas "idôneas", em que um link só entra quando tem real relevância. Fato é que para posicionar um link em sites desse tipo a burocracia é grande, “às vezes, enorme”, diz a empresária que começou como linkbuilders em uma empresa de Curitiba chamada Mídia Digital. É comum que as empresas enviem requisições de links para esse sites e normalmente não se pede muito além disso. "Nós fazemos o contato e explicamos o motivo e qual é o enfoque da campanha, não especificamos exatamente em que parte dos sites o link deve ser colocado, isso fica a cargo dos webmasters”, diz Manuela. Pago x não pagoPor se tratar de requisições, não é comum retribuir esses links. "Não é uma troca de links", diz Manuela. Além dessa prática de troca de atalhos ser mal vista pelos robôs de busca, muitas vezes não existe um interesse comum em ter um site apontando para o outro. O que existe é a compra ou a venda de links. "Já recebemos propostas de blogueiros que nos pediram até 500 reais para escrever uma resenha e implementar um link em seus blogs. Nesse caso o conteúdo e o atalho devem permanecer no site por um ano", diz. Clientes
O elenco de clientes das empresas varia fortemente. "Ainda não atendemos políticos. Acho que isso seria um real desafio, mas é algo que gostaríamos de fazer um dia, justamente pela dificuldade", afirma Sanches, quando perguntada sobre esse trabalho com foco em política. CarreiraSobre mercado de trabalho, o IDG Now! conversou com o diretor de mídia e de projetos da empresa Mídia Digital, Willie Taminato. Willie descreve a carreira de um linkbuilder como algo até certo ponto penoso, pois a rotina é a mãe desse profissional. "Acho uma comparação um pouco desanimadora, mas é parecido com o trabalho de telemarketing, em que tudo se baseia em relacionamento. Não é simplesmente pedir o link e pronto", diz. Na escalada profissional o linkbuilder passa obrigatoriamente pela função de linkbuilder júnior. Ele tem por atribuições a descoberta de links relevantes para o cliente, o envio de solicitações, pesquisa por palavras-chave, deve montar relatórios e seu trabalho tem metas que podem variar de cinco a 20 links por semana; tudo depende do cliente e do grau de dificuldade em conseguir essas recomendações virtuais. O salário não dá água na boca, quem quiser entrar para essa área pode ficar feliz se receber mil e quinhentos reais por mês. A boa notícia é que "Mercado de trabalho tem, e não é pequeno", afirma Taminato. Ultrapassada essa fase muito operacional e repetitiva, o linkbuilder pode galgar a posição de coordenador de linkbuilding. Espera-se desse profissional, um poder de análise de relatórios aprofundado e o domínio de ferramentas que lhe auxiliem na gestão das planilhas para manter o controle sobre a disseminação dos links. Nesse estágio, um salário de até 4.500 reais é algo possível. Willie menciona que existem empresas sediadas na índia que oferecem esse tipo de trabalho, mas não é muito interessante para o mercado brasileiro. "Essas organizações conseguem colocar links na internet e em sites qua têm pouca relevância para nosso mercado", finaliza. Para finalizar, Manuela Sanches cita fatores que são indispensáveis para quem quer iniciar sua carreira no segmento de SEO, começando por linkbuilding: 1. Ter um olhar mais voltado para o marketing do que para a tecnologia;
2. Ser adorador da redação;
3. Estar disposto a passar horas pesquisando a web na busca por sites relevantes;
4. Ter mente aberta para encarar uma diversidade de temas que vai desde lustra-móveis até calçados infantis;
5. Ser metódico suficiente para manter o ritmo e controle sobre sua atividades.Fonte: IDG Now! (Klaus Junginger)